terça-feira, 12 de maio de 2009

AMOM – A PERVERSIDADE DO PECADO

AMOM

2 Rs 21.19-25; 2 Cr 33.21-25


Palavra ministrada em 09.04.09

INTRODUÇÃO

Amom reinou 2 anos em Jerusalém. Seu reinado iniciou em 641 a.C e reinou até 639 a.C. Em seu curto reinado podemos ver o quanto as abominações e as perversidades religiosas dominavam seu coração. O arrependimento de seu pai Manassés não trouxe a Amom nenhum quebrantamento. A Bíblia diz em 2 Rs 21.20, que Amom “Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai”. Este texto traduz para nós a vida desse rei; porque quando a Palavra de DEUS diz que seus atos eram tão perversos e abomináveis como os de Manassés, seu pai, fica claro que aqui é uma referência à primeira fase da vida de Manassés. A vida de Amom retrata para nós o problema do orgulho e da soberba do coração humano. A perversidade e a abominação são características do orgulho do pecado. Vamos estudar esta questão tomando por base a vida deste rei, e examinar à luz da Bíblia as implicações que isto tem a ver com o nosso viver cristão prático. Como podemos viver uma vida vitoriosa em CRISTO, mesmo possuindo um coração humano enfraquecido pelo poder do pecado que ainda habita em nossa carne? Sabemos que o caminho pelo qual DEUS nosso bendito Pai nos conduz em triunfo é mediate o modelo de vida que Seu Filho JESUS viveu, e sua morte e ressureição. A questão prática aqui neste ensino é examinar o tema sobre o pecado e a humildade. O que na verdade é a humildade e o quanto este assunto é preeminente na formação do nosso caráter cristão.
A humildade é frequentemente identificada com penitência e contrição. Como consequência, parece não haver outra maneira de cultivar a humildade a não ser mantendo a alma ocupada com seu pecado. Na vida do nosso SENHOR JESUS a humildade era a própria essência da santidade. Isso é a destituição do ego pela entronização de DEUS. Onde DEUS é tudo, o ego é nada.

A PROFUNDA PERCEPÇÃO DE TER SIDO UM DIA UM PECADOR

Reconhecer a profundidade da nossa velha vida de pecado e toda a intensidade que ele operava em nós, nos dá a consciência do quanto necessitamos da humildade em nossa vida.
Veja o exemplo do apóstolo Paulo:
1Co 15.9,10: “Eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de DEUS. (...) Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de DEUS comigo”. O termo que ele usa aqui neste texto para o menor é lachistos que significa “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição”.
Ef 3.8: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho da graça de DEUS”. O termo que ele usou aqui para menor foi elachistosteros, que é “menos que o mínino”.
1 Tm 1.13,15: “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em CRISTO JESUS. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Gosto de uma versão alternativa que diz: “CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior”. Porque é essa a idéia do texto.
Quero destacar alguns pontos:
1º. Paulo olha para sua vida como um homem remido e santo, e tem a profunda percepção de ter sido um dia um pecador.
2º. Ele se sente como um apóstolo inferior entre aqueles irmãos que um dia andaram com o SENHOR. Não se sentia digno de ser chamado “apóstolo”. Ele se via como o “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição” diante de toda a Igreja.
3º. Essa consciência fez de Paulo um homem livre. Um homem que não buscava sobrepujar a ninguém.
4º. DEUS nunca mais se lembrou do seu pecado; mas Paulo nunca poderia esquecer quão terrivelmente havia pecado. Ele mesmo dissera: “persegui a Igreja de DEUS” – (1 Co 15.9). Você pode imaginar o quanto isso esmagava seu coração! Apesar do perdão, ele via o quanto, no privilégio de servir como apóstolo, era indigno. Mesmo em face à graça de DEUS, ele não se sentia digno. A palavra grega para indigno que ele usou foi hikano, que é “inadequado”; ele não se sentia em condições de ser apóstolo.

Estes versículos têm um significado amplamente profundo para todos nós.

Veja que esses textos da experiência de Paulo traz para nós algumas lições surpreendentes:
1ª lição -Não é o pecado, mas é a graça, que nos fará de fato conhecer-nos como pecadores.
2ª lição - Esses textos se referem ao que dura pela eternidade e dará a todos nós o profundo e suave som de assombro e adoração à humildade com a qual nós, os remidos, adoraremos diante do trono, como aqueles que foram lavados de seus pecados no sangue do Cordeiro.
3ª lição - Estaremos naquele dia adorando, tendo a percepção de que éramos pecadores; mas veremos, não por nosso mérito, e sim pela graça de DEUS, que fomos introduzidos diante do Seu trono. Mesmo na eternidade de glória nunca esqueceremos que um dia fomos pecadores, e que DEUS nos tomou nos Seus braços e nos coroou com Seu amor.

A HUMILDADE EM NOSSA VIDA PRÁTICA

Em sua Primeira epístola, no capítulo 4 e o versículo 20, o apóstolo João escreveu: “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a DEUS, a quem não vê”.
A lição que extraímos deste texto é que nosso amor a DEUS será medido pelo nosso viver prático com as pessoas e o amor que exibimos no contato com elas.
Também é assim com nossa humildade. E fácil pensar em nos humilharmos diante de DEUS, mas a humildade diante dos homens será a única prova suficiente de que nossa humildade diante de DEUS é real.

A HUMILDADE DEVE SER A NOSSA VIDA

A humildade não pode ser apenas uma postura que assumimos diante de DEUS quando oramos ou O cultuamos. Quando, na presença de DEUS, a humildade de coração torna-se não uma postura que assumimos por um tempo, mas o próprio espírito de nossa vida, sairemos de uma realidade periférica para vivermos uma vida cristã profunda, como esses apóstolos viveram.
É na vida prática que é provado o espírito que nos domina.
A humildade diante de DEUS não é nada se não for provada em humildade diante dos homens.
Vamos estudar nos escritos de Paulo a maneira clara como ele trata desse assunto:
Romanos 12:
v.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” – (RC).
v.16: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” - (RA).
1 Coríntios 13:
v.4: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana [Gr.: perpereuomai – “ gabar-se”, “exibição própria”], não se ensoberbece [Gr.: phusioo – “inflamar”, “tornar arrogante”, “estar cheio de si”, “ comportar-se de modo orgulhoso”, “ser arrogante]” ,
v.5: “não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal”
Gálatas 5:
v.13: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor”.
v.26: “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”.
Efésios 4:
v.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no SENHOR, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”,
v.2: “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”.
Filipenses 2:
v.2: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”.
v.3: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”.
Colossenses 3:
v.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”.
v.13: “ Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o SENHOR vos perdoou, assim também perdoai vós”.


LIÇÕES PRÁTICAS

1ª. A humildade é a raíz do nosso amor.
2ª. Devemos ter alegria em honrar nossos irmãos.
3ª. A verdadeira liberadade cristã é a liberdade de sermos servos uns dos outros em amor.
3ª. A raiz da inveja é a vanglória, e a vanglória é usurpar para si a glória de DEUS.
4ª. Humildade é o andar digno da vocação a qual fomos chamados.
5ª. A única forma de vivermos livres de partidarismos e divisões é sermos humildes, considerando cada um os outros superiores a nós mesmos.
6ª. É em nossa relação uns com os outros, em nosso tratamento uns para com os outros, que a verdadeira humildade de mente é o coração de humildade.
7ª. Humildade é a característica visível dos eleitos de DEUS.
8ª.A verdadeira humildade vem quando, na luz de DEUS, vemos a nós mesmos, e assim desistimos de nós, para que DEUS seja tudo! Quando Paulo diz em Gálatas 2.20: “Não mais eu...” é o mesmo que dizer: “Eu me perdi encontrando a Ti”. Lá em 2 Co 12.11, ele diz: “... ainda que nada sou”.
A verdade é esta: o orgulho tem de morrer em nós, ou nada dos céus poderá viver em nós.
A Igreja sofre por causa da falta dessa humildade divina, o nada-ser é que dá lugar para DEUS provar Seu poder entre nós.

O ORGULHO É A CAUSA DA QUEDA

Temos que ler dois textos:

Gn 3.5: “Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como DEUS, sereis conhecedores do bem e do mal”.
Is 14.14: “subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”.
Não olhe para o orgulho como um temperamento inconveniente, nem para a humildade somente como uma virtude conveniente, pois um é morte, e o outro é vida; um é totalmente diabólico, o outro é totalmente celestial.
O que você tem de orgulho dentro de você é o que tem do velho Adão caído vivendo em você; o que você tem de verdadeira humildade é o que você tem do Cordeiro de DEUS dentro de você.

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