sábado, 21 de março de 2009

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR
 

2 Rs 18 – 20.21; 2 Cr 29 – 32.33 

 

INTRODUÇÃO

 

Vamos avançar em nosso estudo sobre os reis de Judá. Hoje iremos estudar sobre Ezequias, que foi o décimo segundo rei de Judá. Ezequias foi um rei piedoso, que promoveu uma reforma espiritual em Judá. Ele fez aquilo que nenhum outro descendente de Davi havia feito. Suas reformas estavam relacionadas com o serviço ao SENHOR e o ministério da casa do SENHOR.

Quando estudamos a vida de Ezequias, podemos dividi-la em quatro etapas:

1ª – Suas reformas - 2 Cr 29 – 31.20;

2ª – Sua vitória sobre a Assíria – 2 Cr 32.1-23;

3ª – Sua doença - 2 Rs 20.1-11; 2 Cr 32.24-26;

4ª – Sua insensatez diante dos emissários da Babilônia - 2 Rs 20.12-19.

O que está evidente na história de Ezequias é que a Bíblia não esconde de nós as suas falhas, e como o ESPÍRITO SANTO usa esses erros para nos disciplinar, pois podemos perceber o que reside dentro de nós, mesmo quando buscamos ser íntegros diante do SENHOR. 

Como precisamos ser cuidadosos mesmo quando temos em nosso coração o desejo de corresponder fielmente a toda vontade de DEUS!

 

MINISTROS E MINISTÉRIOS

 

Nos versículos 4, 5, 16 e 17 de 2 Crônicas 29 vemos algo a respeito da restauração do ministério ao SENHOR:

v.4: “Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça oriental”

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

v.17: “Começaram, pois, a santificar no primeiro dia do primeiro mês; ao oitavo dia do mês, vieram ao pórtico do SENHOR e santificaram a Casa do SENHOR em oito dias; no décimo sexto dia do mês, acabaram”.

 

Meditando nestes textos podemos ver que essa restauração começa com os sacerdotes e levitas. Os levitas falam do serviço ao SENHOR; Os sacerdotes falam do ministério ao SENHOR.

 

Levitas e sacerdotes nos falam de ministros e ministérios. Precisamos atentar para dois textos:

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

 

Nestes textos podemos ver claramente alguns pontos importantes que descrevem para nós o que na prática tem sido o cristianismo neste tempo em que vivemos. Quero que você note alguns pontos:

1º. Olhe o termo imundícia registrado nestes dois versículos. O escritor usou dois termos diferentes para esta palavra: o primeiro, no versículo 5, é niddah, que fala de “impureza cerimonial”; o segundo termo no versículo 16 é tum’ah que fala de uma “massa imunda”. Isso está espiritualmente relacionado com tudo aquilo que tem sido praticado pelo povo de DEUS e que não corresponde ao caráter de DEUS. Nossa forma de culto, nossa liturgia, ministérios profissionais, todas essas coisas ferem o caráter santo de DEUS pela forma como elas estão sendo conduzidas no serviço e no ministério ao SENHOR. A ordem aqui é que todo lixo que resida na casa de DEUS, que é a Sua Igreja, o Corpo de CRISTO, deve ser retirado. 

 

2º.A consonância entre os levitas e sacerdotes: O versículo 16 nos diz que “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”. O trabalho dos sacerdotes era purificar, isto é, limpar toda a sujeira, e os levitas tomaram essa sujeira e a lançaram fora, no ribeiro de Cedrom. Este texto nos ensina a importância que cada ministério e serviço tem diante de DEUS, para que haja frutificação que venha glorificar a DEUS. Em 1 Coríntios 3 e os versículos 6 a 9, Paulo diz assim: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de DEUS. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas DEUS, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de DEUS somos cooperadores; lavoura de DEUS, edifício de DEUS sois vós”. O apóstolo Paulo usava um termo para designar aqueles que trabalhavam lado a lado com ele no serviço, no ministério e na obra de DEUS – “cooperador”:  

Rm 16.9: “Saudai a Urbano, que é nosso cooperador em CRISTO”. 

Rm 16.21: “Saúda-vos Timóteo, meu cooperador”.

2 Co 8.23: “Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador convosco”.

Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades”.

Fp 4.3: “A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida”.

Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso colaborador”.

Fl 1.24: “Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores”.  

 

Como esse exemplo de Paulo deve ser algo prático em nosso serviço e ministério ao SENHOR! O mundo ensina a competitividade, mas no serviço e no ministério ao SENHOR não deve haver esse comportamento, pois tem sido nessa brecha que o inimigo tem penetrado para gerar ciúmes e todo tipo de contenda, ferindo os princípios da Palavra de DEUS, que nos ensinam quanto ao serviço e o ministério cristão.

Veja como Paulo deixa transparecer seu carinho e amor por aqueles que trabalhavam juntamente com ele: 

  2 Co 8.23: “Tito, é meu companheiro”;

  Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas”. Ainda no capítulo 4 e o versículo 3 Paulo diz: “A ti, fiel companheiro de jugo”. O termo que Paulo usa aqui para “companheiros de jugo” é suzeugnumi, que retrata para nós dois bois trabalhando juntos presos por um jugo.

  Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso cooperador”.

 

  Que consideração havia no coração desse apóstolo! Como ele valorizou cada um daqueles que trabalhou ao seu lado! Podemos ver em todos esses textos, as chaves do caminho de DEUS na vida de Paulo; como o SENHOR pôde avançar em sua vida, e usá-lo de maneira extraordinária. 

 

 

O QUE SIGNIFICAM MINISTROS E MINISTÉRIOS NO SENTIDO PRÁTICO?

 

  Ministério fala de algo que vem de DEUS e ministros fala de algo vai para DEUS. Ministério é DEUS ministrando, e ministros, nos falam de DEUS ministrado. Todos os que servem à Igreja, servem em primeiro lugar e antes de tudo, a DEUS. Servir à Igreja ou ministrar ao povo é diferente de ministrar a DEUS, e servir ao povo sem servir a DEUS é o caminho do fracasso; é servir a si mesmo. Uma das características que vemos na Bíblia para o ministério ao SENHOR é o sacerdócio. Esse assunto é igual tanto no Antigo como no Novo Testamento. 

  Lembre-se que a intenção perfeita de DEUS era que Seu povo fosse um reino de sacerdotes. O primeiro grande exemplo que temos é o de Melquisedeque em Gênesis capítulo 14 e os versículos 19 a 20; depois em Êxodo 19.5 e 6, onde o SENHOR diz: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. O apóstolo Pedro diz em sua Primeira epístola no capítulo 2 e o versículo 9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de DEUS”. Devemos ser um reino de sacerdotes, reis e sacerdotes para DEUS. Embora este seja o plano original de DEUS, Israel falhou com respeito a ele. 

Quando Moisés desceu do Monte com os Dez Mandamentos, os israelitas já estavam adorando o bezerro de ouro. Então Deus disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho” - (Êx 32.27). Entretanto, apenas os levitas obedeceram; e daquela ocasião em diante o ministério sacerdotal foi concedido a eles. No caso dos filhos de Coré, em Números capítulo 16, o que estava em questionamento era quem era santo e quem podia servir a DEUS. Eles reivindicaram que todos eram santos e todos podiam igualmente servir a DEUS. Mas o SENHOR os julgou. A terra se abriu e engoliu todos os homens que pertenciam a Coré, junto com todos os seus bens, e fogo saiu de diante do SENHOR e devorou os duzentos e cinqüenta homens que haviam oferecido incenso. 

Disso podemos extrair algumas lições espirituais:

1ª lição - Existe vida para aqueles que são designados por DEUS para servi-Lo, mas para aqueles que não são chamados e, ainda assim, se apresentam e tentam servi-Lo por sua própria iniciativa, simplesmente porque assim desejam fazer, para eles há apenas destruição. Isso não é algo sem importância, é uma questão de vida ou morte.

2ª Lição - Todos os filhos de DEUS são sacerdotes, mas não podem executar este ofício sem qualificações especiais. Não podemos exercitar nossa função designada como sacerdotes de acordo com o que naturalmente somos. Espiritualmente falando, apenas Moisés, Arão e os levitas podiam executar esse ofício. Vemos esse princípio no caso de Coré, Datã e Abirão: quando os duzentos e cinqüenta príncipes da congregação ofereceram fogo falso nos incensários, eles foram consumidos.

3ª Lição – No capítulo 17 de Números, vemos a vara de Arão e as varas representativas das outras tribos sendo colocadas diante do da tenda da congregação, perante o testemunho. No dia seguinte, apenas a vara de Arão floresceu. Isso nos fala tipologicamente de ressurreição, a vida que sai da morte. Somente os que passaram pela morte e entraram na vida de ressurreição podem ministrar ao SENHOR. Eles precisam conhecer a morte da cruz. Espiritualmente temos que entender que a ressurreição significa que a pessoa passou pela morte e recebeu nova vida; ressurreição é vida entrando na morte e emergindo em nova vida.

4ª Lição - Todo ministério que perdeu sua ênfase sacerdotal acima de todas as coisas já fracassou. Se alguém não foi à presença de DEUS em primeiro lugar, ele não pode ministrar DEUS com qualquer mensagem ou serviço de valor. Se não ficamos na presença de DEUS como sacerdotes, toda a nossa obra, testemunho, movimentação e esgotamento serão apenas um ministério ao homem e não ao SENHOR.

 

  O ministério significa que DEUS fará algo através dos homens, e ministros fala dos homens ministrando algo para DEUS. É significativo que quando as portas estão fechadas na Casa de DEUS, há uma verdadeira confusão no sentido prático do ministério e dos ministros. 

  No versículo 17 diz que os sacerdotes “santificaram a casa do SENHOR em oito dias”. Precisamos penetrar na verdade deste texto para nossa experiência cristã: O número oito - é mencionado 80 vezes na Bíblia. Sua raiz no hebraico dá a idéia de superabundar. 8 = 7+1, que fala de algo mais que perfeito. Os milagres de Elias foram oito e os de Eliseu foram dezesseis. O primogênito deveria ser dado ao SENHOR no oitavo dia (Ex 22.29,30). 

  Todas essas ilustrações nos levam a considerar algo impressionante que DEUS deseja nos falar. O “oitavo dia” também nos fala da ressurreição. CRISTO ressuscitou no oitavo dia. O ministério que estará restaurando a Casa de DEUS será no poder da ressurreição de CRISTO - (Jo 20.19-22; Ef 1.19-20).

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