quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS - Arrependimento Tardio

Palavra ministrada em 26.03.09

Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. Foi dito que ele fez o que era mau aos olhos do SENHOR, de acordo com as abominações das nações que o SENHOR tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). A lista dos seus pecados é repulsiva. É chocante ver um rei que teve um pai como Ezequias, e viver uma vida moral e espiritual tão degradante como viveu Manassés. Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” - (2 Cr 33.6). Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” - (2 Rs 21.16). Em conseqüência dos seus pecados, DEUS fez com que Manassés fosse cativo com ganchos, amarrado com cadeias, para Assíria - (2 Cr 33.11).
Então Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante do SENHOR e pediu a misericórdia de DEUS - (2 Cr 33.12-13). Tão genuíno foi seu arrependimento, que o SENHOR realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração a DEUS e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente - (2 Cr 33.14-16).
Infelizmente o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham criado raízes profundas no reino do Sul, de modo que o povo não voltou para DEUS; seu próprio filho foi a realidade viva da conseqüência dos seus pecados. A Bíblia diz: “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Cr 33.20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com a depravação, a impiedade e a idolatria.
Não há nisto tudo uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidimos viver de acordo com nossa carne; quando decidimos viver conforme o padrão do mundo, gozando dos seus “privilégios” e depravação; quando vivemos uma vida moral e espiritual contrária à vida de DEUS, colheremos tragicamente as conseqüências do nosso pecado. Mesmo que um dia venhamos nos arrepender, devemos saber que DEUS perdoa nossos pecados, mas sofreremos com as consequências deles. E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos!

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Para falar sobre isso, primeiro quero mostrar o que o arrependimento não é. Arrependimento não é remorso. Muitas pessoas acham que esse abatimento em nossa consciência quando cometemos alguma falta é arrependimento. Isto não é arrependimento!
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Quero demonstrar isso descrevendo quatro características do que é o verdadeiro arrependimento:
1ª Característica do verdadeiro arrependimento - Convicção
A convicção é a certeza a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, dos nossos pecados. Enquanto não estivermos convictos dos nossos pecados, ainda não nos arrependemos de verdade. Corremos o perigo de termos uma convicção superficial dos nossos pecados, e isto nos levará mais cedo ou tarde a cairmos novamente. Precisamos ter consciência das atrocidades dos nossos pecados, porque senão, nos tornaremos ouvintes endurecidos.
Vejamos alguns exemplos:
Roboão – 2 Cr 12.5-9,13,14.
Asa – 2 Cr 16.7-10.
Joás – 2 Cr 24.17-24.
Amazias – 2 Cr 25.14-16.

Em todos esses exemplos podemos ver duas coisas: falta de convicção e corações endurecidos. A explicação está em um arrependimento superficial.
Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção.
Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o perdão do SENHOR.
DEUS usa duas ferramentas pelas quais Seu ESPÍRITO SANTO nos leva à convicção:

1º. A Consciência.
Muito antes de existir a Palavra escrita, DEUS tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do SENHOR entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: “Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso', disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), ' nos vem essa ansiedade” – (Gn 42.21).

Precisamos ver duas coisas importantes sobre nossa consciência:
1º. A consciência é 'uma faculdade divinamente implantada no homem, que lhe pede para fazer o que é certo'.
2º. Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

Um ponto que precisamos analisar com mais cuidado é que a consciência não é um guia seguro, porque freqüentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por DEUS. Ela tem que ser disciplinada pela Palavra de DEUS e ser sensível à voz do ESPÍRITO SANTO. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de JESUS, o Nazareno” - (At 26.9). A própria consciência precisa ser educada.

2º. A Palavra de DEUS:
A Palavra de DEUS é o instrumento pelo qual DEUS usa para produzir convicção. Em 2 Samuel 12, temos o episódio de Natã e Davi. Já havia passado um ano que Davi havia se deitado com Bate-Seba, e desde então ele ainda não tivera convicção do seu pecado. Vamos ler os textos:
v.1: “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”.
v.2: “Tinha o rico ovelhas e gado em grande número”;
v.3: “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”.
v.4: “Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado”.
v.5: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”.
v.6: “E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu”.
v.7: “Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul”;
v.8: “dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas”.
v.9: “Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom”.
v.10: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher”.
v.11: “Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol”.
v.12: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol”.
v.13: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás”.


PECADO É UMA QUESTÃO INTERIOR

O arrependimento na vida de um cristão deve ser algo profundo. Vamos ler em Romanos capítulo 7 e o versículos 7 e 8:
v.7: “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: Não cobice”.
v.8: “Mas o pecado, achando ocasião, operou em mim pelo mandamento toda a cobiça; porque sem a Lei o pecado está morto”.
1º. O propósito da lei foi revelar o pecado em nós. A lei trouxe a consciência da real natureza do pecado.
2º. Note no versículo 7 que Paulo diz duas vezes: “me fez saber” e “eu não saberia”. O primeiro termo saber, no grego é gnosko e significa “perceber”, “sentir”; o mas o segundo é oida e tem uma conotação mais forte, que é “conhecer absolutamente”, isto é, conhecer como resultado de reflexão e experiência. No primeiro caso é uma espécie de “apreensão ou percepção”, mas no segundo parafraseando ele diz: “eu nunca teria sentido as profundezas do meu ser, nem teria pleno entendimento e plena experiência do sentido da concupiscência, e do papel que ela desempenha na minha vida, se a lei não tivesse dito: “não cobiçarás”. Isso nos mostra duas coisas:
1. A lei não somente levara Paulo a ver que a concupiscência é pecado;
2. Como a enxergar o terrível poder que ela exercera em sua vida.

Vejamos este ensino nas palavras do SENHOR JESUS

O SENHOR JESUS em Seu ministério de ensino empenhou para deixar esse assunto da função da lei e a relação dela com o homem bem claro.
Nosso problema em relação ao pecado é que pensamos em pecado como sendo algo externo. Esse era o problema do judaísmo religioso daquele tempo.
No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 21 até o fim do capítulo, o SENHOR trata desse assunto especificamente, pois os fariseus estavam ensinando enganosamente as pessoas a pensarem que enquanto você não adultera, você não está debaixo da condenação da lei. Vejamos o versículo 28 aqui do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Vejamos três lições aqui:
1ª lição – A lei é espiritual, e está interessada no coração do homem e em sua atitude para com DEUS.
2ª lição – Um desejo é tão condenável quanto o ato.
3ª lição – Desejar pecar é pecar. Podemos pecar em nossos pensamentos e imaginações.

Quero concluir esse ensino com as palavras do nosso SENHOR em Lucas 16.15: “Mas JESUS lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas DEUS conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de DEUS”.

Agora você vê o lugar da Palavra de DEUS nos convencendo do pecado e nos conduzindo pelo ESPÍRITO SANTO ao arrependimento.

2ª Característica do verdadeiro arrependimento - Contrição.
O que é contrição? É o profundo sentimento de tristeza segundo DEUS; é a humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema de muitos cristãos.
O que DEUS quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo.
Vamos ler dois textos nos Salmos:
Sl 34.18: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a DEUS são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó DEUS”.

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