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domingo, 31 de maio de 2009

A NECESSIDADE DE DISCERNIR O VERDADEIRO AVIVAMENTO


JOSIAS – O Florescimento da Falsa Religião


Introdução

Estudando os reis de Judá, vemos que Josias foi um dos reis mais justos e devotados a DEUS. Dentre alguns dos seus atos e outros que contextualizaram o seu reinado, vemos por exemplo, a reforma religiosa, onde foi destruindo todos os focos de idolatria em Judá; restaurou o templo de DEUS em Jerusalém que estava em ruína, devido aos estragos nos reinados de Manassés e Amom – (2 Rs 23.4-20).
No décimo oitavo ano do seu reinado, o livro da lei, provavelmente o livro de Deuteronômio foi encontrado em meio aos entulhos do templo.
Auxiliado pelo profeta Jeremias, o rei Josias empenhou-se na reforma espiritual da nação. Mas quando estudamos os capítulos 1 a 6 do livro de Jeremias, os quais são correspondentes ao reinado de Josias, vemos que esta reforma espiritual foi mais de aparência. O povo tirou os ídolos de suas casas, mas não dos seus corações. Depois da morte de Josias podemos ver o reflexo desta verdade, porque o reino de Judá passou a ser vassalo do Egito. Três anos depois, a Babilônia derrotou o Egito e depois invadiu a Judá, levando o primeiro grupo de judeus para o cativeiro, isto em (606 a.C.).
Josias foi morto pelo faraó egípcio numa batalha em Megido, em 609 a.C. O início e o fim de seu reinado foram marcados pela violência. No entanto, os 31 anos em que reinou foram absolutamente extraordinários, o que, em grande parte, pode ser atribuído à descoberta do livro de Deuteronômio.


Contexto Histórico

Josias subiu ao trono por volta de 640 a.C, aos oito anos de idade; aparentemente jovem demais para ser rei. O início de seu reinado numa idade tão tenra foi decorrente do assassinato de seu pai, Amon.
O jovem rei herdou uma grande confusão moral e política. Na história dos reis de Judá podemos dizer que o rei Manassés, avô de Josias foi o pior rei que Judá teve. Durante a maior parte dos 51 anos de seu governo, ele encheu Jerusalém de todo tipo de abominação. Naquele tempo, a Assíria era a potência mundial predominante. Havia intimidado o mundo por trezentos anos e adquirido a característica de transformar a perversidade numa forma de arte — crueldade, tortura, lascívia, magia negra, mediunidade, bruxaria, feitiçaria, sacrifícios de crianças. Manassés, foi um grande admirador da cultura perversa da Assíria, a qual ele fielmente praticou e importou grande parte dessa perversidade para Judá. Seu reinado foi inspirado nos cultos assírios; construiu por todo o país, santuários que misturavam sexo e religião; erigiu todo tipo de pilares obscenos, os quais homenageavam a deusa Asserá. Encheu o templo de Salomão de imagens e relíquias imundas e até construiu anexos no templo destinados à prostituição masculina.

A Descoberta do Livro da Lei

Quando Josias estava com 22 anos, encontrava-se em andamento uma grande reforma no santuário e Hilquias, o sumo sacerdote, que provavelmente era o pai de Jeremias - (Jr 1.1), descobriu um rolo de pergaminho contendo o “Livro da Lei do SENHOR, dado por intermédio de Moisés” - (2Cr 34.14). Como já temos visto, o “Livro” possivelmente era Deuteronômio. Josias, ao ouvir a leitura do livro, foi profundamente impactado. A partir daí começou o processo de reforma espiritual em Judá, que durou treze anos.

O Ministério de Jeremias Nesse Tempo

Alguns estudiosos dizem que quatro anos depois de Josias ter iniciado esta reforma, Jeremias recebeu seu chamado para ser profeta. Quando você se interessa pela mensagem de Jeremias, fica fácil notar que a natureza de sua pregação era o arrependimento. A linguagem de Jeremias, tinha por base algumas expressões do livro de Deuteronômio.
Jeremias e Josias tinham aproximadamente a mesma idade. Alguns historiadores afirmam que Jeremias era dois anos mais velho que Josias. Jeremias cresceu no lar de um sacerdote no vilarejo de Anatote, aproximadamente cerca de 3 quilômetros do palácio real em Jerusalém, onde Josias morava. Provavelmente os dois trabalharam em conjunto nesta reforma, mas Jeremias, pôde ver em profundidade a dissimulação do povo. Embora, o coração de Josias estivesse completamente impactado pela descoberta da Palavra da Lei, a Biblia diz que ele “tirou todas as abominações e a todos quantos se acharam em Israel os obrigou a que servissem ao SENHOR” - (2 Cr 34.33). Você vê que ele obrigou o povo a servir o SENHOR. O que houve foi uma imposição para que as pessoas se arrependessem de seus pecados e seguissem a DEUS. Jeremias, pelo ESPÍRITO de DEUS, viu que o povo tirou a idolatria de suas casas, mas não de seus corações. Os capítulos 1 a 6 de seu livro nos mostra isto. Ele pregou mensagens de arrependimento e perdão, chorou, lamentou as profundezas da degradação à qual o povo havia descido, condenou as vantagens indevidas que eram praticadas sem escrúpulos, as mentiras que passavam da religião nas pregações do falso evangelho do êxito que era tão popular naquela época, desafiou as mensagens levianas e vulgarizadoras que garantiam ao povo o bem estar e a falsa paz, mas que apenas “curavam superficialmente as feridas” - (Jr 6.14).


A DISSIMULAÇÃO DA FALSA RELIGIÃO EM TEMPO DE AVIVAMENTO

Em tempos de avivamento vemos surgir um pseudo-cristianismo cheio de engano e hipocrisisa. Foi justamente isso que ocorreu no tempo de Josias. Vamos ler alguns versículos no capítulo 3 de Jeremias que nos mostrarão essa realidade:
Jr 3.6-10: “Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a pérfida Israel? Foi a todo monte alto e debaixo de toda árvore frondosa e se deu ali a toda prostituição. E, depois de ela ter feito tudo isso, eu pensei que ela voltaria para mim, mas não voltou. A sua pérfida irmã Judá viu isto. Quando, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição. Sucedeu que, pelo ruidoso da sua prostituição, poluiu ela a terra; porque adulterou, adorando pedras e árvores. Apesar de tudo isso, não voltou de todo o coração para mim a sua falsa irmã Judá, mas fingidamente, diz o SENHOR”.
O verdadeiro avivamento é um retorno ao cristianismo puro e simples.
Umas das armas do diabo é misturar um cristianismo encharcado de engano no meio de uma fé pura e simples. Essa mistura do falso com o verdadeiro tem sido a maior arma de satanás contra a edificação da Igreja de CRISTO. É por isso que devemos aprender a distinguir entre o cristianismo verdadeiro e o falso - entre emoções e experiências que realmente advêm da salvação e as imitações que são exteriormente atraentes e plausíveis, porém falsas.
Devemos ter consciência da urgência de discernimento de espírito, para podermos distinguir entre aquilo que é falso daquilo que é verdadeiro, pois se negligenciarmos isto, teremos conseqüências terríveis. Quero fazer algumas assertivas que poderão nos conduzir à reflexão sobre isto que estou dizendo:
1. Nosso culto a DEUS tem sido recheado de uma adoração falsa a DEUS, pensamos ser aceitável a Ele, mas que Ele rejeita. Muito daquilo que temos oferecido a DEUS fere Seu caráter santo e o fundamento da Sua Palavra.
2. Nosso homem interior tem sido enganado pelo diabo; ele tem enganado a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruína-os espiritualmente. Em alguns casos, satanás leva as pessoas a pensar que são extraordinariamente santas, quando na realidade são o pior tipo de hipócritas. Sua realidade espiritual é vazia e dissimulada.
3. Satanás macula a fé dos verdadeiros cristãos; mistura deformações e corrupções à vida cristã, fazendo com que os verdadeiros cristãos se tornem frios em suas emoções espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentações.
4. Os inimigos explícitos do cristianismo se animam quando vêem a Igreja tão corrompida e desviada.
5. Os homens pecam na ilusão de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrições.
6. Falso ensinamento ilude especialmente aqueles que se sentem vocacionados a servirem a DEUS, a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem o cristianismo com muito mais eficiência que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir.
7. Satanás divide a Igreja do SENHOR JESUS, colocando-nos uns contra os outros; Às vezes inconscientemente, os cristãos vivem uma disputa acalorada, como que com zelo espiritual . O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto fica totalmente negligenciado.
8. Quando os cristãos vêem as terríveis conseqüências do falso cristianismo degradado, suas mentes ficam perturbadas. Não sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existência de qualquer realidade espiritual no cristianismo. Heresia, incredulidade e ateísmo começam a se propagar de forma aberta.
Por essas razões, é vital que façamos todo o possível para compreender a natureza do verdadeiro cristianismo. Até que o façamos, não podemos esperar que os avivamentos tenham longa duração, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussões e debates religiosos, uma vez que sequer sabemos sobre o que estamos discutindo.

Definição de Reforma
Precisamos compreender que em todo avivamento há uma reforma; e o aspecto fundamental numa reforma é a descoberta da verdade bíblica que conduz à purificação do ensino da Palavra e à prática cristã. Para que a verdade de DEUS seja honrada e o povo de DEUS devidamente instruído, temos que observar três pontos fundamentais sobre a reforma:
1º. Ela envolve a redescoberta da Bíblia como instrumento que governa todo pensamento e ação. A redescoberta da verdade de DEUS conduz à Reforma da doutrina cristã.
2. A Reforma corrige os erros de interpretação da Palavra e nos dá precisão, coerência e coragem para a exposição doutrinária. A Palavra estava escondida porque os homens ignoravam a verdade da Escritura. As pessoas comuns do povo nem sabiam da existência do Livro da Lei. E essa ausência da Palavra causa a distância de DEUS. Ela estava escondida por falta de interesse na Palavra.
3. A Reforma nos traz clareza quanto à adoração corporativa ao DEUS triúno. O povo ignorava a Lei de DEUS porque a liderança não estava interessada nela.

Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser redescoberta – 2 Rs 22.8

O Livro da Lei estava perdido dentro do próprio templo. Muitos ignoram a Escritura, mesmo quando ela está bem próxima deles, à disposição nos lugares onde vivem e adoram. Os chamados “crentes”, se é que são de DEUS, têm que redescobrir o valor da Palavra de DEUS. Para haver uma reforma genuína, é condição indispensável que haja uma redescoberta do valor da Santa Escritura, porque a finalidade da Palavra escrita é nos levar à Palavra Viva, que é uma Pessoa, CRISTO!


Quão lamentável é ignorarmos a Escritura que está à nossa disposição, quando ela está bem próxima de nós. Precisamos descobrir o lugar da Palavra de DEUS em nossa vida.
Em Hebreus 4.12, diz: “Porque a palavra de DEUS é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. É necessário fazer uma análise deste texto, vejamos:
“A Palavra de DEUS é viva e eficaz” – há duas coisas importantes aqui: Viva – vida; eficaz – poder. Então, primeiro temos - Vida e poder. A Palavra de DEUS é vida porque ela é uma pessoa, e essa pessoa é poderosa. A Palavra é o instrumento para DEUS trabalhar a cruz em nossas almas. A Palavra de DEUS é o primeiro braço do trabalho da cruz. Se nós não nos expomos ao falar de DEUS, nós estamos fora desse elemento eficiente sobre todos, para trabalhar a cruz em nós.
“... e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito...” - Nós não sabemos o que é que está vindo do espírito e o que é que está vindo da alma. A alma está abatida, e você acha que é o espírito que está abatido. A alma está entristecida e você acha que é o espírito. É uma confusão. Por isso que a Palavra viva de DEUS penetra em nós mostrando toda essa diferença entre o que é da alma, e o que é do espírito.
Portanto, podemos ver por estes pontos supracitados o lugar da Palavra de DEUS em nossa experiência cristã prática. A característica da vida e do poder. Quanto à vida, ela é uma pessoa, e quanto ao poder, ela é penetrante. Jamais podemos experimentar um avivamento sem que a Palavra de DEUS tenha completa preeminência em nosso relacionamento espiritual.

Amor perfeito – Retendo a Palavra de CRISTO - 1 Jo 2.5

Vamos avançar em mais um ponto. Na Primeira epístola de João, no capítulo 2 e o versículo 5, o apóstolo diz: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de DEUS. Nisto sabemos que estamos nele” A palavra “amor” é o re­sumo da teologia de João. A palavra que descreve a experiência cristã em seu aspecto mais elevado é – “perfeito”, que é sinônimo de “maturidade”. A condição e a característica desse aperfeiçoa­mento no amor foi o SENHOR JESUS quem ensinou; podemos ver isto em João 14.23: “Respondeu JESUS: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. Atente para este texto onde diz “Guardará a minha palavra” - este é o elo entre o amor do discípulo e o amor do Pai, que conduz àquela maravilhosa união em que o amor do Pai O atrai para que venha e habite no coração daquele que ama a Sua Palavra. Ainda no capítulo 15 e o versículo 10, João diz: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de DEUS”. O amor de DEUS pode aperfeiçoar-nos à medida que nós abraçamos o Seu falar, a Sua Palavra.
É disto exatamente que precisamos para que a verdade de DEUS seja honrada e o Seu povo devidamente instruído. Quando Lutero foi confrontado com a verdade de DEUS, ele nunca mais a abandonou. Mesmo quando ameaçado pelas autoridades religiosas do seu tempo, apegado ao paradigma da verdade de DEUS, Lutero dizia: A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de DEUS. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que DEUS me ajude.
A essência de uma reforma dentro da Igreja do SENHOR JESUS está inquestionavelmente relacionada à volta aos princípios sadios de fé e prática, propostos pela Santa Escritura. Sem isto, o que teremos é o surgimento de um cristianismo dissimulado.
O exemplo bem claro do que acabamos de dizer está registrado na Escritura em eventos ocorridos no tempo do rei Josias - (2 Rs 22). A redescoberta da verdade de DEUS conduz à Reforma dos fundamentos da teologia cristã. Há períodos na vida da Igreja em que a Palavra de DEUS fica escondida, e por consequência há aridez, sequidão e um distanciamento da comunhão com DEUS. Nos tempos do rei Josias, os homens andavam às apalpadelas, sem o conhecimento da lei do SENHOR que lhes estava encoberta. A Palavra estava escondida porque os homens ignoravam a verdade da Escritura. As pessoas comuns do povo nem sabiam da existência do Livro da Lei. E essa ausência da Palavra causa a distância de DEUS. Ela estava escondida por falta de interesse por ela. Os sacerdotes e os profetas não se interessavam pela Palavra; e por conta disso, o povo ignorava a Lei de DEUS porque a liderança não estava interessada nela. Se estivessem, eles teriam procurado a cópia da Lei para dar ao povo, mas não havia da parte da classe dominante, qualquer interesse em que as coisas fossem mudadas.
A Lei de DEUS, porém, quando levada em conta seriamente, causa mudanças nos paradigmas de um povo. Imaginem como os sacerdotes conduziam o povo sem a Palavra de DEUS! Como era possível levar o povo a DEUS sem a Sua Palavra? A que ponto pode chegar um povo sem a bússola que lhes aponta o norte! Por essa razão havia uma enorme impiedade no meio do povo. Creio que isto explica a profunda cegueira espiritual daquele povo.
O Livro da Lei foi descoberto "casualmente" pelo sacerdote Hilquias. Em 2 Reis capítulo 22 e o versículo 8 diz: “Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o Livro da Lei na casa do SENHOR”. Só será possível ocorrer uma verdadeira Reforma entre nós, se a Palavra de DEUS for devidamente interpretada segundo a Sua mente.
Percebam que o rei Josias queria saber o significado correto daquilo que o SENHOR havia escrito no Livro da Lei. Por essa razão, os homens do rei foram enviados à profetiza, para que ela lhes dissesse o significado das palavras do Livro da Lei. A palavra da profetiza ali era considerada cheia de autoridade, e ela sabia o sentido que o SENHOR queria dar às palavras. Não é importante somente ler a Escritura, mas também entender o seu significado.
A realidade espiritual da Igreja hoje não é muito diferente da situação dos tempos do rei Josias. É verdade que a Bíblia não está escondida literalmente do mesmo modo como ficou no tempo de Josias, mas o seu real sentido e sua real mensagem estão escondidos de muitos crentes hoje. As pessoas têm a Bíblia à sua disposição, mas não conhecem o conteúdo real, nem possuem a hermenêutica correta para a sua devida interpretação. A reforma da Igreja hoje implica na redescoberta da Palavra de DEUS. Este é um desafio que todos nós precisamos aceitar.
Muitos hoje usam a Escritura para defender os seus pressupostos, suas doutrinas e motivações. O grande problema, contudo, não é a citação da Escritura, mas o modo como a abordamos. A tarefa hermenêutica da Igreja do SENHOR JESUS é algo supremamente determinante para o correto entendimento da verdade de DEUS.
Se cremos na necessidade de uma reforma, a Palavra tem que ser urgentemente proclamada como o Evangelho de CRISTO. Não podemos banalizá-la, diminuindo o Seu valor. Veja o Exemplo da profetiza Hulda, aquela mulher a quem Josias mandou seus homens a consultar. Ela lhes disse: “Assim diz o SENHOR: Eis que trarei males sobre este lugar, e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará” - (2 Rs 22.15-17). A distância da Palavra de DEUS faz com que o povo se satisfaça com coisas periféricas e se afaste de DEUS.
A reforma proposta pela Palavra de DEUS tem que ser urgentemente proclamada por aqueles a quem DEUS chama para serem ministros da sua Palavra. O ministério da Palavra tem que ser restaurado em nossos dias. A missão de trazer de volta a Palavra de DEUS ao povo está na responsabilidade dos verdadeiros ministros da Palavra, aqueles que lidam hoje com o ensino e com a pregação, que são os profetas de DEUS. Se os ministros negligenciarem o ensino e a pregação fiel daquilo que o SENHOR diz, jamais a Igreja será reformada.


A REDESCOBERTA DA FÉ EM SUA EXPRESSÃO ELEVADA

Não há como pensar em um avivamento sem que haja uma expressão da fé em nosso viver diário. A fé tem que ser fundamentada numa consciência cativa à Palavra de DEUS, para que a verdadeira reforma aconteça em nosso meio. Todo cristão precisa entender o que é a fé, e como todo nosso viver é movido por esta palavra preciosa. Vivemos num mundo onde esse termo é completamente excluído. E o que é mais trágico, é que no estilo de cristianismo que vemos hoje, a fé não tem sido usada apenas como chavão da retórica religiosidade. Jamais poderemos viver a vida cristã num plano mais alto se não compreendermos o lugar da fé em toda a nossa experiência cristã prática. Vamos à epístola aos Hebreus no capítulo 11, estudar alguns pontos fundamentais acerca deste assunto. Este capítulo fala da fé e da sua história. Os versículos 3 a 40 apresentam uma história resumida da fé – desde a criação até aos cristãos do Novo Testamento. Aqui neste capítulo podemos ver uma galeria de retratos de pessoas piedosas que venceram pela fé.
O versículo 1 de Hebreus 11 diz: “ “A fé é a certeza...a convicção de fatos”. Este versículo não é uma definição da fé e sim sua descrição e efeitos . Aqui o escritor está traçando uma linha para nos mostrar o mover da fé na história do povo de DEUS. Vamos estudar o significado da fé apresentada aqui neste texto: “fé” é pistis segundo o original grego. “Certeza” – No grego é hupostasis – significa “algo que fica por baixo de um fundamento”, “aquilo que tem um fundamento”. Hupostasis indica “substância”. Portanto, “a fé dá substância às nossas esperanças”. A fé, neste sentido, indica “o título de propriedade de coisas que se esperam”; a fé “dá realidade às coisas esperadas”. “convicção” – no original grego é alencho, trata-se de um termo legal que se refere a um “argumento de contestação ou refutação”; também é usado no interrogatório com o fim de “estabelecer a evidência”. De que forma a fé é a certeza e a convicção das coisas esperadas? Assim como os olhos provam os fatos do mundo visível, a fé capacita o cristão a ver os fatos numa esfera superior. A fé substantifica todas as verdades celestes em nosso espírito.
Agora, na sequência do capítulo 11 de Hebreus e o versículo 2 temos uma descrição prática da fé, veja: “os antigos obtiveram bom testemunho” – Tiveram a aprovação de DEUS; este é o sentido certo desta frase. Essa aprovação foi devida ao “testemunho” que deram.
Prosseguindo mais adiante, o autor desta epístola diz: “Pela fé entendemos que foi o universo formado pela Palavra de DEUS...” – A palavra “entendemos” indica que o “conhecimento” não pode ser independente da fé. A ciência não poderia rejeitar a idéia de que o universo “foi formado pela palavra de DEUS”, porque este conceito não depende de uma avaliação científica dos fatos “vistos”.
Agora vemos que a melhor forma de examinarmos esse tema no aspecto prático é ler os versículos 4 a 8, onde vemos Abel, Enoque, Noé e Abraão como homens que viveram pela fé. No exemplo deles podemos ver a fé em sua expressão simples e ao mesmo tempo poderosa, que nos mostra a realidade das coisas espirituais na nossa vida cristã prática.
Consideremos então esses versículos 4 a 8 de Hebreus 11, para examinarmos mesmo que sucintamente a vida desses quatro homens e compreendermos o lugar da fé em nosso viver prático e o seu lugar numa reforma cristã.
Primeiro, no versículo 4 “Abel pela fé ofereceu a DEUS mais excelente sacrifício do que Caim” – Abel era um homem justo e um homem de fé. Nós sabemos que foi por agir pela fé que ele morreu. Abel foi o primeiro mártir da fé. Mesmo tendo morrido, sua fé ainda fala. A fé de Abel nos fala da força contínua do exemplo de sua fé. Em Gênesis 4.10, DEUS diz a Caim: “... a voz do sangue do teu irmão clama na terra a mim”. O sangue de Abel clama por justiça. Abel foi um tipo de CRISTO no Antigo Testamento. Em Hebreus 12.24 diz: “... ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel”. A fé é sempre uma resposta da revelação divina.
Agora vemos Enoque, que pela fé “foi trasladado para não ver a morte... Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a DEUS”. Vejamos em Gênesis 5.24: “Andou Enoque com DEUS e já não era, porque DEUS o tomou para si”. Enoque fala de um remanescente que não experimentará a morte e será arrebatado. Enoque fala da experiência de andar com DEUS. Vejamos dois textos: “Digo, porém: andai no ESPÍRITO e jamais satisfareis à concupiscência da carne” - (Gl 5.16); a palavra “andai” aqui é o vocábulo grego peripateo que significa “viver”. Isso significa que a nossa vida cristã é no ESPÍRITO. Ainda, em Colossenses 2.6, diz: “Ora, como recebestes CRISTO JESUS, o SENHOR, assim andai Nele”.
Dando mais um passo adiante vamos ao versículo 7 onde diz: “Pela fé, Noé... tornou herdeiro da justiça que vem da fé”. Noé tornou-se herdeiro da justiça que vem da fé. A fé que Noé possuía se destacou em forte contraste à atitude do mundo. Ele viveu à altura desta fé, sem se macular com o mundo que estava à sua volta. Sua mensagem cheia de convicções, mesmo que humanamente estivesse fora de contexto, ele preferiu crer na Palavra de DEUS em seu coração. Foi neste caminho de fé que ele aprendeu a viver em um plano mais alto.
Por último, temos Abraão. Na experiência de Abraão temos um grande princípio espiritual, isto é, “O propósito eterno de DEUS e Seu plano estão unidos ao homem que Ele escolheu”. O chamamento de Abraão não foi para receber a graça, mas transmitir a graça. Por que Abraão não podia levar sua família para Canaã? Porque o seu chamado era para o ministério e não para a salvação. Não sabemos quanto tempo Abraão permaneceu em Harã. Mas uma coisa sabemos, é que durante esse tempo nenhuma revelação de DEUS lhe foi dada. DEUS diz a ele “vai para uma terra que eu te mostrarei” – (Gn 12.1) – DEUS não estava coagindo a Abraão, Ele o estava atraindo. A fé em Abraão declarava em sua alma que valia a pena deixar tudo e possuí-la. A fé descansa num terreno muito mais sólido do que a evidência dos nossos sentidos, isto é, na Palavra de DEUS. Os nossos sentidos poderão nos enganar, mas a Palavra de DEUS, nunca. E esta é a grande lição que aprendemos com a vida de Abraão.
Bem, para mim é muito interessante observar todos esses pontos aqui, pois eles nos dão clareza dos movimentos de DEUS em nossa vida, nos conduzindo a um viver que corresponda às Suas expectativas. Temos aqui o caminho da fé e sua expressão. Se é desejo de DEUS restaurar Sua Palavra, sabemos que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra – (Rm 10.17). O propósito da reforma é levar-nos a viver uma vida à altura do caráter de DEUS. A experiência desses três homens que estudamos, é que eles corresponderam à Palavra, e, portanto puderam viver o caminho da fé, isto é uma vida em um plano mais alto.


terça-feira, 12 de maio de 2009

AMOM – A PERVERSIDADE DO PECADO

AMOM

2 Rs 21.19-25; 2 Cr 33.21-25


Palavra ministrada em 09.04.09

INTRODUÇÃO

Amom reinou 2 anos em Jerusalém. Seu reinado iniciou em 641 a.C e reinou até 639 a.C. Em seu curto reinado podemos ver o quanto as abominações e as perversidades religiosas dominavam seu coração. O arrependimento de seu pai Manassés não trouxe a Amom nenhum quebrantamento. A Bíblia diz em 2 Rs 21.20, que Amom “Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai”. Este texto traduz para nós a vida desse rei; porque quando a Palavra de DEUS diz que seus atos eram tão perversos e abomináveis como os de Manassés, seu pai, fica claro que aqui é uma referência à primeira fase da vida de Manassés. A vida de Amom retrata para nós o problema do orgulho e da soberba do coração humano. A perversidade e a abominação são características do orgulho do pecado. Vamos estudar esta questão tomando por base a vida deste rei, e examinar à luz da Bíblia as implicações que isto tem a ver com o nosso viver cristão prático. Como podemos viver uma vida vitoriosa em CRISTO, mesmo possuindo um coração humano enfraquecido pelo poder do pecado que ainda habita em nossa carne? Sabemos que o caminho pelo qual DEUS nosso bendito Pai nos conduz em triunfo é mediate o modelo de vida que Seu Filho JESUS viveu, e sua morte e ressureição. A questão prática aqui neste ensino é examinar o tema sobre o pecado e a humildade. O que na verdade é a humildade e o quanto este assunto é preeminente na formação do nosso caráter cristão.
A humildade é frequentemente identificada com penitência e contrição. Como consequência, parece não haver outra maneira de cultivar a humildade a não ser mantendo a alma ocupada com seu pecado. Na vida do nosso SENHOR JESUS a humildade era a própria essência da santidade. Isso é a destituição do ego pela entronização de DEUS. Onde DEUS é tudo, o ego é nada.

A PROFUNDA PERCEPÇÃO DE TER SIDO UM DIA UM PECADOR

Reconhecer a profundidade da nossa velha vida de pecado e toda a intensidade que ele operava em nós, nos dá a consciência do quanto necessitamos da humildade em nossa vida.
Veja o exemplo do apóstolo Paulo:
1Co 15.9,10: “Eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de DEUS. (...) Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de DEUS comigo”. O termo que ele usa aqui neste texto para o menor é lachistos que significa “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição”.
Ef 3.8: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho da graça de DEUS”. O termo que ele usou aqui para menor foi elachistosteros, que é “menos que o mínino”.
1 Tm 1.13,15: “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em CRISTO JESUS. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Gosto de uma versão alternativa que diz: “CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior”. Porque é essa a idéia do texto.
Quero destacar alguns pontos:
1º. Paulo olha para sua vida como um homem remido e santo, e tem a profunda percepção de ter sido um dia um pecador.
2º. Ele se sente como um apóstolo inferior entre aqueles irmãos que um dia andaram com o SENHOR. Não se sentia digno de ser chamado “apóstolo”. Ele se via como o “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição” diante de toda a Igreja.
3º. Essa consciência fez de Paulo um homem livre. Um homem que não buscava sobrepujar a ninguém.
4º. DEUS nunca mais se lembrou do seu pecado; mas Paulo nunca poderia esquecer quão terrivelmente havia pecado. Ele mesmo dissera: “persegui a Igreja de DEUS” – (1 Co 15.9). Você pode imaginar o quanto isso esmagava seu coração! Apesar do perdão, ele via o quanto, no privilégio de servir como apóstolo, era indigno. Mesmo em face à graça de DEUS, ele não se sentia digno. A palavra grega para indigno que ele usou foi hikano, que é “inadequado”; ele não se sentia em condições de ser apóstolo.

Estes versículos têm um significado amplamente profundo para todos nós.

Veja que esses textos da experiência de Paulo traz para nós algumas lições surpreendentes:
1ª lição -Não é o pecado, mas é a graça, que nos fará de fato conhecer-nos como pecadores.
2ª lição - Esses textos se referem ao que dura pela eternidade e dará a todos nós o profundo e suave som de assombro e adoração à humildade com a qual nós, os remidos, adoraremos diante do trono, como aqueles que foram lavados de seus pecados no sangue do Cordeiro.
3ª lição - Estaremos naquele dia adorando, tendo a percepção de que éramos pecadores; mas veremos, não por nosso mérito, e sim pela graça de DEUS, que fomos introduzidos diante do Seu trono. Mesmo na eternidade de glória nunca esqueceremos que um dia fomos pecadores, e que DEUS nos tomou nos Seus braços e nos coroou com Seu amor.

A HUMILDADE EM NOSSA VIDA PRÁTICA

Em sua Primeira epístola, no capítulo 4 e o versículo 20, o apóstolo João escreveu: “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a DEUS, a quem não vê”.
A lição que extraímos deste texto é que nosso amor a DEUS será medido pelo nosso viver prático com as pessoas e o amor que exibimos no contato com elas.
Também é assim com nossa humildade. E fácil pensar em nos humilharmos diante de DEUS, mas a humildade diante dos homens será a única prova suficiente de que nossa humildade diante de DEUS é real.

A HUMILDADE DEVE SER A NOSSA VIDA

A humildade não pode ser apenas uma postura que assumimos diante de DEUS quando oramos ou O cultuamos. Quando, na presença de DEUS, a humildade de coração torna-se não uma postura que assumimos por um tempo, mas o próprio espírito de nossa vida, sairemos de uma realidade periférica para vivermos uma vida cristã profunda, como esses apóstolos viveram.
É na vida prática que é provado o espírito que nos domina.
A humildade diante de DEUS não é nada se não for provada em humildade diante dos homens.
Vamos estudar nos escritos de Paulo a maneira clara como ele trata desse assunto:
Romanos 12:
v.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” – (RC).
v.16: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” - (RA).
1 Coríntios 13:
v.4: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana [Gr.: perpereuomai – “ gabar-se”, “exibição própria”], não se ensoberbece [Gr.: phusioo – “inflamar”, “tornar arrogante”, “estar cheio de si”, “ comportar-se de modo orgulhoso”, “ser arrogante]” ,
v.5: “não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal”
Gálatas 5:
v.13: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor”.
v.26: “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”.
Efésios 4:
v.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no SENHOR, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”,
v.2: “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”.
Filipenses 2:
v.2: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”.
v.3: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”.
Colossenses 3:
v.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”.
v.13: “ Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o SENHOR vos perdoou, assim também perdoai vós”.


LIÇÕES PRÁTICAS

1ª. A humildade é a raíz do nosso amor.
2ª. Devemos ter alegria em honrar nossos irmãos.
3ª. A verdadeira liberadade cristã é a liberdade de sermos servos uns dos outros em amor.
3ª. A raiz da inveja é a vanglória, e a vanglória é usurpar para si a glória de DEUS.
4ª. Humildade é o andar digno da vocação a qual fomos chamados.
5ª. A única forma de vivermos livres de partidarismos e divisões é sermos humildes, considerando cada um os outros superiores a nós mesmos.
6ª. É em nossa relação uns com os outros, em nosso tratamento uns para com os outros, que a verdadeira humildade de mente é o coração de humildade.
7ª. Humildade é a característica visível dos eleitos de DEUS.
8ª.A verdadeira humildade vem quando, na luz de DEUS, vemos a nós mesmos, e assim desistimos de nós, para que DEUS seja tudo! Quando Paulo diz em Gálatas 2.20: “Não mais eu...” é o mesmo que dizer: “Eu me perdi encontrando a Ti”. Lá em 2 Co 12.11, ele diz: “... ainda que nada sou”.
A verdade é esta: o orgulho tem de morrer em nós, ou nada dos céus poderá viver em nós.
A Igreja sofre por causa da falta dessa humildade divina, o nada-ser é que dá lugar para DEUS provar Seu poder entre nós.

O ORGULHO É A CAUSA DA QUEDA

Temos que ler dois textos:

Gn 3.5: “Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como DEUS, sereis conhecedores do bem e do mal”.
Is 14.14: “subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”.
Não olhe para o orgulho como um temperamento inconveniente, nem para a humildade somente como uma virtude conveniente, pois um é morte, e o outro é vida; um é totalmente diabólico, o outro é totalmente celestial.
O que você tem de orgulho dentro de você é o que tem do velho Adão caído vivendo em você; o que você tem de verdadeira humildade é o que você tem do Cordeiro de DEUS dentro de você.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS - Arrependimento Tardio

Palavra ministrada em 26.03.09

Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. Foi dito que ele fez o que era mau aos olhos do SENHOR, de acordo com as abominações das nações que o SENHOR tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). A lista dos seus pecados é repulsiva. É chocante ver um rei que teve um pai como Ezequias, e viver uma vida moral e espiritual tão degradante como viveu Manassés. Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” - (2 Cr 33.6). Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” - (2 Rs 21.16). Em conseqüência dos seus pecados, DEUS fez com que Manassés fosse cativo com ganchos, amarrado com cadeias, para Assíria - (2 Cr 33.11).
Então Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante do SENHOR e pediu a misericórdia de DEUS - (2 Cr 33.12-13). Tão genuíno foi seu arrependimento, que o SENHOR realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração a DEUS e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente - (2 Cr 33.14-16).
Infelizmente o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham criado raízes profundas no reino do Sul, de modo que o povo não voltou para DEUS; seu próprio filho foi a realidade viva da conseqüência dos seus pecados. A Bíblia diz: “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Cr 33.20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com a depravação, a impiedade e a idolatria.
Não há nisto tudo uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidimos viver de acordo com nossa carne; quando decidimos viver conforme o padrão do mundo, gozando dos seus “privilégios” e depravação; quando vivemos uma vida moral e espiritual contrária à vida de DEUS, colheremos tragicamente as conseqüências do nosso pecado. Mesmo que um dia venhamos nos arrepender, devemos saber que DEUS perdoa nossos pecados, mas sofreremos com as consequências deles. E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos!

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Para falar sobre isso, primeiro quero mostrar o que o arrependimento não é. Arrependimento não é remorso. Muitas pessoas acham que esse abatimento em nossa consciência quando cometemos alguma falta é arrependimento. Isto não é arrependimento!
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Quero demonstrar isso descrevendo quatro características do que é o verdadeiro arrependimento:
1ª Característica do verdadeiro arrependimento - Convicção
A convicção é a certeza a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, dos nossos pecados. Enquanto não estivermos convictos dos nossos pecados, ainda não nos arrependemos de verdade. Corremos o perigo de termos uma convicção superficial dos nossos pecados, e isto nos levará mais cedo ou tarde a cairmos novamente. Precisamos ter consciência das atrocidades dos nossos pecados, porque senão, nos tornaremos ouvintes endurecidos.
Vejamos alguns exemplos:
Roboão – 2 Cr 12.5-9,13,14.
Asa – 2 Cr 16.7-10.
Joás – 2 Cr 24.17-24.
Amazias – 2 Cr 25.14-16.

Em todos esses exemplos podemos ver duas coisas: falta de convicção e corações endurecidos. A explicação está em um arrependimento superficial.
Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção.
Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o perdão do SENHOR.
DEUS usa duas ferramentas pelas quais Seu ESPÍRITO SANTO nos leva à convicção:

1º. A Consciência.
Muito antes de existir a Palavra escrita, DEUS tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do SENHOR entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: “Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso', disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), ' nos vem essa ansiedade” – (Gn 42.21).

Precisamos ver duas coisas importantes sobre nossa consciência:
1º. A consciência é 'uma faculdade divinamente implantada no homem, que lhe pede para fazer o que é certo'.
2º. Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

Um ponto que precisamos analisar com mais cuidado é que a consciência não é um guia seguro, porque freqüentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por DEUS. Ela tem que ser disciplinada pela Palavra de DEUS e ser sensível à voz do ESPÍRITO SANTO. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de JESUS, o Nazareno” - (At 26.9). A própria consciência precisa ser educada.

2º. A Palavra de DEUS:
A Palavra de DEUS é o instrumento pelo qual DEUS usa para produzir convicção. Em 2 Samuel 12, temos o episódio de Natã e Davi. Já havia passado um ano que Davi havia se deitado com Bate-Seba, e desde então ele ainda não tivera convicção do seu pecado. Vamos ler os textos:
v.1: “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”.
v.2: “Tinha o rico ovelhas e gado em grande número”;
v.3: “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”.
v.4: “Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado”.
v.5: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”.
v.6: “E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu”.
v.7: “Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul”;
v.8: “dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas”.
v.9: “Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom”.
v.10: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher”.
v.11: “Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol”.
v.12: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol”.
v.13: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás”.


PECADO É UMA QUESTÃO INTERIOR

O arrependimento na vida de um cristão deve ser algo profundo. Vamos ler em Romanos capítulo 7 e o versículos 7 e 8:
v.7: “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: Não cobice”.
v.8: “Mas o pecado, achando ocasião, operou em mim pelo mandamento toda a cobiça; porque sem a Lei o pecado está morto”.
1º. O propósito da lei foi revelar o pecado em nós. A lei trouxe a consciência da real natureza do pecado.
2º. Note no versículo 7 que Paulo diz duas vezes: “me fez saber” e “eu não saberia”. O primeiro termo saber, no grego é gnosko e significa “perceber”, “sentir”; o mas o segundo é oida e tem uma conotação mais forte, que é “conhecer absolutamente”, isto é, conhecer como resultado de reflexão e experiência. No primeiro caso é uma espécie de “apreensão ou percepção”, mas no segundo parafraseando ele diz: “eu nunca teria sentido as profundezas do meu ser, nem teria pleno entendimento e plena experiência do sentido da concupiscência, e do papel que ela desempenha na minha vida, se a lei não tivesse dito: “não cobiçarás”. Isso nos mostra duas coisas:
1. A lei não somente levara Paulo a ver que a concupiscência é pecado;
2. Como a enxergar o terrível poder que ela exercera em sua vida.

Vejamos este ensino nas palavras do SENHOR JESUS

O SENHOR JESUS em Seu ministério de ensino empenhou para deixar esse assunto da função da lei e a relação dela com o homem bem claro.
Nosso problema em relação ao pecado é que pensamos em pecado como sendo algo externo. Esse era o problema do judaísmo religioso daquele tempo.
No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 21 até o fim do capítulo, o SENHOR trata desse assunto especificamente, pois os fariseus estavam ensinando enganosamente as pessoas a pensarem que enquanto você não adultera, você não está debaixo da condenação da lei. Vejamos o versículo 28 aqui do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Vejamos três lições aqui:
1ª lição – A lei é espiritual, e está interessada no coração do homem e em sua atitude para com DEUS.
2ª lição – Um desejo é tão condenável quanto o ato.
3ª lição – Desejar pecar é pecar. Podemos pecar em nossos pensamentos e imaginações.

Quero concluir esse ensino com as palavras do nosso SENHOR em Lucas 16.15: “Mas JESUS lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas DEUS conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de DEUS”.

Agora você vê o lugar da Palavra de DEUS nos convencendo do pecado e nos conduzindo pelo ESPÍRITO SANTO ao arrependimento.

2ª Característica do verdadeiro arrependimento - Contrição.
O que é contrição? É o profundo sentimento de tristeza segundo DEUS; é a humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema de muitos cristãos.
O que DEUS quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo.
Vamos ler dois textos nos Salmos:
Sl 34.18: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a DEUS são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó DEUS”.

terça-feira, 7 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS - RESTAURANDO OS VALORES ESPIRITUAIS PERDIDOS

2a Parte

2 Cr 29.18


Nesse texto vemos a restauração dos valores espirituais perdidos. Eles restauraram: “Já purificamos toda a Casa do SENHOR”. Para entendermos isso precisamos saber que Acaz mudou toda a ordem de culto que DEUS estabeleceu por meio de Moisés - (2 Rs 16.10-20). Ele removeu o “altar” que espiritualmente tipificava a cruz de CRISTO.
Restaurar o sentido espiritual da Casa do SENHOR significa que temos que remover tudo que foi introduzido pelo homem, com o propósito de gerar satisfação de DEUS.

A CENTRALIDADE DA CRUZ

Precisamos restaurar o lugar da cruz em nossa comunhão como Igreja. Nesse texto de Crônicas capítulo 29 e o versículo 18, nos mostra a seriedade disso. Quando estudamos este assunto na sua sequência, sabemos que esse povo não se arrependeu, e como resultado, eles foram levados para o cativeiro da Babilônia por setenta anos. Depois, o SENHOR levantou Zorobabel, Esdras para restaurarem Sua casa. Quando você estuda esse assunto, você ver claramente que a primeira coisa ali restaurada na casa de DEUS foi o “altar” – (Ed 3.2,3). Esse altar fala da centralidade da cruz de CRISTO.
O Evangelho que pregamos é o Evangelho da cruz. Se não experimentamos o seu poder, jamais conseguiremos com que as pessoas conheçam o poder transformador da cruz. O apostolo Paulo viveu uma vida crucificada porque viu o poder e o valor da cruz em todos os aspectos do seu viver. Compreender o sentido prático da cruz em nós é a chave para o viver cristão adequado. 
Quero ressaltar alguns princípios fundamentais acerca da cruz de CRISTO:
 1º.Cada experiência de cruz tem o objetivo de levar-nos a participação mais plena da vocação cristã e da nossa herança entre os santos.
 2º.A cruz sempre foi um princípio eterno em DEUS. Ela não é uma alternativa posterior ou um acidente no universo;
 3º.Nunca podemos pensar na cruz unicamente como uma medida que DEUS encontrou para realizar a redenção, porque assim, perdemos de vista o propósito mais amplo de DEUS.
 4º.Desde o início o Pai desejava Ter uma família de filhos que abraçassem o mesmo princípio de cruz o qual eternamente governou o seu coração.
 5º.Era intenção de DEUS que essa cruz fosse gravada de tal forma em seus filhos que ela se tornasse seu objetivo de vida.


 O PERIGO DE IGNORARMOS A CENTRALIDADE DA CRUZ

No livro de Josué no capítulo 22 temos um episódio que nos ensina acerca da CENTRALIDADE DA CRUZ. Para compreendermos claramente esse capítulo é importante lermos Números 32.1-15 e Dt 3.12-14. Aqui, as tribos de Rúben e Gade pedem a Moisés que lhe dêem a terra de Gileade que estava a leste do Jordão, uma região apropriada para criação de gado. Moisés temia que isso trouxesse divisão entre as tribos de Israel. Mas essas tribos se comprometeram em lutar e depois voltariam para habitar essa terra.
Quando chegamos ao capítulo 22 do livro de Josué, vemos uma lição solene do Perigo de ignorarmos a centralidade da cruz. O capítulo 32 de Números constrói para nós todo o contexto desse capítulo 22 de Josué.
Lá no capítulo 32 de Números vemos que essas tribos ganharam muitos despojos de guerra, e eles preferiram ficar antes do Jordão porque aquela terra era boa para criar gado e ovelhas, eles preferiram àquela terra do que entrar na terra prometida, aquele lugar que DEUS já tinha falado que ali deveria ser o destino deles. Depois que Moisés advertiu os filhos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manasses, eles resolveram entrar na terra, mesmo deixando para trás suas esposas e filhos, e só voltarem depois de lutar com seus irmãos e conquistar aquela terra.
Vamos extrair algumas lições aqui:
 1ª.Essas duas tribos e a meia tribo de Manassés estavam com seus olhos apenas nas coisas materiais, preocupados com o gado, ovelhas e com os verdes pastos. Lucas 17.30-33: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará”. Em Gênesis 19.26 diz que a mulher de Ló “olhou para trás”; essa frase é importante nesse contexto porque se voltarmos ao versículo 17 desse mesmo capítulo de Gênesis, vemos que o anjo do SENHOR lhes advertiu: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás”. E nesse sentido, vemos que o trabalho da cruz opera em nosso coração tratando com as coisas materiais. O apego as coisas que ocupam nosso coração. No Evangelho de Mateus o SENHOR JESUS disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” – (Mt 6.21). Esta é a razão pela qual a cruz tem que trabalhar em nosso homem interior, para que nossos valores sejam os mesmos valores de DEUS.
 2ª.Escolheram habitar em um lugar onde não havia a arca da aliança que tipificava o testemunho do SENHOR entre eles. Veja que o inimigo preparou um ambiente propício para que eles fossem distraídos, e por isso não perceberam a sutileza do fracasso espiritual. Isso nos fala do perigo da sedução do mundo. Paulo diz em Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso SENHOR JESUS CRISTO, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Temos que entender que a expressão mundo nos fala de uma “entidade espiritual”. O SENHOR JESUS orou ao Pai e disse: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” - (Jo 17.14,15). O sentido da palavra “mal” é perversidade e iniquidade. Lá cruz o SENHOR JESUS se entregou ao Pai sem reservas; Ele colocou de lado todos os seus direitos e insígnias celestes; renunciou a tudo para morrer em nosso lugar. Quando Paulo diz “gloriar-me senão na cruz” ele está dizendo que esse é o único caminho para vencermos o poder do mundo sobre nós. Só há glória na cruz se o mundo estiver crucificado para nós.
 3ª.Como é perigoso edificar coisas para DEUS mesmo que isto não seja o propósito de DEUS e nem para a glória de DEUS. O versículo 10 de Josué 22 diz que eles levantam um altar de grande aparência e seus irmãos ficam preocupados, porque só existia um altar e um tabernáculo; então que altar era este? Este era o altar da ignorância e da divisão. Aquele grande altar não ajudava a mostrar a unidade do povo e sim a sua divisão. Assim também é hoje. Altares majestosos foram e estão sendo erguidos pela cristandade, prédios de grande aparência onde nossos irmãos tem chamado de Igreja. Também estamos divididos por verdades bíblicas, mas isso não ajuda a mostrarmos a unidade do povo de DEUS, apenas a sua divisão.
  

CONSAGRAÇÃO – O CAMINHO PARA DEUS

O texto ainda diz:“nem ofereceram holocausto”. A oferta de holocausto é também chamada de oferta queimada. Essa oferta aponta para a entrega total de CRISTO ao Pai. No aspecto espiritual da vida cristã, essa oferta fala da nossa consagração a DEUS.
Ao receber a oferta o sacerdote a examinava detalhadamente, e de acordo com o memorial estabelecido, ele realizava o sacrifício. O animal era oferecido no altar e se tornava uma oferta de cheiro suave.
Há três princípios importantes que temos que observa:
1.o ato da oferta;
2.o sacrifício;
3.e o resultado.

Vamos observar alguns princípios do Holocausto: As três etapas deveriam estar de acordo com a vontade de DEUS, para que o ofertante seja aceito diante de DEUS. Cada etapa deveria ser cumprida adequadamente conforme o princípio estabelecido por DEUS. Cada etapa só poderá ser realizada depois de cumprida a primeira, e assim sucessivamente. Ninguém podia prosseguir em sua oferta sem a aprovação de DEUS, para não ferir Sua vontade. O que aprendemos aqui é o caminhar progressivo da vida crista na base da cruz.

No holocausto vemos três aspectos da cruz em nossa vida. 
Primeiro nível – terreno. O animal era trazido pelo ofertante andando, e assim, era entregue nas mãos do sacerdote. Há quatro passagens que nos ajudarão a entender essa verdade:
1.Mt 10.34-39 – A cruz precisa trabalhar em nossas afeições naturais.
2.Mt 16.21-26 – A cruz tem que trabalhar nossa auto-piedade.
3.Lc 17.26-33 – A cruz nos separa do amor do mundo. o que vemos nessa passagem que todas as coisas são legítimas, mas são coisas que se não forem trabalhadas pela cruz poderão nos corromper. Aqui temos a cruz nos libertando de tudo que é terreno e material, e que o inimigo sistematizou para nos aprisionar.
4.Jo 12.20-25 – A cruz nos separa da glória pessoal.

Segundo nível – o altar (Rm 12.1,2). O animal era entregue ao sacerdote, que depois de imolá-lo o colocava sobre o altar. Aqui temos um processo mais elevado da obra da cruz em nós. A cruz trabalha a nossa entrega total a DEUS. Aqui é onde vemos que só há glória na cruz se a cruz for à nossa glória - (Gl 2.19; 6.14). 

Terceiro nível – Cheiro Suave. A fumaça penetrava nas alturas. Crucificado na cruz CRISTO morreu, e em seguida, Ele foi sepultado, ressuscitado, e finalmente Ele ascendeu-se aos mais altos céus, como diz Paulo em Efésios 5.2: “e andai em amor, como também CRISTO nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a DEUS, em aroma suave”. Creio que esse último aspecto do holocausto, nos ensina sobre o viver prático, que participamos desta obra elevada da cruz em nossa vida. Nesse terceiro nível temos o viver adequado que agrada a DEUS – cheiro suave. A única frase que pode nós revelar o que significa viver uma vida como sacrifício agradável a DEUS, esta na frase que Paulo usou cento e sessenta e quatro vezes em seus escritos, que é “em CRISTO”. Paulo usou um termo em algumas das suas epístolas para mostrar-nos e sentido desse assunto na vida cristã; o termo é euarestos, que significa: “aceitável”, “apropriado”. Em Filipenses Paulo nos dá uma definição exata do significado dessa palavra, vejamos: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a DEUS” – (Fp 4.18). Leiamos alguns textos onde ele usou esse termo:
 Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de DEUS, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional”.
 Rm 14.18: “Aquele que deste modo serve a CRISTO é agradável a DEUS e aprovado pelos homens”.
 2 Co 5.9: “É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis”.
 Quero mostrar-lhe a realidade contextual de cada um desses textos, para que possamos extrair suas riquezas. Em Romanos 12.1, temos um apelo do apóstolo em uma tônica solene para que tenhamos uma vida de consagração a DEUS; que nosso corpo que é o templo do ESPÍRITO SANTO seja um culto aceitável a DEUS. Quando chegamos no capítulo 14 e o verso 18 de Romanos, é importante sabermos que o contexto inicia no versículo 13. Paulo exorta os cristãos quanto ao zelo que devemos ter uns com os outros; para que nossa vida não seja um tropeço aos nossos irmãos. O assunto aqui é o amor fraternal; e o apóstolo diz que aquele que anda e não escandaliza seu irmão serve a CRISTO e isto é aceitável diante de DEUS. Quando chegamos ao capítulo 5 da Segunda carta aos Coríntios, vemos o assunto acerca da eternidade como uma realidade presente, e a redenção do nosso corpo.  

sábado, 21 de março de 2009

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR

EZEQUIAS – A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO E DO SERVIÇO AO SENHOR
 

2 Rs 18 – 20.21; 2 Cr 29 – 32.33 

 

INTRODUÇÃO

 

Vamos avançar em nosso estudo sobre os reis de Judá. Hoje iremos estudar sobre Ezequias, que foi o décimo segundo rei de Judá. Ezequias foi um rei piedoso, que promoveu uma reforma espiritual em Judá. Ele fez aquilo que nenhum outro descendente de Davi havia feito. Suas reformas estavam relacionadas com o serviço ao SENHOR e o ministério da casa do SENHOR.

Quando estudamos a vida de Ezequias, podemos dividi-la em quatro etapas:

1ª – Suas reformas - 2 Cr 29 – 31.20;

2ª – Sua vitória sobre a Assíria – 2 Cr 32.1-23;

3ª – Sua doença - 2 Rs 20.1-11; 2 Cr 32.24-26;

4ª – Sua insensatez diante dos emissários da Babilônia - 2 Rs 20.12-19.

O que está evidente na história de Ezequias é que a Bíblia não esconde de nós as suas falhas, e como o ESPÍRITO SANTO usa esses erros para nos disciplinar, pois podemos perceber o que reside dentro de nós, mesmo quando buscamos ser íntegros diante do SENHOR. 

Como precisamos ser cuidadosos mesmo quando temos em nosso coração o desejo de corresponder fielmente a toda vontade de DEUS!

 

MINISTROS E MINISTÉRIOS

 

Nos versículos 4, 5, 16 e 17 de 2 Crônicas 29 vemos algo a respeito da restauração do ministério ao SENHOR:

v.4: “Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça oriental”

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

v.17: “Começaram, pois, a santificar no primeiro dia do primeiro mês; ao oitavo dia do mês, vieram ao pórtico do SENHOR e santificaram a Casa do SENHOR em oito dias; no décimo sexto dia do mês, acabaram”.

 

Meditando nestes textos podemos ver que essa restauração começa com os sacerdotes e levitas. Os levitas falam do serviço ao SENHOR; Os sacerdotes falam do ministério ao SENHOR.

 

Levitas e sacerdotes nos falam de ministros e ministérios. Precisamos atentar para dois textos:

v.5: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, DEUS de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.

v.16: “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”.

 

Nestes textos podemos ver claramente alguns pontos importantes que descrevem para nós o que na prática tem sido o cristianismo neste tempo em que vivemos. Quero que você note alguns pontos:

1º. Olhe o termo imundícia registrado nestes dois versículos. O escritor usou dois termos diferentes para esta palavra: o primeiro, no versículo 5, é niddah, que fala de “impureza cerimonial”; o segundo termo no versículo 16 é tum’ah que fala de uma “massa imunda”. Isso está espiritualmente relacionado com tudo aquilo que tem sido praticado pelo povo de DEUS e que não corresponde ao caráter de DEUS. Nossa forma de culto, nossa liturgia, ministérios profissionais, todas essas coisas ferem o caráter santo de DEUS pela forma como elas estão sendo conduzidas no serviço e no ministério ao SENHOR. A ordem aqui é que todo lixo que resida na casa de DEUS, que é a Sua Igreja, o Corpo de CRISTO, deve ser retirado. 

 

2º.A consonância entre os levitas e sacerdotes: O versículo 16 nos diz que “Os sacerdotes entraram na Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem fora, ao ribeiro de Cedrom”. O trabalho dos sacerdotes era purificar, isto é, limpar toda a sujeira, e os levitas tomaram essa sujeira e a lançaram fora, no ribeiro de Cedrom. Este texto nos ensina a importância que cada ministério e serviço tem diante de DEUS, para que haja frutificação que venha glorificar a DEUS. Em 1 Coríntios 3 e os versículos 6 a 9, Paulo diz assim: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de DEUS. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas DEUS, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de DEUS somos cooperadores; lavoura de DEUS, edifício de DEUS sois vós”. O apóstolo Paulo usava um termo para designar aqueles que trabalhavam lado a lado com ele no serviço, no ministério e na obra de DEUS – “cooperador”:  

Rm 16.9: “Saudai a Urbano, que é nosso cooperador em CRISTO”. 

Rm 16.21: “Saúda-vos Timóteo, meu cooperador”.

2 Co 8.23: “Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador convosco”.

Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades”.

Fp 4.3: “A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida”.

Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso colaborador”.

Fl 1.24: “Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores”.  

 

Como esse exemplo de Paulo deve ser algo prático em nosso serviço e ministério ao SENHOR! O mundo ensina a competitividade, mas no serviço e no ministério ao SENHOR não deve haver esse comportamento, pois tem sido nessa brecha que o inimigo tem penetrado para gerar ciúmes e todo tipo de contenda, ferindo os princípios da Palavra de DEUS, que nos ensinam quanto ao serviço e o ministério cristão.

Veja como Paulo deixa transparecer seu carinho e amor por aqueles que trabalhavam juntamente com ele: 

  2 Co 8.23: “Tito, é meu companheiro”;

  Fp 2.25: “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas”. Ainda no capítulo 4 e o versículo 3 Paulo diz: “A ti, fiel companheiro de jugo”. O termo que Paulo usa aqui para “companheiros de jugo” é suzeugnumi, que retrata para nós dois bois trabalhando juntos presos por um jugo.

  Fl 1.1: “... amado Filemom, também nosso cooperador”.

 

  Que consideração havia no coração desse apóstolo! Como ele valorizou cada um daqueles que trabalhou ao seu lado! Podemos ver em todos esses textos, as chaves do caminho de DEUS na vida de Paulo; como o SENHOR pôde avançar em sua vida, e usá-lo de maneira extraordinária. 

 

 

O QUE SIGNIFICAM MINISTROS E MINISTÉRIOS NO SENTIDO PRÁTICO?

 

  Ministério fala de algo que vem de DEUS e ministros fala de algo vai para DEUS. Ministério é DEUS ministrando, e ministros, nos falam de DEUS ministrado. Todos os que servem à Igreja, servem em primeiro lugar e antes de tudo, a DEUS. Servir à Igreja ou ministrar ao povo é diferente de ministrar a DEUS, e servir ao povo sem servir a DEUS é o caminho do fracasso; é servir a si mesmo. Uma das características que vemos na Bíblia para o ministério ao SENHOR é o sacerdócio. Esse assunto é igual tanto no Antigo como no Novo Testamento. 

  Lembre-se que a intenção perfeita de DEUS era que Seu povo fosse um reino de sacerdotes. O primeiro grande exemplo que temos é o de Melquisedeque em Gênesis capítulo 14 e os versículos 19 a 20; depois em Êxodo 19.5 e 6, onde o SENHOR diz: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. O apóstolo Pedro diz em sua Primeira epístola no capítulo 2 e o versículo 9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de DEUS”. Devemos ser um reino de sacerdotes, reis e sacerdotes para DEUS. Embora este seja o plano original de DEUS, Israel falhou com respeito a ele. 

Quando Moisés desceu do Monte com os Dez Mandamentos, os israelitas já estavam adorando o bezerro de ouro. Então Deus disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho” - (Êx 32.27). Entretanto, apenas os levitas obedeceram; e daquela ocasião em diante o ministério sacerdotal foi concedido a eles. No caso dos filhos de Coré, em Números capítulo 16, o que estava em questionamento era quem era santo e quem podia servir a DEUS. Eles reivindicaram que todos eram santos e todos podiam igualmente servir a DEUS. Mas o SENHOR os julgou. A terra se abriu e engoliu todos os homens que pertenciam a Coré, junto com todos os seus bens, e fogo saiu de diante do SENHOR e devorou os duzentos e cinqüenta homens que haviam oferecido incenso. 

Disso podemos extrair algumas lições espirituais:

1ª lição - Existe vida para aqueles que são designados por DEUS para servi-Lo, mas para aqueles que não são chamados e, ainda assim, se apresentam e tentam servi-Lo por sua própria iniciativa, simplesmente porque assim desejam fazer, para eles há apenas destruição. Isso não é algo sem importância, é uma questão de vida ou morte.

2ª Lição - Todos os filhos de DEUS são sacerdotes, mas não podem executar este ofício sem qualificações especiais. Não podemos exercitar nossa função designada como sacerdotes de acordo com o que naturalmente somos. Espiritualmente falando, apenas Moisés, Arão e os levitas podiam executar esse ofício. Vemos esse princípio no caso de Coré, Datã e Abirão: quando os duzentos e cinqüenta príncipes da congregação ofereceram fogo falso nos incensários, eles foram consumidos.

3ª Lição – No capítulo 17 de Números, vemos a vara de Arão e as varas representativas das outras tribos sendo colocadas diante do da tenda da congregação, perante o testemunho. No dia seguinte, apenas a vara de Arão floresceu. Isso nos fala tipologicamente de ressurreição, a vida que sai da morte. Somente os que passaram pela morte e entraram na vida de ressurreição podem ministrar ao SENHOR. Eles precisam conhecer a morte da cruz. Espiritualmente temos que entender que a ressurreição significa que a pessoa passou pela morte e recebeu nova vida; ressurreição é vida entrando na morte e emergindo em nova vida.

4ª Lição - Todo ministério que perdeu sua ênfase sacerdotal acima de todas as coisas já fracassou. Se alguém não foi à presença de DEUS em primeiro lugar, ele não pode ministrar DEUS com qualquer mensagem ou serviço de valor. Se não ficamos na presença de DEUS como sacerdotes, toda a nossa obra, testemunho, movimentação e esgotamento serão apenas um ministério ao homem e não ao SENHOR.

 

  O ministério significa que DEUS fará algo através dos homens, e ministros fala dos homens ministrando algo para DEUS. É significativo que quando as portas estão fechadas na Casa de DEUS, há uma verdadeira confusão no sentido prático do ministério e dos ministros. 

  No versículo 17 diz que os sacerdotes “santificaram a casa do SENHOR em oito dias”. Precisamos penetrar na verdade deste texto para nossa experiência cristã: O número oito - é mencionado 80 vezes na Bíblia. Sua raiz no hebraico dá a idéia de superabundar. 8 = 7+1, que fala de algo mais que perfeito. Os milagres de Elias foram oito e os de Eliseu foram dezesseis. O primogênito deveria ser dado ao SENHOR no oitavo dia (Ex 22.29,30). 

  Todas essas ilustrações nos levam a considerar algo impressionante que DEUS deseja nos falar. O “oitavo dia” também nos fala da ressurreição. CRISTO ressuscitou no oitavo dia. O ministério que estará restaurando a Casa de DEUS será no poder da ressurreição de CRISTO - (Jo 20.19-22; Ef 1.19-20).

segunda-feira, 16 de março de 2009

ACAZ - CORAÇÃO PERVERSO

731 a.C. - 715 a.C.


•2 Rs 16.1-20; 2 Cr 28.1-27

 

Segundo a Palavra de DEUS Acaz, foi o décimo segundo rei de Judá, e reinou 4 anos junto com Jotão, seu pai, e depois, sozinho, mais 16 anos (736-716 a.C.). Foi um dos piores reis de Judá. No tempo do governo de Acaz em Judá, a Assíria era o império dominante. Foi esse império que DEUS usou para disciplinar o reino do Norte (Israel) no ano 722 a.C.

Em 2 Rs 16.7,8 podemos perceber nitidamente o quanto ele estava comprometido com Tiglate-Pileser, rei da Assíria quando diz "Eu sou teu servo e teu filho". Percebe-se a falta de senso desse rei, que preferiu ser conhecido como filho de um ímpio. Ao que nos parece, Acaz se sentia à vontade nos templos pagãos da Assíria; todo aquele poder o impressionava e contagiava o seu coração. Ele foi seduzido por uma religião libertina em que a prosperidade e o senso de vitória predominavam. Durante todo seu reinado, não se vê um coração que se humilha diante de DEUS. Acaz não sentia em seu coração o peso dos seus pecados diante de DEUS. Ele sacrificou os próprios filhos em ritual satânico - (2 Cr 28.3).

Acaz é para nós uma figura da degradação espiritual mais elevada que podemos encontrar em um descendente de Abraão. Nesse tempo o reino de Judá foi marcado por grandes perdas. A Síria derrotou Judá e levou uma grande quantidade de presos - (2 Cr 28.5); o reino de Israel também obteve grande vitória contra Judá. Num só dia, Peca, filho de Remalias, matou em Judá cento e vinte mil homens poderosos. A Bíblia diz que isso aconteceu "por terem abandonado o SENHOR, DEUS de seus pais" - (2 Cr 28.6). Nessa batalha Israel levou cativo duzentos mil homens e mulheres, e grandes despojos. A Bíblia diz que ainda os Edomitas e os Filisteus pelejaram contra Judá e venceram levando ainda mais cativos. O mais impressionante, é que em nenhum momento se vê Acaz arrependido. Ele não busca a DEUS. No versículo 16 do capítulo 28 de 2 Crônicas diz que ele busca ajuda do rei da Assíria, mas que este não o ajudou, embora tendo Acaz dado a ele os tesouros da Casa do SENHOR.

Quanto mais a angústia aumentava, mais ele se afundava em sua idolatria. Ele passou a buscar e adorar os deuses da Síria, porque dizia ele: "Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, eu lhes oferecerei sacrifícios para que me ajudem a mim". Lamentabilismo engano, esses deuses não o puderam livrar.

Acaz em sua perversidade sem medida toma os utensílios sagrados da Casa do SENHOR e os faz em pedaços, e ainda, fecha as portas da Casa do SENHOR - (2 Cr 28.24). Morreu aos trinta e seis anos, ainda bem jovem. Não foi sepultado nos sepulcros dos reis de Judá, pois foi considerado um rei indigno. 

CORAÇÃO PERVERSO 

A Bíblia diz em Hebreus 3.10 e 12: "Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos. Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do DEUS vivo". Quero analisar algumas frases deste texto para que espiritualmente venhamos entender o coração de Acaz, e ver o quanto podemos nos tornar vítimas do nosso próprio coração.

Em Hebreus 3.10 o autor dessa epístola diz: "esses sempre erram no coração" - No grego o vocábulo "erram" é planao, que significa: "engano", "desviar", "conduzir longe da verdade". Nenhum coração é mais perverso que um coração de incredulidade. Nada ofende tanto a DEUS quanto nossa incredulidade. Todo pecado viola a lei justa de DEUS, mas alguns pecados insultam o próprio DEUS, como é o caso do pecado da incredulidade.

"Tende cuidado..." - No grego esta palavra (expressão) é blepo, que significa: "saber por experiência", "considerar".

"Perverso coração" - A palavra "perverso" no grego é poneros, descreve uma condição geral.

O vocábulo "coração" é comum no Antigo e no Novo Testamento, referindo-se ao homem interior. Freqüentemente está relacionado a parte emocional e intelectual do homem. Na Septuaginta (tradução do original hebraico do A.T., para o grego, completada cerca de duzentos anos antes de CRISTO), esse termo é usado cerca de mil vezes; e no N.T., é usado por cerca de cento e sessenta vezes.

A expressão "perverso coração" é encontrada no Antigo Testamento em Jeremias 16.12; 18.12. Quando o coração é endurecido vemos a ordem de desvio gradual: pecado, mente iludida, coração endurecido, incredulidade e apostasia.

PECADO DELIBERADO 

Ainda na epístola aos Hebreus vamos ler o capítulo 10 e os versículos 26 a 29: 

v.26: "Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados";

v.27: "pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários".

v.28: " Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés".

v.29: "De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o ESPÍRITO da graça?". 

O que é o pecado deliberado? No grego a expressão "deliberado" é hekousios que significa: "voluntário", "de boa vontade", "espontâneo". Quando estudamos a vida de Acaz o que vemos é justamente isso. Um homem que mesmo tendo uma herança espiritual divina, preferiu seguir seu próprio caminho.

Se você estuda a epístola aos Hebreus, perceberá que esse pecado está dentro do contexto de todo ensino que foi ministrado desde os versículos 19 a 25:

v.19: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de JESUS".

v.20: "pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne",

v.21: "e tendo grande sacerdote sobre a casa de DEUS",

v.22: "aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura".

v.23: "Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel".

v.24: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras".

v.25: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima". 

Quero que você preste atenção no versículo 26: "Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade...". Essa frase "pleno conhecimento da verdade" indica o que acabamos de ler nos versículos 19 a 25:

  1º. A verdade do sangue de CRISTO que nos abriu o caminho para o Santo dos Santos;

  2º.O termo "tendes" revela a certeza quanto à pessoa do nosso Sumo Sacerdote. Esse Sumo Sacerdote é o Filho de DEUS, nosso SENHOR JESUS.

  3º.Por causa da obra do nosso Sumo Sacerdote, podemos nos aproximar com total certeza e fé, porque nosso coração já foi purificado tanto pelo sangue como pelo trabalho da Palavra - (v.22).

  3º.O termo "guardemos firme a confissão" no original significa: "tomar posse daquilo que já foi declarado". Os versículos 19 e 20 nos mostram a obra, e o versículo 21 nos mostra a pessoa do Filho. Portanto, o versículo 23 nos exorta a tomar posse da obra e da pessoa do Filho. Aquele que fez a promessa é "fiel"; isto é, o Filho, nosso Sumo sacerdote é Fiel - (Hb 2.17). 

Depois de recebermos o pleno conhecimento da verdade, experimentarmos a CRISTO como nosso Sumo Sacerdote, que está a destra do Pai ministrando o Pai para dentro de nós. Depois de vermos que o caminho até o trono da graça está aberto pelo sangue de CRISTO. Depois de nos tornarmos participantes da Superioridade do sacrifício de CRISTO, e de todas as bênçãos eternas que temos em CRISTO, se viermos retroceder estaremos ferindo profundamente o coração de DEUS. Este é o pecado deliberado. Este é o tipo de pecado que as pessoas cometem de olhos abertos.

ANÁLISE TEXTUAL
 

Quero fazer uma análise mais detalhada de alguns termos segundo o original grego dos versículos:

"Quanto mais" - (v.29) - exprime a idéia de maior intensidade em relação à conseqüência do pecado deliberado.

"calcar aos pés o Filho de DEUS" - No grego é Katpateo indica "desprezo", "desdenho", "insultar". 

"profanar o sangue da aliança" - "profanar" significa: "tratar com irreverência", "desrespeitar", "ofender", "afrontar", "desonrar". Isso indica que podemos considerar o Sangue do SENHOR JESUS uma coisa comum.

"ultrajar o ESPÍRITO da graça" - No grego "ultrajar" é enubridzo, e significa: "não cumprir a lei", "desrespeitar", "transgredir", "ofender gravemente a dignidade de", "afrontar", "desonrar", "insultar". 

Quando traduzimos estes termos do original, podemos ver a gravidade de pecar deliberadamente contra DEUS, como fez Acaz. É rejeitar, desdenhar, tratar com irreverência a obra e a pessoa do Filho de DEUS; é ofender gravemente o ESPÍRITO SANTO, porque é ele quem aplica essas experiências na vida do cristão.
 

O DESPREZO À CRUZ DE CRISTO
 

O capítulo 16 de 2 Reis, versículos 10 a 16 nos contam que certo dia Acaz foi a Damasco, e lá viu um altar pagão. A Bíblia diz que Acaz tomou a planta daquele altar pagão e enviou ao sacerdote Urias para que se fizesse um altar idêntico àquele altar pagão.

Quando examinamos os versículos 12 a 15 vemos a seriedade da situação, vejamos:

v.12: "Vindo, pois, de Damasco o rei, viu o altar, chegou-se a ele e nele sacrificou".

v.13: "Queimou o seu holocausto e a sua oferta de manjares, derramou a sua libação e aspergiu o sangue das suas ofertas pacíficas naquele altar".

v.14: "Porém o altar de bronze, que estava perante o SENHOR, tirou ele de diante da casa, de entre o seu altar e a Casa do SENHOR e o pôs ao lado do seu altar, do lado norte".

v.15: "Ordenou também o rei Acaz ao sacerdote Urias, dizendo: Queima, no grande altar, o holocausto da manhã, como também a oferta de manjares da tarde, e o holocausto do rei, e a sua oferta de manjares, e o holocausto de todo o povo da terra, e a sua oferta de manjares, e as suas libações; todo sangue dos holocaustos e todo sangue dos sacrifícios aspergirás nele; porém o altar de bronze ficará para a minha deliberação posterior". 

Há algumas preciosas verdades que DEUS deseja nos falar dentro destes textos, vejamos:

1º.A troca dos valores espirituais. Acaz desprezou aquilo que era sagrado, aquilo que apontava para a cruz de CRISTO. Em Êxodo 27.1,2 o SENHOR falou a Moisés: "Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco, a largura (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. Dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze". Vejamos as lições espirituais contidas nesse altar:

1ª.Lição - O altar do sacrifício nos fala da obra da cruz.

2ª.Lição - A "madeira de Acácia" - a incorruptibilidade da vida humana do SENHOR JESUS.

3ª.Lição - O número "cinco" - é o número da responsabilidade do homem.

4ª.Lição - O número "três" - revela a "unidade da divindade na Trindade". É o número que fala da expressão da comunhão do DEUS-Triúno.

5ª.Lição - O número cinco fala-nos também da graça de DEUS é a medida da cruz de CRISTO. O Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO são as três pessoas da bendita Trindade divina. Essas três pessoas divinas são representadas pelo número 3. O número 4 é o número da criação. Por isso aqueles querubins que representam a criação, tinham quatro rostos. Em Apocalipses capítulo 4, DEUS é adorado pela criação. No capítulo 5 de Apocalipse DEUS é adorado pela redenção. Depois da obra da criação, DEUS descansou da obra da criação mas seguiu trabalhando em outra obra. "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" - (Jo 5.17). A obra que seguiu a criação foi a redenção. A graça, é representada pelo número 5, aparece no capítulo 5 de Apocalipses. Aparece o Cordeiro, que agora é adorado porque "com Seu sangue redimiu para DEUS, povos de toda língua e nações". Portanto, o número 5 é o número da graça.  

Como temos visto o "altar do sacrifício", que é uma figura da cruz de CRISTO, vemos a predominância do número cinco. O número cinco é o número que corresponde às medidas da cruz de CRISTO, pois espiritualmente nos fala da graça de DEUS. Esse "altar de bronze" era onde o cordeiro oferecido em sacrifício, e isso prefigurava a cruz de CRISTO, que é a mais elevada expressão da graça de DEUS. Nessas medidas do "altar do sacrifício" está à prova da graça de DEUS; isso nos revela também a obra perfeita de CRISTO. A altura deste "altar" era de "três côvados"; isto porque, a obra da cruz tinha que estar de acordo com o caráter de DEUS. Tinha que corresponder ao valor que DEUS exigia dela. Todas essas verdades espirituais foram às verdades que Acaz menosprezou; pois esse altar era uma sombra da cruz de CRISTO.
 

O PADRÃO DE DEUS
 

Será que compreendemos o padrão de DEUS em relação a serviço cristão? Será que entendemos que DEUS não aceita mistura do nosso serviço a Ele com as coisas do mundo? Será que isso não nos impressiona? Será que podemos perceber quantas coisas Acaz estava menosprezando?

Irmãos devemos ser claros em relação à nossa vida cristã, pois, quantas coisas temos introduzido na Igreja do SENHOR JESUS, só porque elas funcionam muito bem no mundo! Será que nos damos conta do quanto temos abandonado o modelo que DEUS nos tem dado, para introduzir aquilo que julgamos interessante e atrativo? Talvez o nosso modelo de adoração não atraia as pessoas, mas deve atrair a DEUS.

Podemos recordar a passagem de Romanos 1.23: "E mudaram a glória do DEUS incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis". Aqui neste texto a palavra grega para "mudaram" é allasso, que significa: "trocar uma coisa por outra". A palavra "semelhança" no grego é homoioma e significa: "figura", "imagem", "representação".