sexta-feira, 24 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS (Continuação)

Palavra ministrada dia 02.04.09

3ª Característica do verdadeiro arrependimento - Confissão de pecado
   
Se tivermos verdadeira contrição, ela nos levará a confessar nossos pecados. Nosso ego, nossa carne faz com que venhamos esconder e encobrir nossos pecados. Há muito pouca confissão deles. O ensino da Bíblia é que devemos confessar nossos pecados a DEUS. Vejamos alguns textos que nos ensinam isso:
Sl 32.5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado”.
Sl 38.18: “Confesso a minha iniqüidade; suporto tristeza por causa do meu pecado”.
1 Jo 1.9: “ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

A Bíblia diz: “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará” - (Pv 28.13); ainda em Números 32.23 diz: “Sabei que o vosso pecado vos há de achar”. Por mais que você tente enterrar o seu pecado, este tornará a aparecer mais cedo ou mais tarde, se não for apagado pelo Filho de Deus. Se o homem nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos, é melhor você e eu desistirmos de tentar. 

Exemplos do falso arrependimento:
Faraó - Êx 9.27.
Balaão – Nm 22.34.
Saul – 1 Sm 15.24.
 

4ª Característica do verdadeiro arrependimento - Conversão

A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão, até que se tenha dado esses três passos. 
Agora, a palavra conversão significa duas coisas. Dizemos que uma pessoa é 'convertida' quando nasce de novo. Mas conversão também tem um significado diferente na Bíblia. Pedro disse: “Arrependei-vos...e convertei-vos...” - (At 3.19). Existe uma versão que traduz assim: “Arrependei-vos e voltai-vos”. Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para DEUS. Certo teólogo de outra época disse: “Todos nós nascemos de costas para DEUS”. O arrependimento é uma mudança de trajetória. É uma volta de cento e oitenta graus. ' 
Pecado é afastar-se de DEUS. Como alguém disse, é aversão a DEUS e conversão para o mundo; enquanto que o verdadeiro arrependimento significa conversão a DEUS e aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Deixamos a velha vida, somos transportados do reino das trevas para o reino da luz. Salomão disse: “Se o povo orar... e confessar teu nome, e se converter dos seus pecados...” - (2 Cr 6,26). 
Oração e confissão não seriam de proveito nenhum enquanto o povo continuasse em pecado. Vamos prestar atenção ao chamado de DEUS. Vamos abandonar o velho caminho perverso. Voltemos ao SENHOR, e Ele terá misericórdia de nós, e ao nosso DEUS, porque Ele perdoará abundantemente. 
O significado completo e literal da palavra “arrependimento” no Novo Testamento é “sentir autocensura pelos pecados cometidos contra DEUS; estar contrito, entristecido, querer mudar de direção”. A diferença no significado aqui está na palavra “querer”.
 O verdadeiro arrependimento inclui o desejo de mudar! Além disso, simplesmente ficar triste não constitui arrependimento. Pelo contrário, a verdadeira tristeza leva ao arrependimento. Paulo declara: “Porque a tristeza segundo DEUS opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” - (2 Co 7:10) 


CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

Vamos ler Apocalipse 2.16: “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca”. Este texto é uma referência à Igreja de Pérgamo. Esta Igreja foi caracterizada pelo mundanismo. Quando estudamos as sete cartas às Igrejas da Ásia, vemos que em cinco dessas cartas, o SENHOR chama Sua Igreja ao arrependimento - (2.5, 16, 21; 3.3,19). O chamado ao arrependimento é uma grande demonstração da misericórdia e do amor de DEUS para conosco. 
Após revelar a profundidade do pecado dessa Igreja, o SENHOR JESUS fala da necessidade do arrependimento. Nunca podemos ignorar que a ira de DEUS é o outro lado do Seu amor. Mas não podemos rejeitar esse convite ao arrependimento. O paganismo e o mundanismo são coisas que CRISTO odeia na vida da Sua Igreja.
O arrependimento aqui inclui nossa conduta em relação à edificação da Igreja; nossa atitude em relação à Palavra de DEUS. Nosso comportamento mundano, que é uma prostituição espiritual, e que, portanto, fere nossa integridade espiritual, necessita ser profundamente tocado pela obra da cruz.
Precisamos nos arrepender por menosprezar a centralidade de CRISTO entre nós, e em seu lugar introduzir homens que são verdadeiros nicolaítas, que funcionam como liderança entre nós, sobrepujando o pastorado de CRISTO. Precisamos nos arrepender por dar culto a pessoas e coisas, e não cultuar Aquele que é digno de toda honra e de toda glória. Nossas práticas, as quais descrevemos como cristãs, estão maculadas de comportamentos e ensinamentos pagãos e mundanos. É por isso que CRISTO nos convida ao arrependimento.

“... arrepende-te...”

No grego, o termo para arrependimento é metanoeo, que significa: “mudança de mente”. Podemos encontrar no Novo testamento outra palavra que nos mostra mais detalhadamente o sentido prático desse arrependimento, que é metamellomai. Esta palavra refere-se a uma “mudança emocional”, “uma mudança de escolha”, “significa nada mais que um pesar equivalente a remorso”. Remorso é uma inquietação, abatimento da consciência que percebe ter cometido uma falta, um erro (Mt 27.3). No Novo Testamento a palavra metanoeo é mais comum. Os escritores neotestamentários usaram esta palavra 32 vezes, enquanto metamellomai, foi usada 5 vezes. Arrependimento é uma palavra que precisa ser estudada no contexto do ministério do SENHOR JESUS, como também, no ministério dos escritores neotestamentários.

A Mensagem de Arrependimento no Ministério de CRISTO

Quando o SENHOR JESUS iniciou Seu glorioso ministério de pregação e ensino, ele o iniciou pregando arrependimento. Sua primeira mensagem após ter sido tentado no deserto foi: “Deste então, começou JESUS a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” - (Mt 4:17). Veja que o SENHOR JESUS chamou o povo ao arrependimento antes mesmo de chamá-lo a crer! Olhe o que Marcos escreve, “... veio JESUS à Galiléia, pregando o evangelho do Reino de DEUS e dizendo: o tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Mc 1:14-15). Atente para algo especial nesta passagem. O SENHOR JESUS disse: “Arrependei-vos e crede” – arrependa-se e creia. O arrependimento vem primeiro. Só podemos crer se primeiro nos arrependermos. 
O que nos impede de crer na Palavra de DEUS é porque não nos arrependemos. Quando isso acontece, a Palavra de DEUS fica livre para fluir em nós. Quando estudamos sobre o Evangelho que CRISTO pregou, vemos que Sua mensagem era para o arrependimento. 


Vamos notar duas passagens:
Mt 9.13: “... Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Lc 13.3: “Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
O evangelho que o SENHOR JESUS pregou era sobre o arrependimento! 

No ministério de João Batista:

Quando João Batista foi pregar aos judeus, sua mensagem era simples e direta: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” - (Mt 3.1-2). João viveu num tempo em que seu encargo era preparar o caminho para o Messias. As pessoas vinham de todos os lugares para ouvir suas preleções, e ele era direto em sua mensagem. O conteúdo da mensagem de João era o seguinte: “o CRISTO está chegando, preparem seus corações para recebê-Lo”. Sua vinda não era uma questão de entusiasmo, mas de santidade. “Vocês precisam estar com seus corações preparados para se encontrarem com Ele. A religiosidade não pode capacitar vocês, pois seus corações estão cheios de pecados. Arrependei-vos – essa é a condição”. 
A mensagem de João Batista deve ser prática dentro do nosso contexto espiritual. Estamos na eminência da vinda do SENHOR JESUS, portanto, o convite é, arrependei-vos. Se quisermos nos encontrar com Ele, devemos saber que o arrependimento é o caminho.

No ministério de Pedro:

Vamos atentar ainda para o ministério de Pedro. Que Evangelho pregou ele às multidões no dia de Pentecostes? Pedro pregou o Evangelho do reino. Qual era a essência desse Evangelho? O arrependimento! A Bíblia nos diz que quando o povo escutou o apóstolo testemunhar, “... compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO” (At 2.37-38). Se desejamos experimentar a obra do ESPÍRITO SANTO em nós, precisamos nos arrepender.
O ministério de Paulo:

Se você prossegue estudando o ministério dos apóstolos, você verá que eles deram grande ênfase à mensagem do arrependimento. Quando Paulo foi a Atenas, qual foi o teor do Evangelho que ele pregou no Areópago? Veja, ele disse diretamente: “... DEUS...anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” - (At 17.30). Veja o que Paulo nos diz em sua Segunda Carta aos Coríntios: “Porque a tristeza segundo DEUS produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.” (2 Co 7:10). Vamos considerar algumas palavras neste texto, para que sejamos introduzidos em sua essência.
“tristeza” – no grego este vocábulo é lupe, que nos fala de “dor”, “angústia”, “aflição”, “pesar”, “de lamentação de pessoas enlutadas”.
“produz”- No grego esta palavra é katergazomai. Ela vem de dois vocábulos: kata - que é uma partícula primária, e significa: “abaixo de”, “por toda parte”, “de acordo com”; ergazomai – “trabalhar”, “executar”, “produzir”, “modelar, isto é, tornar alguém próprio para algo”.
Quando lemos esse texto que Paulo escreveu aos irmãos em Corinto podemos ver alguns significados que podemos extrair desse arrependimento: “tristeza sem reservas”, que adere à vida da pessoa arrependida. Essa “tristeza divina produz, de maneira natural, arrependimento, que inclui aversão ao pecado”; “justo temor a DEUS e desejo de corrigir todos os erros”. Quando estudamos sobre a Igreja de Corinto, vemos como esses irmãos foram ricamente abençoados por DEUS. 
Apolo, Pedro e Paulo foram os instrumentos de DEUS para a edificação dessa Igreja. Todavia, muitos irmãos permaneciam em abundante pecado. Podemos facilmente notar isso nas palavras de Paulo, quando diz: “Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Receio que, indo outra vez, o meu DEUS me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” – (2 Co 12.20,21). Qual era o temor de Paulo? Era simplesmente este, que: “... pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” - (v.21). Podemos sentir nas palavras de Paulo que ele era compassivo, que amava aqueles cristãos acomodados e carnais de Corinto. Contudo, sabia que eles haviam sido bem ensinados, de que era incorreto viver um estilo de vida pecaminoso. E lhes disse: "Quando eu lhes visitar, vocês me verão abaixar o rosto como sinal de desgosto. Dos meus olhos fluirão lágrimas, e minha voz irá gritar de dor. Se eu verificar que vocês continuam entregando-se às imundícias, à fornicação e à luxúria, ficarei totalmente desalentado - porque o evangelho não fez a obra nos seus corações. Vocês ainda não se arrependeram dos seus pecados. E clamarei em alta voz para que se arrependam!”. Creio que poderemos acreditar que, parafraseadamente, estas foram as palavras de Paulo.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS - Arrependimento Tardio

Palavra ministrada em 26.03.09

Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. Foi dito que ele fez o que era mau aos olhos do SENHOR, de acordo com as abominações das nações que o SENHOR tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). A lista dos seus pecados é repulsiva. É chocante ver um rei que teve um pai como Ezequias, e viver uma vida moral e espiritual tão degradante como viveu Manassés. Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” - (2 Cr 33.6). Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” - (2 Rs 21.16). Em conseqüência dos seus pecados, DEUS fez com que Manassés fosse cativo com ganchos, amarrado com cadeias, para Assíria - (2 Cr 33.11).
Então Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante do SENHOR e pediu a misericórdia de DEUS - (2 Cr 33.12-13). Tão genuíno foi seu arrependimento, que o SENHOR realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração a DEUS e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente - (2 Cr 33.14-16).
Infelizmente o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham criado raízes profundas no reino do Sul, de modo que o povo não voltou para DEUS; seu próprio filho foi a realidade viva da conseqüência dos seus pecados. A Bíblia diz: “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Cr 33.20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com a depravação, a impiedade e a idolatria.
Não há nisto tudo uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidimos viver de acordo com nossa carne; quando decidimos viver conforme o padrão do mundo, gozando dos seus “privilégios” e depravação; quando vivemos uma vida moral e espiritual contrária à vida de DEUS, colheremos tragicamente as conseqüências do nosso pecado. Mesmo que um dia venhamos nos arrepender, devemos saber que DEUS perdoa nossos pecados, mas sofreremos com as consequências deles. E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos!

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Para falar sobre isso, primeiro quero mostrar o que o arrependimento não é. Arrependimento não é remorso. Muitas pessoas acham que esse abatimento em nossa consciência quando cometemos alguma falta é arrependimento. Isto não é arrependimento!
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Quero demonstrar isso descrevendo quatro características do que é o verdadeiro arrependimento:
1ª Característica do verdadeiro arrependimento - Convicção
A convicção é a certeza a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, dos nossos pecados. Enquanto não estivermos convictos dos nossos pecados, ainda não nos arrependemos de verdade. Corremos o perigo de termos uma convicção superficial dos nossos pecados, e isto nos levará mais cedo ou tarde a cairmos novamente. Precisamos ter consciência das atrocidades dos nossos pecados, porque senão, nos tornaremos ouvintes endurecidos.
Vejamos alguns exemplos:
Roboão – 2 Cr 12.5-9,13,14.
Asa – 2 Cr 16.7-10.
Joás – 2 Cr 24.17-24.
Amazias – 2 Cr 25.14-16.

Em todos esses exemplos podemos ver duas coisas: falta de convicção e corações endurecidos. A explicação está em um arrependimento superficial.
Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção.
Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o perdão do SENHOR.
DEUS usa duas ferramentas pelas quais Seu ESPÍRITO SANTO nos leva à convicção:

1º. A Consciência.
Muito antes de existir a Palavra escrita, DEUS tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do SENHOR entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: “Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso', disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), ' nos vem essa ansiedade” – (Gn 42.21).

Precisamos ver duas coisas importantes sobre nossa consciência:
1º. A consciência é 'uma faculdade divinamente implantada no homem, que lhe pede para fazer o que é certo'.
2º. Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

Um ponto que precisamos analisar com mais cuidado é que a consciência não é um guia seguro, porque freqüentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por DEUS. Ela tem que ser disciplinada pela Palavra de DEUS e ser sensível à voz do ESPÍRITO SANTO. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de JESUS, o Nazareno” - (At 26.9). A própria consciência precisa ser educada.

2º. A Palavra de DEUS:
A Palavra de DEUS é o instrumento pelo qual DEUS usa para produzir convicção. Em 2 Samuel 12, temos o episódio de Natã e Davi. Já havia passado um ano que Davi havia se deitado com Bate-Seba, e desde então ele ainda não tivera convicção do seu pecado. Vamos ler os textos:
v.1: “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”.
v.2: “Tinha o rico ovelhas e gado em grande número”;
v.3: “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”.
v.4: “Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado”.
v.5: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”.
v.6: “E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu”.
v.7: “Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul”;
v.8: “dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas”.
v.9: “Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom”.
v.10: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher”.
v.11: “Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol”.
v.12: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol”.
v.13: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás”.


PECADO É UMA QUESTÃO INTERIOR

O arrependimento na vida de um cristão deve ser algo profundo. Vamos ler em Romanos capítulo 7 e o versículos 7 e 8:
v.7: “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: Não cobice”.
v.8: “Mas o pecado, achando ocasião, operou em mim pelo mandamento toda a cobiça; porque sem a Lei o pecado está morto”.
1º. O propósito da lei foi revelar o pecado em nós. A lei trouxe a consciência da real natureza do pecado.
2º. Note no versículo 7 que Paulo diz duas vezes: “me fez saber” e “eu não saberia”. O primeiro termo saber, no grego é gnosko e significa “perceber”, “sentir”; o mas o segundo é oida e tem uma conotação mais forte, que é “conhecer absolutamente”, isto é, conhecer como resultado de reflexão e experiência. No primeiro caso é uma espécie de “apreensão ou percepção”, mas no segundo parafraseando ele diz: “eu nunca teria sentido as profundezas do meu ser, nem teria pleno entendimento e plena experiência do sentido da concupiscência, e do papel que ela desempenha na minha vida, se a lei não tivesse dito: “não cobiçarás”. Isso nos mostra duas coisas:
1. A lei não somente levara Paulo a ver que a concupiscência é pecado;
2. Como a enxergar o terrível poder que ela exercera em sua vida.

Vejamos este ensino nas palavras do SENHOR JESUS

O SENHOR JESUS em Seu ministério de ensino empenhou para deixar esse assunto da função da lei e a relação dela com o homem bem claro.
Nosso problema em relação ao pecado é que pensamos em pecado como sendo algo externo. Esse era o problema do judaísmo religioso daquele tempo.
No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 21 até o fim do capítulo, o SENHOR trata desse assunto especificamente, pois os fariseus estavam ensinando enganosamente as pessoas a pensarem que enquanto você não adultera, você não está debaixo da condenação da lei. Vejamos o versículo 28 aqui do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Vejamos três lições aqui:
1ª lição – A lei é espiritual, e está interessada no coração do homem e em sua atitude para com DEUS.
2ª lição – Um desejo é tão condenável quanto o ato.
3ª lição – Desejar pecar é pecar. Podemos pecar em nossos pensamentos e imaginações.

Quero concluir esse ensino com as palavras do nosso SENHOR em Lucas 16.15: “Mas JESUS lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas DEUS conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de DEUS”.

Agora você vê o lugar da Palavra de DEUS nos convencendo do pecado e nos conduzindo pelo ESPÍRITO SANTO ao arrependimento.

2ª Característica do verdadeiro arrependimento - Contrição.
O que é contrição? É o profundo sentimento de tristeza segundo DEUS; é a humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema de muitos cristãos.
O que DEUS quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo.
Vamos ler dois textos nos Salmos:
Sl 34.18: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a DEUS são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó DEUS”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS – As Riquezas do Coração

3ª PARTE

 A Bíblia diz no capítulo 32 e o versículo 27 que “Ezequias teve riquezas e glórias em grande abundância”. Quando estudamos sua vida, vemos o quanto o SENHOR lhe prosperou; isto porque ele deu toda a primazia a DEUS em sua vida e no seu serviço. Ele entendeu que não poderia governar sem que primeiro houvesse uma restauração do Testemunho do SENHOR.
 Seu governo esteve comprometido em restaurar o ministério da casa do SENHOR; e isto trouxe aprovação diante de DEUS. 
 Dois aspectos que podemos observar ao estudar sua história é ver seu sua humildade e um coração quebrantado. No capítulo 32 e o versículo 26 diz que “Ezequias, porém, se humilhou por se ter exaltado o seu coração”. Quando recordamos a história desses reis, vemos que o orgulho foi a causa da ruína de muitos desses reis de Judá.
 Salomão – 1 Rs 10.23-28; 11.1-4: “Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que DEUS lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas; assim, ano após ano. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavalarianos, que distribuiu às cidades para os carros e junto ao rei, em Jerusalém. Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros em abundância como os sicômoros que estão nas planícies. Os cavalos de Salomão vinham do Egito – (Dt 17.16) e da Cilícia; e comerciantes do rei os recebiam da Cilícia por certo preço. Importava-se, do Egito, um carro por seiscentos siclos de prata e um cavalo por cento e cinqüenta; nas mesmas condições, as caravanas os traziam e os exportavam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o SENHOR dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os seus DEUSes. A estas se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros DEUS; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu DEUS, como fora o de Davi, seu pai.
 Roboão – 2 Cr 12.1: “Tendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do SENHOR, e, com ele, todo o Israel”.
 Josafá - 2 Cr 17.12; 18.1: “Josafá se engrandeceu em extremo, continuamente; e edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá. Tinha Josafá riquezas e glória em abundância; e aparentou-se com Acabe”.
 Uzias - 2 Cr 26.8,15b,16: Os amonitas deram presentes a Uzias, cujo renome se espalhara até à entrada do Egito, porque se tinha tornado em extremo forte... divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu DEUS, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso”.
Nesses textos podemos ver claramente que o orgulho, a luxuria tornou-se a causa da megalomania desses reis, e consequentemente a ruína. Mas, quando estudamos a vida de Ezequias, vemos que diferentemente desses outros reis, ele tinha um coração quebrantado, um coração rendido ao SENHOR; um coração puro.


CORAÇÃO PURO


 Quando a Bíblia diz que Ezequias “se humilhou por se ter exaltado o seu coração” – (2 Cr 32.26) nos mostra que a humildade é uma questão do coração; não é algo exterior e sim interior. O sentimento aqui é de pureza. Isto fez toda diferença em sua vida diante de DEUS. 
 Em Mateus 5.8 o SENHOR JESUS disse: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a DEUS”. Quando você estuda esse texto a conclusão que chega é que não podemos exaurir o significado desse versículo.
 Quero destacar dois pontos importantes no estudo desta bem-aventurança:
 1º.É importante considerar que o texto desta bem-aventurança está intimamente ligado às demais.
 2º.Entenda que o SENHOR JESUS não selecionou ao acaso essas declarações. É evidente que há uma definida seqüência de pensamento, e a nossa tarefa consiste em tentar descobrir essa seqüência. Vejamos por exemplo: 
 As três primeiras bem-aventuranças, falam da vital importância da profunda consciência de nossa necessidade – “humildes de espírito, os que choram, os mansos” 
 E em seguida as três primeiras bem-aventuranças, o SENHOR JESUS diz: “bem-aventurado os que tem fome e sede de justiça...” – aqui vemos DEUS se aproximar de nós, dando-nos Sua majestosa resposta, suprindo todas as nossas necessidades em CRISTO JESUS. 
 O resultado que obtemos é que nós tornamos ‘misericordiosos”, “limpos de coração” e “pacificadores”. E finalmente, o reino das trevas se levantará com mais veemência contra nós, e por isso, seremos “perseguidos por causa da justiça”.


COMO PODEMOS TER UM CORAÇÃO PURO?


 A única maneira de alguém ter o coração limpo é reconhecer toda a impureza que há dentro dele. Precisamos lamentar em face ao nosso coração. 
 Jeremias disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” – (Jr 17.9). Vamos atentar para três palavras nesse texto:
 1.“enganoso” fala de “astucioso”, “traiçoeiro”. 
 2.“desesperadamente” – “mergulhado em desespero”, “extremamente aflito”, “atormentado” e “sem esperança”.
 3.“corrupto” – A palavra hebraica aqui é anash e significa: “estar fraco”, “doente”, “frágil”, “ser incurável”. 

 Como somos necessitados da ajuda do SENHOR em nossa vida. Somos totalmente dependentes do SENHOR. Não podemos confiar em nós mesmos. Esse foi o segredo espiritual de Ezequias, e por isso, ele teve sensibilidade de entender a necessidade da restauração do Testemunho do SENHOR.


O CORAÇÃO PURO É UM DOM DE DEUS


 Em sua comissão de despedida a Salomão, Davi impôs a ele o dever de servir a DEUS com coração perfeito, visto que é DEUS que sonda os nossos cora¬ções. Ele orou a DEUS e disse: “E a Salomão, meu filho, dá coração perfeito para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos” - (1 Cr 29.19). O termo hebraico aqui para “perfeito” é shalem que significa “completo”, “íntegro”.
 O que é este coração perfeito?
 1º.O coração perfeito é um dom de DEUS.
 2º.O coração perfeito é dado e aceito sob as leis que governam todas as Suas doa¬ções.
 3.O coração perfeito é como uma semente oculta que precisa ser acei¬ta e posta em ação pela fé.


DEUS OPERA A SUA GRAÇA EM NÓS IMPULSIONANDO-NOS A AÇÃO


 Em Mateus 5.48 o SENHOR JESUS nos diz: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. Quando o SENHOR nos diz aqui “sede perfeitos”, Ele está nos dando uma palavra de ordem. Aqui é imperativo A palavra de ordem, re¬cebida e escondida em um coração bom e honesto, torna-se na semente do poder divino. 
 Isto exige imediata e total submissão. Quando essa submissão é reconhecida, a necessidade de um poder divino apropriado se torna motivo para oração urgente e ardorosa. 
 DEUS opera a Sua graça em nós impulsionando-nos à ação. Dessa maneira, o desejo de dar ouvidos à ordem de DEUS, e de servi-lO com coração perfei¬to, é o começo para o qual DEUS dá atenção, e que Ele pessoalmente fará ser fortalecido e aperfeiçoado. Ele sabe que nós de nós mesmos jamais poderemos obter um coraçao perfeito.
 O dom de um coração perfeito, assim sendo, é obti¬do mediante a obediência da fé.  
 O coração perfeito é um dom de DEUS, que pre¬cisa ser solicitado, e obtido através da oração. Nin¬guém orará por um coração perfeito, com perseve¬rança, com fé, enquanto não aceitar a Palavra de DEUS plenamente, encarando-a como um mandamen¬to positivo e um dever imediato, a qual devemos obedecer. 
 Davi pediu ao SENHOR que propor¬cionasse essa bênção a seu filho, Salomão. Que todos nós, que anelamos essa tão gran¬de bênção, sigamos o seu exemplo.


O CUIDADO COM A VIDA INTERIOR


 Na história de Ezequias somos confrontados com uma situação que serve de grande advertência para nós. No capítulo 20 de Segunda a Reis, nos versículos 12 a 19 vemos o episódio em que os emissários da Babilônia vão até Ezequias para lhe visitar. 
 Temos que notar alguns detalhes nesses textos, pois reside ai alguns pontos de extrema importância para nossa edificação, vejamos:
 v.12: “Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente”. O inimigo sabe como nos atacar. Ele escolhe os dias maus em nossa vida. Paulo escrevendo aos Efésios diz: “Portanto, tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir no dia mau” – (Ef 6.13). Veja a sutileza do inimigo. Sabendo que Ezequias estivera doente, veio lhe visitar. 

terça-feira, 7 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS - RESTAURANDO OS VALORES ESPIRITUAIS PERDIDOS

2a Parte

2 Cr 29.18


Nesse texto vemos a restauração dos valores espirituais perdidos. Eles restauraram: “Já purificamos toda a Casa do SENHOR”. Para entendermos isso precisamos saber que Acaz mudou toda a ordem de culto que DEUS estabeleceu por meio de Moisés - (2 Rs 16.10-20). Ele removeu o “altar” que espiritualmente tipificava a cruz de CRISTO.
Restaurar o sentido espiritual da Casa do SENHOR significa que temos que remover tudo que foi introduzido pelo homem, com o propósito de gerar satisfação de DEUS.

A CENTRALIDADE DA CRUZ

Precisamos restaurar o lugar da cruz em nossa comunhão como Igreja. Nesse texto de Crônicas capítulo 29 e o versículo 18, nos mostra a seriedade disso. Quando estudamos este assunto na sua sequência, sabemos que esse povo não se arrependeu, e como resultado, eles foram levados para o cativeiro da Babilônia por setenta anos. Depois, o SENHOR levantou Zorobabel, Esdras para restaurarem Sua casa. Quando você estuda esse assunto, você ver claramente que a primeira coisa ali restaurada na casa de DEUS foi o “altar” – (Ed 3.2,3). Esse altar fala da centralidade da cruz de CRISTO.
O Evangelho que pregamos é o Evangelho da cruz. Se não experimentamos o seu poder, jamais conseguiremos com que as pessoas conheçam o poder transformador da cruz. O apostolo Paulo viveu uma vida crucificada porque viu o poder e o valor da cruz em todos os aspectos do seu viver. Compreender o sentido prático da cruz em nós é a chave para o viver cristão adequado. 
Quero ressaltar alguns princípios fundamentais acerca da cruz de CRISTO:
 1º.Cada experiência de cruz tem o objetivo de levar-nos a participação mais plena da vocação cristã e da nossa herança entre os santos.
 2º.A cruz sempre foi um princípio eterno em DEUS. Ela não é uma alternativa posterior ou um acidente no universo;
 3º.Nunca podemos pensar na cruz unicamente como uma medida que DEUS encontrou para realizar a redenção, porque assim, perdemos de vista o propósito mais amplo de DEUS.
 4º.Desde o início o Pai desejava Ter uma família de filhos que abraçassem o mesmo princípio de cruz o qual eternamente governou o seu coração.
 5º.Era intenção de DEUS que essa cruz fosse gravada de tal forma em seus filhos que ela se tornasse seu objetivo de vida.


 O PERIGO DE IGNORARMOS A CENTRALIDADE DA CRUZ

No livro de Josué no capítulo 22 temos um episódio que nos ensina acerca da CENTRALIDADE DA CRUZ. Para compreendermos claramente esse capítulo é importante lermos Números 32.1-15 e Dt 3.12-14. Aqui, as tribos de Rúben e Gade pedem a Moisés que lhe dêem a terra de Gileade que estava a leste do Jordão, uma região apropriada para criação de gado. Moisés temia que isso trouxesse divisão entre as tribos de Israel. Mas essas tribos se comprometeram em lutar e depois voltariam para habitar essa terra.
Quando chegamos ao capítulo 22 do livro de Josué, vemos uma lição solene do Perigo de ignorarmos a centralidade da cruz. O capítulo 32 de Números constrói para nós todo o contexto desse capítulo 22 de Josué.
Lá no capítulo 32 de Números vemos que essas tribos ganharam muitos despojos de guerra, e eles preferiram ficar antes do Jordão porque aquela terra era boa para criar gado e ovelhas, eles preferiram àquela terra do que entrar na terra prometida, aquele lugar que DEUS já tinha falado que ali deveria ser o destino deles. Depois que Moisés advertiu os filhos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manasses, eles resolveram entrar na terra, mesmo deixando para trás suas esposas e filhos, e só voltarem depois de lutar com seus irmãos e conquistar aquela terra.
Vamos extrair algumas lições aqui:
 1ª.Essas duas tribos e a meia tribo de Manassés estavam com seus olhos apenas nas coisas materiais, preocupados com o gado, ovelhas e com os verdes pastos. Lucas 17.30-33: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará”. Em Gênesis 19.26 diz que a mulher de Ló “olhou para trás”; essa frase é importante nesse contexto porque se voltarmos ao versículo 17 desse mesmo capítulo de Gênesis, vemos que o anjo do SENHOR lhes advertiu: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás”. E nesse sentido, vemos que o trabalho da cruz opera em nosso coração tratando com as coisas materiais. O apego as coisas que ocupam nosso coração. No Evangelho de Mateus o SENHOR JESUS disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” – (Mt 6.21). Esta é a razão pela qual a cruz tem que trabalhar em nosso homem interior, para que nossos valores sejam os mesmos valores de DEUS.
 2ª.Escolheram habitar em um lugar onde não havia a arca da aliança que tipificava o testemunho do SENHOR entre eles. Veja que o inimigo preparou um ambiente propício para que eles fossem distraídos, e por isso não perceberam a sutileza do fracasso espiritual. Isso nos fala do perigo da sedução do mundo. Paulo diz em Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso SENHOR JESUS CRISTO, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Temos que entender que a expressão mundo nos fala de uma “entidade espiritual”. O SENHOR JESUS orou ao Pai e disse: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” - (Jo 17.14,15). O sentido da palavra “mal” é perversidade e iniquidade. Lá cruz o SENHOR JESUS se entregou ao Pai sem reservas; Ele colocou de lado todos os seus direitos e insígnias celestes; renunciou a tudo para morrer em nosso lugar. Quando Paulo diz “gloriar-me senão na cruz” ele está dizendo que esse é o único caminho para vencermos o poder do mundo sobre nós. Só há glória na cruz se o mundo estiver crucificado para nós.
 3ª.Como é perigoso edificar coisas para DEUS mesmo que isto não seja o propósito de DEUS e nem para a glória de DEUS. O versículo 10 de Josué 22 diz que eles levantam um altar de grande aparência e seus irmãos ficam preocupados, porque só existia um altar e um tabernáculo; então que altar era este? Este era o altar da ignorância e da divisão. Aquele grande altar não ajudava a mostrar a unidade do povo e sim a sua divisão. Assim também é hoje. Altares majestosos foram e estão sendo erguidos pela cristandade, prédios de grande aparência onde nossos irmãos tem chamado de Igreja. Também estamos divididos por verdades bíblicas, mas isso não ajuda a mostrarmos a unidade do povo de DEUS, apenas a sua divisão.
  

CONSAGRAÇÃO – O CAMINHO PARA DEUS

O texto ainda diz:“nem ofereceram holocausto”. A oferta de holocausto é também chamada de oferta queimada. Essa oferta aponta para a entrega total de CRISTO ao Pai. No aspecto espiritual da vida cristã, essa oferta fala da nossa consagração a DEUS.
Ao receber a oferta o sacerdote a examinava detalhadamente, e de acordo com o memorial estabelecido, ele realizava o sacrifício. O animal era oferecido no altar e se tornava uma oferta de cheiro suave.
Há três princípios importantes que temos que observa:
1.o ato da oferta;
2.o sacrifício;
3.e o resultado.

Vamos observar alguns princípios do Holocausto: As três etapas deveriam estar de acordo com a vontade de DEUS, para que o ofertante seja aceito diante de DEUS. Cada etapa deveria ser cumprida adequadamente conforme o princípio estabelecido por DEUS. Cada etapa só poderá ser realizada depois de cumprida a primeira, e assim sucessivamente. Ninguém podia prosseguir em sua oferta sem a aprovação de DEUS, para não ferir Sua vontade. O que aprendemos aqui é o caminhar progressivo da vida crista na base da cruz.

No holocausto vemos três aspectos da cruz em nossa vida. 
Primeiro nível – terreno. O animal era trazido pelo ofertante andando, e assim, era entregue nas mãos do sacerdote. Há quatro passagens que nos ajudarão a entender essa verdade:
1.Mt 10.34-39 – A cruz precisa trabalhar em nossas afeições naturais.
2.Mt 16.21-26 – A cruz tem que trabalhar nossa auto-piedade.
3.Lc 17.26-33 – A cruz nos separa do amor do mundo. o que vemos nessa passagem que todas as coisas são legítimas, mas são coisas que se não forem trabalhadas pela cruz poderão nos corromper. Aqui temos a cruz nos libertando de tudo que é terreno e material, e que o inimigo sistematizou para nos aprisionar.
4.Jo 12.20-25 – A cruz nos separa da glória pessoal.

Segundo nível – o altar (Rm 12.1,2). O animal era entregue ao sacerdote, que depois de imolá-lo o colocava sobre o altar. Aqui temos um processo mais elevado da obra da cruz em nós. A cruz trabalha a nossa entrega total a DEUS. Aqui é onde vemos que só há glória na cruz se a cruz for à nossa glória - (Gl 2.19; 6.14). 

Terceiro nível – Cheiro Suave. A fumaça penetrava nas alturas. Crucificado na cruz CRISTO morreu, e em seguida, Ele foi sepultado, ressuscitado, e finalmente Ele ascendeu-se aos mais altos céus, como diz Paulo em Efésios 5.2: “e andai em amor, como também CRISTO nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a DEUS, em aroma suave”. Creio que esse último aspecto do holocausto, nos ensina sobre o viver prático, que participamos desta obra elevada da cruz em nossa vida. Nesse terceiro nível temos o viver adequado que agrada a DEUS – cheiro suave. A única frase que pode nós revelar o que significa viver uma vida como sacrifício agradável a DEUS, esta na frase que Paulo usou cento e sessenta e quatro vezes em seus escritos, que é “em CRISTO”. Paulo usou um termo em algumas das suas epístolas para mostrar-nos e sentido desse assunto na vida cristã; o termo é euarestos, que significa: “aceitável”, “apropriado”. Em Filipenses Paulo nos dá uma definição exata do significado dessa palavra, vejamos: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a DEUS” – (Fp 4.18). Leiamos alguns textos onde ele usou esse termo:
 Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de DEUS, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional”.
 Rm 14.18: “Aquele que deste modo serve a CRISTO é agradável a DEUS e aprovado pelos homens”.
 2 Co 5.9: “É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis”.
 Quero mostrar-lhe a realidade contextual de cada um desses textos, para que possamos extrair suas riquezas. Em Romanos 12.1, temos um apelo do apóstolo em uma tônica solene para que tenhamos uma vida de consagração a DEUS; que nosso corpo que é o templo do ESPÍRITO SANTO seja um culto aceitável a DEUS. Quando chegamos no capítulo 14 e o verso 18 de Romanos, é importante sabermos que o contexto inicia no versículo 13. Paulo exorta os cristãos quanto ao zelo que devemos ter uns com os outros; para que nossa vida não seja um tropeço aos nossos irmãos. O assunto aqui é o amor fraternal; e o apóstolo diz que aquele que anda e não escandaliza seu irmão serve a CRISTO e isto é aceitável diante de DEUS. Quando chegamos ao capítulo 5 da Segunda carta aos Coríntios, vemos o assunto acerca da eternidade como uma realidade presente, e a redenção do nosso corpo.