sexta-feira, 24 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS (Continuação)

Palavra ministrada dia 02.04.09

3ª Característica do verdadeiro arrependimento - Confissão de pecado
   
Se tivermos verdadeira contrição, ela nos levará a confessar nossos pecados. Nosso ego, nossa carne faz com que venhamos esconder e encobrir nossos pecados. Há muito pouca confissão deles. O ensino da Bíblia é que devemos confessar nossos pecados a DEUS. Vejamos alguns textos que nos ensinam isso:
Sl 32.5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado”.
Sl 38.18: “Confesso a minha iniqüidade; suporto tristeza por causa do meu pecado”.
1 Jo 1.9: “ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

A Bíblia diz: “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará” - (Pv 28.13); ainda em Números 32.23 diz: “Sabei que o vosso pecado vos há de achar”. Por mais que você tente enterrar o seu pecado, este tornará a aparecer mais cedo ou mais tarde, se não for apagado pelo Filho de Deus. Se o homem nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos, é melhor você e eu desistirmos de tentar. 

Exemplos do falso arrependimento:
Faraó - Êx 9.27.
Balaão – Nm 22.34.
Saul – 1 Sm 15.24.
 

4ª Característica do verdadeiro arrependimento - Conversão

A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão, até que se tenha dado esses três passos. 
Agora, a palavra conversão significa duas coisas. Dizemos que uma pessoa é 'convertida' quando nasce de novo. Mas conversão também tem um significado diferente na Bíblia. Pedro disse: “Arrependei-vos...e convertei-vos...” - (At 3.19). Existe uma versão que traduz assim: “Arrependei-vos e voltai-vos”. Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para DEUS. Certo teólogo de outra época disse: “Todos nós nascemos de costas para DEUS”. O arrependimento é uma mudança de trajetória. É uma volta de cento e oitenta graus. ' 
Pecado é afastar-se de DEUS. Como alguém disse, é aversão a DEUS e conversão para o mundo; enquanto que o verdadeiro arrependimento significa conversão a DEUS e aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Deixamos a velha vida, somos transportados do reino das trevas para o reino da luz. Salomão disse: “Se o povo orar... e confessar teu nome, e se converter dos seus pecados...” - (2 Cr 6,26). 
Oração e confissão não seriam de proveito nenhum enquanto o povo continuasse em pecado. Vamos prestar atenção ao chamado de DEUS. Vamos abandonar o velho caminho perverso. Voltemos ao SENHOR, e Ele terá misericórdia de nós, e ao nosso DEUS, porque Ele perdoará abundantemente. 
O significado completo e literal da palavra “arrependimento” no Novo Testamento é “sentir autocensura pelos pecados cometidos contra DEUS; estar contrito, entristecido, querer mudar de direção”. A diferença no significado aqui está na palavra “querer”.
 O verdadeiro arrependimento inclui o desejo de mudar! Além disso, simplesmente ficar triste não constitui arrependimento. Pelo contrário, a verdadeira tristeza leva ao arrependimento. Paulo declara: “Porque a tristeza segundo DEUS opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” - (2 Co 7:10) 


CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

Vamos ler Apocalipse 2.16: “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca”. Este texto é uma referência à Igreja de Pérgamo. Esta Igreja foi caracterizada pelo mundanismo. Quando estudamos as sete cartas às Igrejas da Ásia, vemos que em cinco dessas cartas, o SENHOR chama Sua Igreja ao arrependimento - (2.5, 16, 21; 3.3,19). O chamado ao arrependimento é uma grande demonstração da misericórdia e do amor de DEUS para conosco. 
Após revelar a profundidade do pecado dessa Igreja, o SENHOR JESUS fala da necessidade do arrependimento. Nunca podemos ignorar que a ira de DEUS é o outro lado do Seu amor. Mas não podemos rejeitar esse convite ao arrependimento. O paganismo e o mundanismo são coisas que CRISTO odeia na vida da Sua Igreja.
O arrependimento aqui inclui nossa conduta em relação à edificação da Igreja; nossa atitude em relação à Palavra de DEUS. Nosso comportamento mundano, que é uma prostituição espiritual, e que, portanto, fere nossa integridade espiritual, necessita ser profundamente tocado pela obra da cruz.
Precisamos nos arrepender por menosprezar a centralidade de CRISTO entre nós, e em seu lugar introduzir homens que são verdadeiros nicolaítas, que funcionam como liderança entre nós, sobrepujando o pastorado de CRISTO. Precisamos nos arrepender por dar culto a pessoas e coisas, e não cultuar Aquele que é digno de toda honra e de toda glória. Nossas práticas, as quais descrevemos como cristãs, estão maculadas de comportamentos e ensinamentos pagãos e mundanos. É por isso que CRISTO nos convida ao arrependimento.

“... arrepende-te...”

No grego, o termo para arrependimento é metanoeo, que significa: “mudança de mente”. Podemos encontrar no Novo testamento outra palavra que nos mostra mais detalhadamente o sentido prático desse arrependimento, que é metamellomai. Esta palavra refere-se a uma “mudança emocional”, “uma mudança de escolha”, “significa nada mais que um pesar equivalente a remorso”. Remorso é uma inquietação, abatimento da consciência que percebe ter cometido uma falta, um erro (Mt 27.3). No Novo Testamento a palavra metanoeo é mais comum. Os escritores neotestamentários usaram esta palavra 32 vezes, enquanto metamellomai, foi usada 5 vezes. Arrependimento é uma palavra que precisa ser estudada no contexto do ministério do SENHOR JESUS, como também, no ministério dos escritores neotestamentários.

A Mensagem de Arrependimento no Ministério de CRISTO

Quando o SENHOR JESUS iniciou Seu glorioso ministério de pregação e ensino, ele o iniciou pregando arrependimento. Sua primeira mensagem após ter sido tentado no deserto foi: “Deste então, começou JESUS a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” - (Mt 4:17). Veja que o SENHOR JESUS chamou o povo ao arrependimento antes mesmo de chamá-lo a crer! Olhe o que Marcos escreve, “... veio JESUS à Galiléia, pregando o evangelho do Reino de DEUS e dizendo: o tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Mc 1:14-15). Atente para algo especial nesta passagem. O SENHOR JESUS disse: “Arrependei-vos e crede” – arrependa-se e creia. O arrependimento vem primeiro. Só podemos crer se primeiro nos arrependermos. 
O que nos impede de crer na Palavra de DEUS é porque não nos arrependemos. Quando isso acontece, a Palavra de DEUS fica livre para fluir em nós. Quando estudamos sobre o Evangelho que CRISTO pregou, vemos que Sua mensagem era para o arrependimento. 


Vamos notar duas passagens:
Mt 9.13: “... Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Lc 13.3: “Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
O evangelho que o SENHOR JESUS pregou era sobre o arrependimento! 

No ministério de João Batista:

Quando João Batista foi pregar aos judeus, sua mensagem era simples e direta: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” - (Mt 3.1-2). João viveu num tempo em que seu encargo era preparar o caminho para o Messias. As pessoas vinham de todos os lugares para ouvir suas preleções, e ele era direto em sua mensagem. O conteúdo da mensagem de João era o seguinte: “o CRISTO está chegando, preparem seus corações para recebê-Lo”. Sua vinda não era uma questão de entusiasmo, mas de santidade. “Vocês precisam estar com seus corações preparados para se encontrarem com Ele. A religiosidade não pode capacitar vocês, pois seus corações estão cheios de pecados. Arrependei-vos – essa é a condição”. 
A mensagem de João Batista deve ser prática dentro do nosso contexto espiritual. Estamos na eminência da vinda do SENHOR JESUS, portanto, o convite é, arrependei-vos. Se quisermos nos encontrar com Ele, devemos saber que o arrependimento é o caminho.

No ministério de Pedro:

Vamos atentar ainda para o ministério de Pedro. Que Evangelho pregou ele às multidões no dia de Pentecostes? Pedro pregou o Evangelho do reino. Qual era a essência desse Evangelho? O arrependimento! A Bíblia nos diz que quando o povo escutou o apóstolo testemunhar, “... compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO” (At 2.37-38). Se desejamos experimentar a obra do ESPÍRITO SANTO em nós, precisamos nos arrepender.
O ministério de Paulo:

Se você prossegue estudando o ministério dos apóstolos, você verá que eles deram grande ênfase à mensagem do arrependimento. Quando Paulo foi a Atenas, qual foi o teor do Evangelho que ele pregou no Areópago? Veja, ele disse diretamente: “... DEUS...anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” - (At 17.30). Veja o que Paulo nos diz em sua Segunda Carta aos Coríntios: “Porque a tristeza segundo DEUS produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.” (2 Co 7:10). Vamos considerar algumas palavras neste texto, para que sejamos introduzidos em sua essência.
“tristeza” – no grego este vocábulo é lupe, que nos fala de “dor”, “angústia”, “aflição”, “pesar”, “de lamentação de pessoas enlutadas”.
“produz”- No grego esta palavra é katergazomai. Ela vem de dois vocábulos: kata - que é uma partícula primária, e significa: “abaixo de”, “por toda parte”, “de acordo com”; ergazomai – “trabalhar”, “executar”, “produzir”, “modelar, isto é, tornar alguém próprio para algo”.
Quando lemos esse texto que Paulo escreveu aos irmãos em Corinto podemos ver alguns significados que podemos extrair desse arrependimento: “tristeza sem reservas”, que adere à vida da pessoa arrependida. Essa “tristeza divina produz, de maneira natural, arrependimento, que inclui aversão ao pecado”; “justo temor a DEUS e desejo de corrigir todos os erros”. Quando estudamos sobre a Igreja de Corinto, vemos como esses irmãos foram ricamente abençoados por DEUS. 
Apolo, Pedro e Paulo foram os instrumentos de DEUS para a edificação dessa Igreja. Todavia, muitos irmãos permaneciam em abundante pecado. Podemos facilmente notar isso nas palavras de Paulo, quando diz: “Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Receio que, indo outra vez, o meu DEUS me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” – (2 Co 12.20,21). Qual era o temor de Paulo? Era simplesmente este, que: “... pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” - (v.21). Podemos sentir nas palavras de Paulo que ele era compassivo, que amava aqueles cristãos acomodados e carnais de Corinto. Contudo, sabia que eles haviam sido bem ensinados, de que era incorreto viver um estilo de vida pecaminoso. E lhes disse: "Quando eu lhes visitar, vocês me verão abaixar o rosto como sinal de desgosto. Dos meus olhos fluirão lágrimas, e minha voz irá gritar de dor. Se eu verificar que vocês continuam entregando-se às imundícias, à fornicação e à luxúria, ficarei totalmente desalentado - porque o evangelho não fez a obra nos seus corações. Vocês ainda não se arrependeram dos seus pecados. E clamarei em alta voz para que se arrependam!”. Creio que poderemos acreditar que, parafraseadamente, estas foram as palavras de Paulo.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS - Arrependimento Tardio

Palavra ministrada em 26.03.09

Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. Foi dito que ele fez o que era mau aos olhos do SENHOR, de acordo com as abominações das nações que o SENHOR tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). A lista dos seus pecados é repulsiva. É chocante ver um rei que teve um pai como Ezequias, e viver uma vida moral e espiritual tão degradante como viveu Manassés. Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” - (2 Cr 33.6). Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” - (2 Rs 21.16). Em conseqüência dos seus pecados, DEUS fez com que Manassés fosse cativo com ganchos, amarrado com cadeias, para Assíria - (2 Cr 33.11).
Então Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante do SENHOR e pediu a misericórdia de DEUS - (2 Cr 33.12-13). Tão genuíno foi seu arrependimento, que o SENHOR realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração a DEUS e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente - (2 Cr 33.14-16).
Infelizmente o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham criado raízes profundas no reino do Sul, de modo que o povo não voltou para DEUS; seu próprio filho foi a realidade viva da conseqüência dos seus pecados. A Bíblia diz: “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Cr 33.20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com a depravação, a impiedade e a idolatria.
Não há nisto tudo uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidimos viver de acordo com nossa carne; quando decidimos viver conforme o padrão do mundo, gozando dos seus “privilégios” e depravação; quando vivemos uma vida moral e espiritual contrária à vida de DEUS, colheremos tragicamente as conseqüências do nosso pecado. Mesmo que um dia venhamos nos arrepender, devemos saber que DEUS perdoa nossos pecados, mas sofreremos com as consequências deles. E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos!

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Para falar sobre isso, primeiro quero mostrar o que o arrependimento não é. Arrependimento não é remorso. Muitas pessoas acham que esse abatimento em nossa consciência quando cometemos alguma falta é arrependimento. Isto não é arrependimento!
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Quero demonstrar isso descrevendo quatro características do que é o verdadeiro arrependimento:
1ª Característica do verdadeiro arrependimento - Convicção
A convicção é a certeza a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, dos nossos pecados. Enquanto não estivermos convictos dos nossos pecados, ainda não nos arrependemos de verdade. Corremos o perigo de termos uma convicção superficial dos nossos pecados, e isto nos levará mais cedo ou tarde a cairmos novamente. Precisamos ter consciência das atrocidades dos nossos pecados, porque senão, nos tornaremos ouvintes endurecidos.
Vejamos alguns exemplos:
Roboão – 2 Cr 12.5-9,13,14.
Asa – 2 Cr 16.7-10.
Joás – 2 Cr 24.17-24.
Amazias – 2 Cr 25.14-16.

Em todos esses exemplos podemos ver duas coisas: falta de convicção e corações endurecidos. A explicação está em um arrependimento superficial.
Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção.
Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o perdão do SENHOR.
DEUS usa duas ferramentas pelas quais Seu ESPÍRITO SANTO nos leva à convicção:

1º. A Consciência.
Muito antes de existir a Palavra escrita, DEUS tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do SENHOR entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: “Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso', disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), ' nos vem essa ansiedade” – (Gn 42.21).

Precisamos ver duas coisas importantes sobre nossa consciência:
1º. A consciência é 'uma faculdade divinamente implantada no homem, que lhe pede para fazer o que é certo'.
2º. Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

Um ponto que precisamos analisar com mais cuidado é que a consciência não é um guia seguro, porque freqüentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por DEUS. Ela tem que ser disciplinada pela Palavra de DEUS e ser sensível à voz do ESPÍRITO SANTO. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de JESUS, o Nazareno” - (At 26.9). A própria consciência precisa ser educada.

2º. A Palavra de DEUS:
A Palavra de DEUS é o instrumento pelo qual DEUS usa para produzir convicção. Em 2 Samuel 12, temos o episódio de Natã e Davi. Já havia passado um ano que Davi havia se deitado com Bate-Seba, e desde então ele ainda não tivera convicção do seu pecado. Vamos ler os textos:
v.1: “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”.
v.2: “Tinha o rico ovelhas e gado em grande número”;
v.3: “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”.
v.4: “Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado”.
v.5: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”.
v.6: “E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu”.
v.7: “Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul”;
v.8: “dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas”.
v.9: “Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom”.
v.10: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher”.
v.11: “Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol”.
v.12: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol”.
v.13: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás”.


PECADO É UMA QUESTÃO INTERIOR

O arrependimento na vida de um cristão deve ser algo profundo. Vamos ler em Romanos capítulo 7 e o versículos 7 e 8:
v.7: “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: Não cobice”.
v.8: “Mas o pecado, achando ocasião, operou em mim pelo mandamento toda a cobiça; porque sem a Lei o pecado está morto”.
1º. O propósito da lei foi revelar o pecado em nós. A lei trouxe a consciência da real natureza do pecado.
2º. Note no versículo 7 que Paulo diz duas vezes: “me fez saber” e “eu não saberia”. O primeiro termo saber, no grego é gnosko e significa “perceber”, “sentir”; o mas o segundo é oida e tem uma conotação mais forte, que é “conhecer absolutamente”, isto é, conhecer como resultado de reflexão e experiência. No primeiro caso é uma espécie de “apreensão ou percepção”, mas no segundo parafraseando ele diz: “eu nunca teria sentido as profundezas do meu ser, nem teria pleno entendimento e plena experiência do sentido da concupiscência, e do papel que ela desempenha na minha vida, se a lei não tivesse dito: “não cobiçarás”. Isso nos mostra duas coisas:
1. A lei não somente levara Paulo a ver que a concupiscência é pecado;
2. Como a enxergar o terrível poder que ela exercera em sua vida.

Vejamos este ensino nas palavras do SENHOR JESUS

O SENHOR JESUS em Seu ministério de ensino empenhou para deixar esse assunto da função da lei e a relação dela com o homem bem claro.
Nosso problema em relação ao pecado é que pensamos em pecado como sendo algo externo. Esse era o problema do judaísmo religioso daquele tempo.
No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 21 até o fim do capítulo, o SENHOR trata desse assunto especificamente, pois os fariseus estavam ensinando enganosamente as pessoas a pensarem que enquanto você não adultera, você não está debaixo da condenação da lei. Vejamos o versículo 28 aqui do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Vejamos três lições aqui:
1ª lição – A lei é espiritual, e está interessada no coração do homem e em sua atitude para com DEUS.
2ª lição – Um desejo é tão condenável quanto o ato.
3ª lição – Desejar pecar é pecar. Podemos pecar em nossos pensamentos e imaginações.

Quero concluir esse ensino com as palavras do nosso SENHOR em Lucas 16.15: “Mas JESUS lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas DEUS conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de DEUS”.

Agora você vê o lugar da Palavra de DEUS nos convencendo do pecado e nos conduzindo pelo ESPÍRITO SANTO ao arrependimento.

2ª Característica do verdadeiro arrependimento - Contrição.
O que é contrição? É o profundo sentimento de tristeza segundo DEUS; é a humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema de muitos cristãos.
O que DEUS quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo.
Vamos ler dois textos nos Salmos:
Sl 34.18: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a DEUS são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó DEUS”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS – As Riquezas do Coração

3ª PARTE

 A Bíblia diz no capítulo 32 e o versículo 27 que “Ezequias teve riquezas e glórias em grande abundância”. Quando estudamos sua vida, vemos o quanto o SENHOR lhe prosperou; isto porque ele deu toda a primazia a DEUS em sua vida e no seu serviço. Ele entendeu que não poderia governar sem que primeiro houvesse uma restauração do Testemunho do SENHOR.
 Seu governo esteve comprometido em restaurar o ministério da casa do SENHOR; e isto trouxe aprovação diante de DEUS. 
 Dois aspectos que podemos observar ao estudar sua história é ver seu sua humildade e um coração quebrantado. No capítulo 32 e o versículo 26 diz que “Ezequias, porém, se humilhou por se ter exaltado o seu coração”. Quando recordamos a história desses reis, vemos que o orgulho foi a causa da ruína de muitos desses reis de Judá.
 Salomão – 1 Rs 10.23-28; 11.1-4: “Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que DEUS lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas; assim, ano após ano. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavalarianos, que distribuiu às cidades para os carros e junto ao rei, em Jerusalém. Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros em abundância como os sicômoros que estão nas planícies. Os cavalos de Salomão vinham do Egito – (Dt 17.16) e da Cilícia; e comerciantes do rei os recebiam da Cilícia por certo preço. Importava-se, do Egito, um carro por seiscentos siclos de prata e um cavalo por cento e cinqüenta; nas mesmas condições, as caravanas os traziam e os exportavam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o SENHOR dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os seus DEUSes. A estas se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros DEUS; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu DEUS, como fora o de Davi, seu pai.
 Roboão – 2 Cr 12.1: “Tendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do SENHOR, e, com ele, todo o Israel”.
 Josafá - 2 Cr 17.12; 18.1: “Josafá se engrandeceu em extremo, continuamente; e edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá. Tinha Josafá riquezas e glória em abundância; e aparentou-se com Acabe”.
 Uzias - 2 Cr 26.8,15b,16: Os amonitas deram presentes a Uzias, cujo renome se espalhara até à entrada do Egito, porque se tinha tornado em extremo forte... divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu DEUS, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso”.
Nesses textos podemos ver claramente que o orgulho, a luxuria tornou-se a causa da megalomania desses reis, e consequentemente a ruína. Mas, quando estudamos a vida de Ezequias, vemos que diferentemente desses outros reis, ele tinha um coração quebrantado, um coração rendido ao SENHOR; um coração puro.


CORAÇÃO PURO


 Quando a Bíblia diz que Ezequias “se humilhou por se ter exaltado o seu coração” – (2 Cr 32.26) nos mostra que a humildade é uma questão do coração; não é algo exterior e sim interior. O sentimento aqui é de pureza. Isto fez toda diferença em sua vida diante de DEUS. 
 Em Mateus 5.8 o SENHOR JESUS disse: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a DEUS”. Quando você estuda esse texto a conclusão que chega é que não podemos exaurir o significado desse versículo.
 Quero destacar dois pontos importantes no estudo desta bem-aventurança:
 1º.É importante considerar que o texto desta bem-aventurança está intimamente ligado às demais.
 2º.Entenda que o SENHOR JESUS não selecionou ao acaso essas declarações. É evidente que há uma definida seqüência de pensamento, e a nossa tarefa consiste em tentar descobrir essa seqüência. Vejamos por exemplo: 
 As três primeiras bem-aventuranças, falam da vital importância da profunda consciência de nossa necessidade – “humildes de espírito, os que choram, os mansos” 
 E em seguida as três primeiras bem-aventuranças, o SENHOR JESUS diz: “bem-aventurado os que tem fome e sede de justiça...” – aqui vemos DEUS se aproximar de nós, dando-nos Sua majestosa resposta, suprindo todas as nossas necessidades em CRISTO JESUS. 
 O resultado que obtemos é que nós tornamos ‘misericordiosos”, “limpos de coração” e “pacificadores”. E finalmente, o reino das trevas se levantará com mais veemência contra nós, e por isso, seremos “perseguidos por causa da justiça”.


COMO PODEMOS TER UM CORAÇÃO PURO?


 A única maneira de alguém ter o coração limpo é reconhecer toda a impureza que há dentro dele. Precisamos lamentar em face ao nosso coração. 
 Jeremias disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” – (Jr 17.9). Vamos atentar para três palavras nesse texto:
 1.“enganoso” fala de “astucioso”, “traiçoeiro”. 
 2.“desesperadamente” – “mergulhado em desespero”, “extremamente aflito”, “atormentado” e “sem esperança”.
 3.“corrupto” – A palavra hebraica aqui é anash e significa: “estar fraco”, “doente”, “frágil”, “ser incurável”. 

 Como somos necessitados da ajuda do SENHOR em nossa vida. Somos totalmente dependentes do SENHOR. Não podemos confiar em nós mesmos. Esse foi o segredo espiritual de Ezequias, e por isso, ele teve sensibilidade de entender a necessidade da restauração do Testemunho do SENHOR.


O CORAÇÃO PURO É UM DOM DE DEUS


 Em sua comissão de despedida a Salomão, Davi impôs a ele o dever de servir a DEUS com coração perfeito, visto que é DEUS que sonda os nossos cora¬ções. Ele orou a DEUS e disse: “E a Salomão, meu filho, dá coração perfeito para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos” - (1 Cr 29.19). O termo hebraico aqui para “perfeito” é shalem que significa “completo”, “íntegro”.
 O que é este coração perfeito?
 1º.O coração perfeito é um dom de DEUS.
 2º.O coração perfeito é dado e aceito sob as leis que governam todas as Suas doa¬ções.
 3.O coração perfeito é como uma semente oculta que precisa ser acei¬ta e posta em ação pela fé.


DEUS OPERA A SUA GRAÇA EM NÓS IMPULSIONANDO-NOS A AÇÃO


 Em Mateus 5.48 o SENHOR JESUS nos diz: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. Quando o SENHOR nos diz aqui “sede perfeitos”, Ele está nos dando uma palavra de ordem. Aqui é imperativo A palavra de ordem, re¬cebida e escondida em um coração bom e honesto, torna-se na semente do poder divino. 
 Isto exige imediata e total submissão. Quando essa submissão é reconhecida, a necessidade de um poder divino apropriado se torna motivo para oração urgente e ardorosa. 
 DEUS opera a Sua graça em nós impulsionando-nos à ação. Dessa maneira, o desejo de dar ouvidos à ordem de DEUS, e de servi-lO com coração perfei¬to, é o começo para o qual DEUS dá atenção, e que Ele pessoalmente fará ser fortalecido e aperfeiçoado. Ele sabe que nós de nós mesmos jamais poderemos obter um coraçao perfeito.
 O dom de um coração perfeito, assim sendo, é obti¬do mediante a obediência da fé.  
 O coração perfeito é um dom de DEUS, que pre¬cisa ser solicitado, e obtido através da oração. Nin¬guém orará por um coração perfeito, com perseve¬rança, com fé, enquanto não aceitar a Palavra de DEUS plenamente, encarando-a como um mandamen¬to positivo e um dever imediato, a qual devemos obedecer. 
 Davi pediu ao SENHOR que propor¬cionasse essa bênção a seu filho, Salomão. Que todos nós, que anelamos essa tão gran¬de bênção, sigamos o seu exemplo.


O CUIDADO COM A VIDA INTERIOR


 Na história de Ezequias somos confrontados com uma situação que serve de grande advertência para nós. No capítulo 20 de Segunda a Reis, nos versículos 12 a 19 vemos o episódio em que os emissários da Babilônia vão até Ezequias para lhe visitar. 
 Temos que notar alguns detalhes nesses textos, pois reside ai alguns pontos de extrema importância para nossa edificação, vejamos:
 v.12: “Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente”. O inimigo sabe como nos atacar. Ele escolhe os dias maus em nossa vida. Paulo escrevendo aos Efésios diz: “Portanto, tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir no dia mau” – (Ef 6.13). Veja a sutileza do inimigo. Sabendo que Ezequias estivera doente, veio lhe visitar. 

terça-feira, 7 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS - RESTAURANDO OS VALORES ESPIRITUAIS PERDIDOS

2a Parte

2 Cr 29.18


Nesse texto vemos a restauração dos valores espirituais perdidos. Eles restauraram: “Já purificamos toda a Casa do SENHOR”. Para entendermos isso precisamos saber que Acaz mudou toda a ordem de culto que DEUS estabeleceu por meio de Moisés - (2 Rs 16.10-20). Ele removeu o “altar” que espiritualmente tipificava a cruz de CRISTO.
Restaurar o sentido espiritual da Casa do SENHOR significa que temos que remover tudo que foi introduzido pelo homem, com o propósito de gerar satisfação de DEUS.

A CENTRALIDADE DA CRUZ

Precisamos restaurar o lugar da cruz em nossa comunhão como Igreja. Nesse texto de Crônicas capítulo 29 e o versículo 18, nos mostra a seriedade disso. Quando estudamos este assunto na sua sequência, sabemos que esse povo não se arrependeu, e como resultado, eles foram levados para o cativeiro da Babilônia por setenta anos. Depois, o SENHOR levantou Zorobabel, Esdras para restaurarem Sua casa. Quando você estuda esse assunto, você ver claramente que a primeira coisa ali restaurada na casa de DEUS foi o “altar” – (Ed 3.2,3). Esse altar fala da centralidade da cruz de CRISTO.
O Evangelho que pregamos é o Evangelho da cruz. Se não experimentamos o seu poder, jamais conseguiremos com que as pessoas conheçam o poder transformador da cruz. O apostolo Paulo viveu uma vida crucificada porque viu o poder e o valor da cruz em todos os aspectos do seu viver. Compreender o sentido prático da cruz em nós é a chave para o viver cristão adequado. 
Quero ressaltar alguns princípios fundamentais acerca da cruz de CRISTO:
 1º.Cada experiência de cruz tem o objetivo de levar-nos a participação mais plena da vocação cristã e da nossa herança entre os santos.
 2º.A cruz sempre foi um princípio eterno em DEUS. Ela não é uma alternativa posterior ou um acidente no universo;
 3º.Nunca podemos pensar na cruz unicamente como uma medida que DEUS encontrou para realizar a redenção, porque assim, perdemos de vista o propósito mais amplo de DEUS.
 4º.Desde o início o Pai desejava Ter uma família de filhos que abraçassem o mesmo princípio de cruz o qual eternamente governou o seu coração.
 5º.Era intenção de DEUS que essa cruz fosse gravada de tal forma em seus filhos que ela se tornasse seu objetivo de vida.


 O PERIGO DE IGNORARMOS A CENTRALIDADE DA CRUZ

No livro de Josué no capítulo 22 temos um episódio que nos ensina acerca da CENTRALIDADE DA CRUZ. Para compreendermos claramente esse capítulo é importante lermos Números 32.1-15 e Dt 3.12-14. Aqui, as tribos de Rúben e Gade pedem a Moisés que lhe dêem a terra de Gileade que estava a leste do Jordão, uma região apropriada para criação de gado. Moisés temia que isso trouxesse divisão entre as tribos de Israel. Mas essas tribos se comprometeram em lutar e depois voltariam para habitar essa terra.
Quando chegamos ao capítulo 22 do livro de Josué, vemos uma lição solene do Perigo de ignorarmos a centralidade da cruz. O capítulo 32 de Números constrói para nós todo o contexto desse capítulo 22 de Josué.
Lá no capítulo 32 de Números vemos que essas tribos ganharam muitos despojos de guerra, e eles preferiram ficar antes do Jordão porque aquela terra era boa para criar gado e ovelhas, eles preferiram àquela terra do que entrar na terra prometida, aquele lugar que DEUS já tinha falado que ali deveria ser o destino deles. Depois que Moisés advertiu os filhos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manasses, eles resolveram entrar na terra, mesmo deixando para trás suas esposas e filhos, e só voltarem depois de lutar com seus irmãos e conquistar aquela terra.
Vamos extrair algumas lições aqui:
 1ª.Essas duas tribos e a meia tribo de Manassés estavam com seus olhos apenas nas coisas materiais, preocupados com o gado, ovelhas e com os verdes pastos. Lucas 17.30-33: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará”. Em Gênesis 19.26 diz que a mulher de Ló “olhou para trás”; essa frase é importante nesse contexto porque se voltarmos ao versículo 17 desse mesmo capítulo de Gênesis, vemos que o anjo do SENHOR lhes advertiu: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás”. E nesse sentido, vemos que o trabalho da cruz opera em nosso coração tratando com as coisas materiais. O apego as coisas que ocupam nosso coração. No Evangelho de Mateus o SENHOR JESUS disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” – (Mt 6.21). Esta é a razão pela qual a cruz tem que trabalhar em nosso homem interior, para que nossos valores sejam os mesmos valores de DEUS.
 2ª.Escolheram habitar em um lugar onde não havia a arca da aliança que tipificava o testemunho do SENHOR entre eles. Veja que o inimigo preparou um ambiente propício para que eles fossem distraídos, e por isso não perceberam a sutileza do fracasso espiritual. Isso nos fala do perigo da sedução do mundo. Paulo diz em Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso SENHOR JESUS CRISTO, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Temos que entender que a expressão mundo nos fala de uma “entidade espiritual”. O SENHOR JESUS orou ao Pai e disse: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” - (Jo 17.14,15). O sentido da palavra “mal” é perversidade e iniquidade. Lá cruz o SENHOR JESUS se entregou ao Pai sem reservas; Ele colocou de lado todos os seus direitos e insígnias celestes; renunciou a tudo para morrer em nosso lugar. Quando Paulo diz “gloriar-me senão na cruz” ele está dizendo que esse é o único caminho para vencermos o poder do mundo sobre nós. Só há glória na cruz se o mundo estiver crucificado para nós.
 3ª.Como é perigoso edificar coisas para DEUS mesmo que isto não seja o propósito de DEUS e nem para a glória de DEUS. O versículo 10 de Josué 22 diz que eles levantam um altar de grande aparência e seus irmãos ficam preocupados, porque só existia um altar e um tabernáculo; então que altar era este? Este era o altar da ignorância e da divisão. Aquele grande altar não ajudava a mostrar a unidade do povo e sim a sua divisão. Assim também é hoje. Altares majestosos foram e estão sendo erguidos pela cristandade, prédios de grande aparência onde nossos irmãos tem chamado de Igreja. Também estamos divididos por verdades bíblicas, mas isso não ajuda a mostrarmos a unidade do povo de DEUS, apenas a sua divisão.
  

CONSAGRAÇÃO – O CAMINHO PARA DEUS

O texto ainda diz:“nem ofereceram holocausto”. A oferta de holocausto é também chamada de oferta queimada. Essa oferta aponta para a entrega total de CRISTO ao Pai. No aspecto espiritual da vida cristã, essa oferta fala da nossa consagração a DEUS.
Ao receber a oferta o sacerdote a examinava detalhadamente, e de acordo com o memorial estabelecido, ele realizava o sacrifício. O animal era oferecido no altar e se tornava uma oferta de cheiro suave.
Há três princípios importantes que temos que observa:
1.o ato da oferta;
2.o sacrifício;
3.e o resultado.

Vamos observar alguns princípios do Holocausto: As três etapas deveriam estar de acordo com a vontade de DEUS, para que o ofertante seja aceito diante de DEUS. Cada etapa deveria ser cumprida adequadamente conforme o princípio estabelecido por DEUS. Cada etapa só poderá ser realizada depois de cumprida a primeira, e assim sucessivamente. Ninguém podia prosseguir em sua oferta sem a aprovação de DEUS, para não ferir Sua vontade. O que aprendemos aqui é o caminhar progressivo da vida crista na base da cruz.

No holocausto vemos três aspectos da cruz em nossa vida. 
Primeiro nível – terreno. O animal era trazido pelo ofertante andando, e assim, era entregue nas mãos do sacerdote. Há quatro passagens que nos ajudarão a entender essa verdade:
1.Mt 10.34-39 – A cruz precisa trabalhar em nossas afeições naturais.
2.Mt 16.21-26 – A cruz tem que trabalhar nossa auto-piedade.
3.Lc 17.26-33 – A cruz nos separa do amor do mundo. o que vemos nessa passagem que todas as coisas são legítimas, mas são coisas que se não forem trabalhadas pela cruz poderão nos corromper. Aqui temos a cruz nos libertando de tudo que é terreno e material, e que o inimigo sistematizou para nos aprisionar.
4.Jo 12.20-25 – A cruz nos separa da glória pessoal.

Segundo nível – o altar (Rm 12.1,2). O animal era entregue ao sacerdote, que depois de imolá-lo o colocava sobre o altar. Aqui temos um processo mais elevado da obra da cruz em nós. A cruz trabalha a nossa entrega total a DEUS. Aqui é onde vemos que só há glória na cruz se a cruz for à nossa glória - (Gl 2.19; 6.14). 

Terceiro nível – Cheiro Suave. A fumaça penetrava nas alturas. Crucificado na cruz CRISTO morreu, e em seguida, Ele foi sepultado, ressuscitado, e finalmente Ele ascendeu-se aos mais altos céus, como diz Paulo em Efésios 5.2: “e andai em amor, como também CRISTO nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a DEUS, em aroma suave”. Creio que esse último aspecto do holocausto, nos ensina sobre o viver prático, que participamos desta obra elevada da cruz em nossa vida. Nesse terceiro nível temos o viver adequado que agrada a DEUS – cheiro suave. A única frase que pode nós revelar o que significa viver uma vida como sacrifício agradável a DEUS, esta na frase que Paulo usou cento e sessenta e quatro vezes em seus escritos, que é “em CRISTO”. Paulo usou um termo em algumas das suas epístolas para mostrar-nos e sentido desse assunto na vida cristã; o termo é euarestos, que significa: “aceitável”, “apropriado”. Em Filipenses Paulo nos dá uma definição exata do significado dessa palavra, vejamos: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a DEUS” – (Fp 4.18). Leiamos alguns textos onde ele usou esse termo:
 Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de DEUS, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional”.
 Rm 14.18: “Aquele que deste modo serve a CRISTO é agradável a DEUS e aprovado pelos homens”.
 2 Co 5.9: “É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis”.
 Quero mostrar-lhe a realidade contextual de cada um desses textos, para que possamos extrair suas riquezas. Em Romanos 12.1, temos um apelo do apóstolo em uma tônica solene para que tenhamos uma vida de consagração a DEUS; que nosso corpo que é o templo do ESPÍRITO SANTO seja um culto aceitável a DEUS. Quando chegamos no capítulo 14 e o verso 18 de Romanos, é importante sabermos que o contexto inicia no versículo 13. Paulo exorta os cristãos quanto ao zelo que devemos ter uns com os outros; para que nossa vida não seja um tropeço aos nossos irmãos. O assunto aqui é o amor fraternal; e o apóstolo diz que aquele que anda e não escandaliza seu irmão serve a CRISTO e isto é aceitável diante de DEUS. Quando chegamos ao capítulo 5 da Segunda carta aos Coríntios, vemos o assunto acerca da eternidade como uma realidade presente, e a redenção do nosso corpo.  

sábado, 21 de março de 2009

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR
 

2 Rs 18 – 20.21; 2 Cr 29 – 32.33 

 

INTRODUÇÃO

 

Vamos avançar em nosso estudo sobre os reis de Judá. Hoje iremos estudar sobre Ezequias, que foi o décimo segundo rei de Judá. Ezequias foi um rei piedoso, que promoveu uma reforma espiritual em Judá. Ele fez aquilo que nenhum outro descendente de Davi havia feito. Suas reformas estavam relacionadas com o serviço ao SENHOR e o ministério da casa do SENHOR.

Quando estudamos a vida de Ezequias, podemos dividi-la em quatro etapas:

1ª – Suas reformas - 2 Cr 29 – 31.20;

2ª – Sua vitória sobre a Assíria – 2 Cr 32.1-23;

3ª – Sua doença - 2 Rs 20.1-11; 2 Cr 32.24-26;

4ª – Sua insensatez diante dos emissários da Babilônia - 2 Rs 20.12-19.

O que está evidente na história de Ezequias é que a Bíblia não esconde de nós as suas falhas, e como o ESPÍRITO SANTO usa esses erros para nos disciplinar, pois podemos perceber o que reside dentro de nós, mesmo quando buscamos ser íntegros diante do SENHOR. 

Como precisamos ser cuidadosos mesmo quando temos em nosso coração o desejo de corresponder fielmente a toda vontade de DEUS!

 

MINISTROS E MINISTÉRIOS

 

Nos versículos 4, 5, 16 e 17 de 2 Crônicas 29 vemos algo a respeito da restauração do ministério ao SENHOR:

v.4: “Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça oriental”

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

v.17: “Começaram, pois, a santificar no primeiro dia do primeiro mês; ao oitavo dia do mês, vieram ao pórtico do SENHOR e santificaram a Casa do SENHOR em oito dias; no décimo sexto dia do mês, acabaram”.

 

Meditando nestes textos podemos ver que essa restauração começa com os sacerdotes e levitas. Os levitas falam do serviço ao SENHOR; Os sacerdotes falam do ministério ao SENHOR.

 

Levitas e sacerdotes nos falam de ministros e ministérios. Precisamos atentar para dois textos:

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

 

Nestes textos podemos ver claramente alguns pontos importantes que descrevem para nós o que na prática tem sido o cristianismo neste tempo em que vivemos. Quero que você note alguns pontos:

1º. Olhe o termo imundícia registrado nestes dois versículos. O escritor usou dois termos diferentes para esta palavra: o primeiro, no versículo 5, é niddah, que fala de “impureza cerimonial”; o segundo termo no versículo 16 é tum’ah que fala de uma “massa imunda”. Isso está espiritualmente relacionado com tudo aquilo que tem sido praticado pelo povo de DEUS e que não corresponde ao caráter de DEUS. Nossa forma de culto, nossa liturgia, ministérios profissionais, todas essas coisas ferem o caráter santo de DEUS pela forma como elas estão sendo conduzidas no serviço e no ministério ao SENHOR. A ordem aqui é que todo lixo que resida na casa de DEUS, que é a Sua Igreja, o Corpo de CRISTO, deve ser retirado. 

 

2º.A consonância entre os levitas e sacerdotes: O versículo 16 nos diz que “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”. O trabalho dos sacerdotes era purificar, isto é, limpar toda a sujeira, e os levitas tomaram essa sujeira e a lançaram fora, no ribeiro de Cedrom. Este texto nos ensina a importância que cada ministério e serviço tem diante de DEUS, para que haja frutificação que venha glorificar a DEUS. Em 1 Coríntios 3 e os versículos 6 a 9, Paulo diz assim: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de DEUS. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas DEUS, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de DEUS somos cooperadores; lavoura de DEUS, edifício de DEUS sois vós”. O apóstolo Paulo usava um termo para designar aqueles que trabalhavam lado a lado com ele no serviço, no ministério e na obra de DEUS – “cooperador”:  

Rm 16.9: “Saudai a Urbano, que é nosso cooperador em CRISTO”. 

Rm 16.21: “Saúda-vos Timóteo, meu cooperador”.

2 Co 8.23: “Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador convosco”.

Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades”.

Fp 4.3: “A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida”.

Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso colaborador”.

Fl 1.24: “Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores”.  

 

Como esse exemplo de Paulo deve ser algo prático em nosso serviço e ministério ao SENHOR! O mundo ensina a competitividade, mas no serviço e no ministério ao SENHOR não deve haver esse comportamento, pois tem sido nessa brecha que o inimigo tem penetrado para gerar ciúmes e todo tipo de contenda, ferindo os princípios da Palavra de DEUS, que nos ensinam quanto ao serviço e o ministério cristão.

Veja como Paulo deixa transparecer seu carinho e amor por aqueles que trabalhavam juntamente com ele: 

  2 Co 8.23: “Tito, é meu companheiro”;

  Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas”. Ainda no capítulo 4 e o versículo 3 Paulo diz: “A ti, fiel companheiro de jugo”. O termo que Paulo usa aqui para “companheiros de jugo” é suzeugnumi, que retrata para nós dois bois trabalhando juntos presos por um jugo.

  Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso cooperador”.

 

  Que consideração havia no coração desse apóstolo! Como ele valorizou cada um daqueles que trabalhou ao seu lado! Podemos ver em todos esses textos, as chaves do caminho de DEUS na vida de Paulo; como o SENHOR pôde avançar em sua vida, e usá-lo de maneira extraordinária. 

 

 

O QUE SIGNIFICAM MINISTROS E MINISTÉRIOS NO SENTIDO PRÁTICO?

 

  Ministério fala de algo que vem de DEUS e ministros fala de algo vai para DEUS. Ministério é DEUS ministrando, e ministros, nos falam de DEUS ministrado. Todos os que servem à Igreja, servem em primeiro lugar e antes de tudo, a DEUS. Servir à Igreja ou ministrar ao povo é diferente de ministrar a DEUS, e servir ao povo sem servir a DEUS é o caminho do fracasso; é servir a si mesmo. Uma das características que vemos na Bíblia para o ministério ao SENHOR é o sacerdócio. Esse assunto é igual tanto no Antigo como no Novo Testamento. 

  Lembre-se que a intenção perfeita de DEUS era que Seu povo fosse um reino de sacerdotes. O primeiro grande exemplo que temos é o de Melquisedeque em Gênesis capítulo 14 e os versículos 19 a 20; depois em Êxodo 19.5 e 6, onde o SENHOR diz: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. O apóstolo Pedro diz em sua Primeira epístola no capítulo 2 e o versículo 9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de DEUS”. Devemos ser um reino de sacerdotes, reis e sacerdotes para DEUS. Embora este seja o plano original de DEUS, Israel falhou com respeito a ele. 

Quando Moisés desceu do Monte com os Dez Mandamentos, os israelitas já estavam adorando o bezerro de ouro. Então Deus disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho” - (Êx 32.27). Entretanto, apenas os levitas obedeceram; e daquela ocasião em diante o ministério sacerdotal foi concedido a eles. No caso dos filhos de Coré, em Números capítulo 16, o que estava em questionamento era quem era santo e quem podia servir a DEUS. Eles reivindicaram que todos eram santos e todos podiam igualmente servir a DEUS. Mas o SENHOR os julgou. A terra se abriu e engoliu todos os homens que pertenciam a Coré, junto com todos os seus bens, e fogo saiu de diante do SENHOR e devorou os duzentos e cinqüenta homens que haviam oferecido incenso. 

Disso podemos extrair algumas lições espirituais:

1ª lição - Existe vida para aqueles que são designados por DEUS para servi-Lo, mas para aqueles que não são chamados e, ainda assim, se apresentam e tentam servi-Lo por sua própria iniciativa, simplesmente porque assim desejam fazer, para eles há apenas destruição. Isso não é algo sem importância, é uma questão de vida ou morte.

2ª Lição - Todos os filhos de DEUS são sacerdotes, mas não podem executar este ofício sem qualificações especiais. Não podemos exercitar nossa função designada como sacerdotes de acordo com o que naturalmente somos. Espiritualmente falando, apenas Moisés, Arão e os levitas podiam executar esse ofício. Vemos esse princípio no caso de Coré, Datã e Abirão: quando os duzentos e cinqüenta príncipes da congregação ofereceram fogo falso nos incensários, eles foram consumidos.

3ª Lição – No capítulo 17 de Números, vemos a vara de Arão e as varas representativas das outras tribos sendo colocadas diante do da tenda da congregação, perante o testemunho. No dia seguinte, apenas a vara de Arão floresceu. Isso nos fala tipologicamente de ressurreição, a vida que sai da morte. Somente os que passaram pela morte e entraram na vida de ressurreição podem ministrar ao SENHOR. Eles precisam conhecer a morte da cruz. Espiritualmente temos que entender que a ressurreição significa que a pessoa passou pela morte e recebeu nova vida; ressurreição é vida entrando na morte e emergindo em nova vida.

4ª Lição - Todo ministério que perdeu sua ênfase sacerdotal acima de todas as coisas já fracassou. Se alguém não foi à presença de DEUS em primeiro lugar, ele não pode ministrar DEUS com qualquer mensagem ou serviço de valor. Se não ficamos na presença de DEUS como sacerdotes, toda a nossa obra, testemunho, movimentação e esgotamento serão apenas um ministério ao homem e não ao SENHOR.

 

  O ministério significa que DEUS fará algo através dos homens, e ministros fala dos homens ministrando algo para DEUS. É significativo que quando as portas estão fechadas na Casa de DEUS, há uma verdadeira confusão no sentido prático do ministério e dos ministros. 

  No versículo 17 diz que os sacerdotes “santificaram a casa do SENHOR em oito dias”. Precisamos penetrar na verdade deste texto para nossa experiência cristã: O número oito - é mencionado 80 vezes na Bíblia. Sua raiz no hebraico dá a idéia de superabundar. 8 = 7+1, que fala de algo mais que perfeito. Os milagres de Elias foram oito e os de Eliseu foram dezesseis. O primogênito deveria ser dado ao SENHOR no oitavo dia (Ex 22.29,30). 

  Todas essas ilustrações nos levam a considerar algo impressionante que DEUS deseja nos falar. O “oitavo dia” também nos fala da ressurreição. CRISTO ressuscitou no oitavo dia. O ministério que estará restaurando a Casa de DEUS será no poder da ressurreição de CRISTO - (Jo 20.19-22; Ef 1.19-20).

segunda-feira, 16 de março de 2009

ACAZ - CORAÇÃO PERVERSO

731 a.C. - 715 a.C.


•2 Rs 16.1-20; 2 Cr 28.1-27

 

Segundo a Palavra de DEUS Acaz, foi o décimo segundo rei de Judá, e reinou 4 anos junto com Jotão, seu pai, e depois, sozinho, mais 16 anos (736-716 a.C.). Foi um dos piores reis de Judá. No tempo do governo de Acaz em Judá, a Assíria era o império dominante. Foi esse império que DEUS usou para disciplinar o reino do Norte (Israel) no ano 722 a.C.

Em 2 Rs 16.7,8 podemos perceber nitidamente o quanto ele estava comprometido com Tiglate-Pileser, rei da Assíria quando diz "Eu sou teu servo e teu filho". Percebe-se a falta de senso desse rei, que preferiu ser conhecido como filho de um ímpio. Ao que nos parece, Acaz se sentia à vontade nos templos pagãos da Assíria; todo aquele poder o impressionava e contagiava o seu coração. Ele foi seduzido por uma religião libertina em que a prosperidade e o senso de vitória predominavam. Durante todo seu reinado, não se vê um coração que se humilha diante de DEUS. Acaz não sentia em seu coração o peso dos seus pecados diante de DEUS. Ele sacrificou os próprios filhos em ritual satânico - (2 Cr 28.3).

Acaz é para nós uma figura da degradação espiritual mais elevada que podemos encontrar em um descendente de Abraão. Nesse tempo o reino de Judá foi marcado por grandes perdas. A Síria derrotou Judá e levou uma grande quantidade de presos - (2 Cr 28.5); o reino de Israel também obteve grande vitória contra Judá. Num só dia, Peca, filho de Remalias, matou em Judá cento e vinte mil homens poderosos. A Bíblia diz que isso aconteceu "por terem abandonado o SENHOR, DEUS de seus pais" - (2 Cr 28.6). Nessa batalha Israel levou cativo duzentos mil homens e mulheres, e grandes despojos. A Bíblia diz que ainda os Edomitas e os Filisteus pelejaram contra Judá e venceram levando ainda mais cativos. O mais impressionante, é que em nenhum momento se vê Acaz arrependido. Ele não busca a DEUS. No versículo 16 do capítulo 28 de 2 Crônicas diz que ele busca ajuda do rei da Assíria, mas que este não o ajudou, embora tendo Acaz dado a ele os tesouros da Casa do SENHOR.

Quanto mais a angústia aumentava, mais ele se afundava em sua idolatria. Ele passou a buscar e adorar os deuses da Síria, porque dizia ele: "Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, eu lhes oferecerei sacrifícios para que me ajudem a mim". Lamentabilismo engano, esses deuses não o puderam livrar.

Acaz em sua perversidade sem medida toma os utensílios sagrados da Casa do SENHOR e os faz em pedaços, e ainda, fecha as portas da Casa do SENHOR - (2 Cr 28.24). Morreu aos trinta e seis anos, ainda bem jovem. Não foi sepultado nos sepulcros dos reis de Judá, pois foi considerado um rei indigno. 

CORAÇÃO PERVERSO 

A Bíblia diz em Hebreus 3.10 e 12: "Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos. Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do DEUS vivo". Quero analisar algumas frases deste texto para que espiritualmente venhamos entender o coração de Acaz, e ver o quanto podemos nos tornar vítimas do nosso próprio coração.

Em Hebreus 3.10 o autor dessa epístola diz: "esses sempre erram no coração" - No grego o vocábulo "erram" é planao, que significa: "engano", "desviar", "conduzir longe da verdade". Nenhum coração é mais perverso que um coração de incredulidade. Nada ofende tanto a DEUS quanto nossa incredulidade. Todo pecado viola a lei justa de DEUS, mas alguns pecados insultam o próprio DEUS, como é o caso do pecado da incredulidade.

"Tende cuidado..." - No grego esta palavra (expressão) é blepo, que significa: "saber por experiência", "considerar".

"Perverso coração" - A palavra "perverso" no grego é poneros, descreve uma condição geral.

O vocábulo "coração" é comum no Antigo e no Novo Testamento, referindo-se ao homem interior. Freqüentemente está relacionado a parte emocional e intelectual do homem. Na Septuaginta (tradução do original hebraico do A.T., para o grego, completada cerca de duzentos anos antes de CRISTO), esse termo é usado cerca de mil vezes; e no N.T., é usado por cerca de cento e sessenta vezes.

A expressão "perverso coração" é encontrada no Antigo Testamento em Jeremias 16.12; 18.12. Quando o coração é endurecido vemos a ordem de desvio gradual: pecado, mente iludida, coração endurecido, incredulidade e apostasia.

PECADO DELIBERADO 

Ainda na epístola aos Hebreus vamos ler o capítulo 10 e os versículos 26 a 29: 

v.26: "Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados";

v.27: "pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários".

v.28: " Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés".

v.29: "De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o ESPÍRITO da graça?". 

O que é o pecado deliberado? No grego a expressão "deliberado" é hekousios que significa: "voluntário", "de boa vontade", "espontâneo". Quando estudamos a vida de Acaz o que vemos é justamente isso. Um homem que mesmo tendo uma herança espiritual divina, preferiu seguir seu próprio caminho.

Se você estuda a epístola aos Hebreus, perceberá que esse pecado está dentro do contexto de todo ensino que foi ministrado desde os versículos 19 a 25:

v.19: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de JESUS".

v.20: "pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne",

v.21: "e tendo grande sacerdote sobre a casa de DEUS",

v.22: "aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura".

v.23: "Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel".

v.24: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras".

v.25: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima". 

Quero que você preste atenção no versículo 26: "Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade...". Essa frase "pleno conhecimento da verdade" indica o que acabamos de ler nos versículos 19 a 25:

  1º. A verdade do sangue de CRISTO que nos abriu o caminho para o Santo dos Santos;

  2º.O termo "tendes" revela a certeza quanto à pessoa do nosso Sumo Sacerdote. Esse Sumo Sacerdote é o Filho de DEUS, nosso SENHOR JESUS.

  3º.Por causa da obra do nosso Sumo Sacerdote, podemos nos aproximar com total certeza e fé, porque nosso coração já foi purificado tanto pelo sangue como pelo trabalho da Palavra - (v.22).

  3º.O termo "guardemos firme a confissão" no original significa: "tomar posse daquilo que já foi declarado". Os versículos 19 e 20 nos mostram a obra, e o versículo 21 nos mostra a pessoa do Filho. Portanto, o versículo 23 nos exorta a tomar posse da obra e da pessoa do Filho. Aquele que fez a promessa é "fiel"; isto é, o Filho, nosso Sumo sacerdote é Fiel - (Hb 2.17). 

Depois de recebermos o pleno conhecimento da verdade, experimentarmos a CRISTO como nosso Sumo Sacerdote, que está a destra do Pai ministrando o Pai para dentro de nós. Depois de vermos que o caminho até o trono da graça está aberto pelo sangue de CRISTO. Depois de nos tornarmos participantes da Superioridade do sacrifício de CRISTO, e de todas as bênçãos eternas que temos em CRISTO, se viermos retroceder estaremos ferindo profundamente o coração de DEUS. Este é o pecado deliberado. Este é o tipo de pecado que as pessoas cometem de olhos abertos.

ANÁLISE TEXTUAL
 

Quero fazer uma análise mais detalhada de alguns termos segundo o original grego dos versículos:

"Quanto mais" - (v.29) - exprime a idéia de maior intensidade em relação à conseqüência do pecado deliberado.

"calcar aos pés o Filho de DEUS" - No grego é Katpateo indica "desprezo", "desdenho", "insultar". 

"profanar o sangue da aliança" - "profanar" significa: "tratar com irreverência", "desrespeitar", "ofender", "afrontar", "desonrar". Isso indica que podemos considerar o Sangue do SENHOR JESUS uma coisa comum.

"ultrajar o ESPÍRITO da graça" - No grego "ultrajar" é enubridzo, e significa: "não cumprir a lei", "desrespeitar", "transgredir", "ofender gravemente a dignidade de", "afrontar", "desonrar", "insultar". 

Quando traduzimos estes termos do original, podemos ver a gravidade de pecar deliberadamente contra DEUS, como fez Acaz. É rejeitar, desdenhar, tratar com irreverência a obra e a pessoa do Filho de DEUS; é ofender gravemente o ESPÍRITO SANTO, porque é ele quem aplica essas experiências na vida do cristão.
 

O DESPREZO À CRUZ DE CRISTO
 

O capítulo 16 de 2 Reis, versículos 10 a 16 nos contam que certo dia Acaz foi a Damasco, e lá viu um altar pagão. A Bíblia diz que Acaz tomou a planta daquele altar pagão e enviou ao sacerdote Urias para que se fizesse um altar idêntico àquele altar pagão.

Quando examinamos os versículos 12 a 15 vemos a seriedade da situação, vejamos:

v.12: "Vindo, pois, de Damasco o rei, viu o altar, chegou-se a ele e nele sacrificou".

v.13: "Queimou o seu holocausto e a sua oferta de manjares, derramou a sua libação e aspergiu o sangue das suas ofertas pacíficas naquele altar".

v.14: "Porém o altar de bronze, que estava perante o SENHOR, tirou ele de diante da casa, de entre o seu altar e a Casa do SENHOR e o pôs ao lado do seu altar, do lado norte".

v.15: "Ordenou também o rei Acaz ao sacerdote Urias, dizendo: Queima, no grande altar, o holocausto da manhã, como também a oferta de manjares da tarde, e o holocausto do rei, e a sua oferta de manjares, e o holocausto de todo o povo da terra, e a sua oferta de manjares, e as suas libações; todo sangue dos holocaustos e todo sangue dos sacrifícios aspergirás nele; porém o altar de bronze ficará para a minha deliberação posterior". 

Há algumas preciosas verdades que DEUS deseja nos falar dentro destes textos, vejamos:

1º.A troca dos valores espirituais. Acaz desprezou aquilo que era sagrado, aquilo que apontava para a cruz de CRISTO. Em Êxodo 27.1,2 o SENHOR falou a Moisés: "Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco, a largura (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. Dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze". Vejamos as lições espirituais contidas nesse altar:

1ª.Lição - O altar do sacrifício nos fala da obra da cruz.

2ª.Lição - A "madeira de Acácia" - a incorruptibilidade da vida humana do SENHOR JESUS.

3ª.Lição - O número "cinco" - é o número da responsabilidade do homem.

4ª.Lição - O número "três" - revela a "unidade da divindade na Trindade". É o número que fala da expressão da comunhão do DEUS-Triúno.

5ª.Lição - O número cinco fala-nos também da graça de DEUS é a medida da cruz de CRISTO. O Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO são as três pessoas da bendita Trindade divina. Essas três pessoas divinas são representadas pelo número 3. O número 4 é o número da criação. Por isso aqueles querubins que representam a criação, tinham quatro rostos. Em Apocalipses capítulo 4, DEUS é adorado pela criação. No capítulo 5 de Apocalipse DEUS é adorado pela redenção. Depois da obra da criação, DEUS descansou da obra da criação mas seguiu trabalhando em outra obra. "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" - (Jo 5.17). A obra que seguiu a criação foi a redenção. A graça, é representada pelo número 5, aparece no capítulo 5 de Apocalipses. Aparece o Cordeiro, que agora é adorado porque "com Seu sangue redimiu para DEUS, povos de toda língua e nações". Portanto, o número 5 é o número da graça.  

Como temos visto o "altar do sacrifício", que é uma figura da cruz de CRISTO, vemos a predominância do número cinco. O número cinco é o número que corresponde às medidas da cruz de CRISTO, pois espiritualmente nos fala da graça de DEUS. Esse "altar de bronze" era onde o cordeiro oferecido em sacrifício, e isso prefigurava a cruz de CRISTO, que é a mais elevada expressão da graça de DEUS. Nessas medidas do "altar do sacrifício" está à prova da graça de DEUS; isso nos revela também a obra perfeita de CRISTO. A altura deste "altar" era de "três côvados"; isto porque, a obra da cruz tinha que estar de acordo com o caráter de DEUS. Tinha que corresponder ao valor que DEUS exigia dela. Todas essas verdades espirituais foram às verdades que Acaz menosprezou; pois esse altar era uma sombra da cruz de CRISTO.
 

O PADRÃO DE DEUS
 

Será que compreendemos o padrão de DEUS em relação a serviço cristão? Será que entendemos que DEUS não aceita mistura do nosso serviço a Ele com as coisas do mundo? Será que isso não nos impressiona? Será que podemos perceber quantas coisas Acaz estava menosprezando?

Irmãos devemos ser claros em relação à nossa vida cristã, pois, quantas coisas temos introduzido na Igreja do SENHOR JESUS, só porque elas funcionam muito bem no mundo! Será que nos damos conta do quanto temos abandonado o modelo que DEUS nos tem dado, para introduzir aquilo que julgamos interessante e atrativo? Talvez o nosso modelo de adoração não atraia as pessoas, mas deve atrair a DEUS.

Podemos recordar a passagem de Romanos 1.23: "E mudaram a glória do DEUS incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis". Aqui neste texto a palavra grega para "mudaram" é allasso, que significa: "trocar uma coisa por outra". A palavra "semelhança" no grego é homoioma e significa: "figura", "imagem", "representação".