quarta-feira, 8 de julho de 2009

JEOACAZ E JEOAQUIM - A DECADÊNCIA INEVITÁVEL



2 Rs 23.31-33; 2 Cr 36.1-4,


INTRODUÇÃO

Com a morte de Josias, Jeoacaz reina, e infelizmente leva o povo de volta à idolatria. Nessa época, Jeremias foi muito maltratado, porque ele não concordava com a falsa religiosidade. Jeoacaz reinou depois da morte de Josias quando ele fazia guerra contra o Egito. Reinou somente três meses, pois o Egito se apossou de Judá, e ele foi preso, e o rei do Egito colocou seu irmão Eliaquim em seu lugar conforme vemos em 2 Reis 23.34.
A Bíblia nos diz que faraó Neco, para mostrar a sua supremacia sobre Judá, mudou o seu nome para Jeoaquim. Três anos mais tarde o Egito foi derrotado pela Babilônia, e assim, Judá tornou-se um reino vassalo da Babilônia. Para assegurar que Judá seria fiel nos pagamentos dos tributos, Nabucodonosor levou vários príncipes e nobres de Judá como reféns. Nessa leva de reféns, estavam Daniel e seus três companheiros. Aqui, por volta do ano 606 a.C., que marca o início dos 70 anos de Cativeiro. Apesar de todas as sanções, Jeoaquim ousou se rebelar contra a Babilônia. Esse foi o motivo da cidade de Jerusalém ter sido sitiada pelo exército da Babilônia por um período de mais de um ano. Durante esse período, Jeoaquim morreu, e seu filho Joaquim (Jeconias), reinou em seu lugar.

A Segunda leva de cativos
Durante três anos Eliaquim aceitou pagar tributos à Babilônia, mas depois se rebelou. A Babilônia não conseguiu esmagar a rebelião de Eliaquim, mas Joaquim, seu filho, sofreu as consequências. Ele reinou apenas três meses e dez dias quando Jerusalém foi novamente sitiada (597 a.C.).
Nessa época, o profeta Ezequiel e todos os principais homens de Judá foram levados cativos.

A MENSAGEM DA PORTA DO TEMPLO
Jr 7 – 12

A religião ortodoxa do tempo de Jeremias era incrivelmente parecida com o cristianismo dos nossos dias. Temos que analisar este assunto com temor diante de DEUS, pois a realidade contextual que vivemos carece de exercermos discernimento.
Quando você lê o Evangelho de Marcos, no capítulo 9 e os versículos 14 a 28, você vê o episódio daquele garoto que era possuído por um espírito imundo. O versículo 18 diz que aquele espírito maligno apanhava aquele garoto e o lançava por terra, e ele espumava, rilhava os dentes e ia se definhando. O pai disse ao SENHOR JESUS que rogou aos discípulos que o expelissem, e eles nada puderam fazer. Depois de dar uma severa repreensão, pediu que lhe trouxesse o garoto, e o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. O versículo 25 diz: “Vendo JESUS que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele”. Mais tarde, quando estavam a sós com o SENHOR JESUS, já em casa, os discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não pudemos nós expulsá-lo? Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum” – (vv.28,29).
Espiritualmente falando, este episódio nos ensina que precisamos ter uma visão clara da nossa realidade espiritual. Ao lermos esta passagem podemos ver a nossa real condição espiritual. Nesse menino vemos a realidade do mundo em que vivemos e o contraste que pode haver se caminhamos na vida cristã sem discernimento. Nesses discípulos vemos a Igreja do SENHOR JESUS. Precisamos notar que a Igreja hoje não tem o mesmo impacto que ela tinha cem anos atrás. A nossa situação é um testemunho evidente e eloqüente da trágica realidade desse fato. Segundo o nosso texto, podemos ver a Igreja hoje como os discípulos tentando fazer o melhor que ela pode. A Igreja nunca esteve tão ativa como tem estado nesses dias.

Qual era o problema com os discípulos

Os discípulos tentaram tratar do problema antes de compreenderem sua natureza. Nós precisamos considerar essa casta. Talvez não estejamos tão conscientes quanto deveríamos a respeito da verdadeira essência do problema que nos confronta. É um princípio universal, tentar qualquer tipo de tratamento antes de termos primeiro estabelecido um diagnóstico correto do problema. O SENHOR JESUS está dizendo: “não adianta jejuar e orar se vocês não compreendem a natureza das coisas que lhes confrontam”.

Duas perguntas inevitáveis :

1ª. Estamos conscientes da profundidade do problema que nós confrontamos hoje?
2ª. Qual é o problema que está nos confrontando hoje?

Desmistificando esta “casta”

O nosso problema não é apatia. É algo muito mais profundo. É uma total inconsciência do estado em que a Igreja se encontra diante de DEUS.
É uma perda do conceito da autoridade da Palavra de DEUS. É a negação da deidade de DEUS.
O cenário dos capítulos 7 a 12 de Jeremias marcam o início do reinado de Jeoaquim, o qual começou a reinar quando Judá era um estado vassalo do Egito (606 a.C.). Quando a guerra contra a Babilônia parecia inevitável, o povo subitamente tornou-se religioso, mas não piedoso.
Há um texto no capítulo 12 de Jeremias e o versículo 2, que diz assim: “Plantaste-os, e eles deitaram raízes; crescem, dão fruto; têm-te nos lábios, mas longe do coração”. Isto corrobora com Isaías 29.13, que diz: “O SENHOR disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu”. Estes textos nos exortam quanto ao cristianismo de aparência. Como podemos oferecer a DEUS um culto superficial!
Há um princípio governante na Palavra de DEUS que deve reinar em nossa consciência. Este princípio nos ensina que o nosso culto a DEUS deve ser um reflexo da nossa vida de intimidade com Ele.
Vamos atentar para alguns textos onde vemos com clareza a seriedade deste assunto, que nos adverte da possibilidade de adorarmos a DEUS sem conhecê-Lo:
Jo 4.22: “Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos...”. A verdadeira adoração deve ser baseada no verdadeiro conhecimento de DEUS.
Jo 16.2,3: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a DEUS. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim...”.
At 17.23: “porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio”. Paulo repreende, muito delicadamente, os atenienses pelo fato de adorarem a DEUS sem conhecê-Lo. Quando falhamos em conhecer a DEUS, cometemos torpezas no culto a DEUS, em nome de DEUS. O SENHOR JESUS nos mostra ainda de maneira inequívoca, a razão do procedimento errado quanto ao culto: o desconhecimento de DEUS. A adoração congregacional é a mais alta expressão do pacto gracioso com Seu povo.

Num dia de festa, o povo reuniu no templo para orar, para DEUS libertá-los da opressão da Babilônia. Os profetas transmitiam palavras de encorajamento, porque era isso que o povo queria ouvir. Esses profetas diziam que enquanto o templo estivesse de pé, DEUS não permitiria que a nação fosse destruída. Jeremias profere uma palavra de esperança, para que eles voltassem para DEUS - Jr 7.5-7:
v. 5: “Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras praticardes a justiça, cada um com o seu próximo;
v. 6: “se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal”,
v. 7: “eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre”.
Sabendo que aquele povo não voltaria de todo para DEUS, Jeremias proclama uma palavra que denuncia o pecado do povo, e o julgamento iminente. Veja os pontos da mensagem do profeta:
1º. Um Evangelho vazio - “Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam” - (v. 8).
2º. Vida cristã caracterizada pela hipocrisia e falsidade - “Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome...” – (vv.9-11).
3º. Convicções tortuosas: “e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas abominações!” – (v.10).
4º. Depravaram o testemunho do SENHOR – “Será esta casa que se chama pelo meu nome um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR...” – (v.11).
5º. O perigo de esquecer a história - Mas ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel - (v.12).
6º. Coração endurecido para corresponder à vontade de DEUS - Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, e não me respondestes” - (v.13). Ainda, em Jeremias 26.6, diz: “então, farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade maldição para todas as nações da terra”.
Vejamos o que aconteceu em Siló - 1 Sm 4.10,11,18-21:
v. 10: “Então, pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta mil homens de pé.
v. 11: “Foi tomada a arca de DEUS, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias”.
v.18: “Ao fazer ele menção da arca de DEUS, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porque era já homem velho e pesado; e havia ele julgado a Israel quarenta anos”.
v.19: “Estando sua nora, a mulher de Finéias, grávida, e próximo o parto, ouvindo estas novas, de que a arca de DEUS fora tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram”.
v.20 “Ao expirar, disseram as mulheres que a assistiam: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso”.
v.21: “Mas chamou ao menino Icabode, dizendo: Foi-se a glória de Israel. Isto ela disse, porque a arca de DEUS fora tomada e por causa de seu sogro e de seu marido”.
v.22: “E falou mais: Foi-se a glória de Israel, pois foi tomada a arca de DEUS”.
Ao ouvirem isso, os líderes ficaram indignados contra Jeremias, veja: “Tendo Jeremias acabado de falar tudo quanto o SENHOR lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, lançaram mão dele os sacerdotes, os profetas e todo o povo, dizendo: Serás morto. Por que profetizas em nome do SENHOR, dizendo: Será como Siló esta casa, e esta cidade, desolada e sem habitantes? E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na Casa do SENHOR” - (Jr 26.8,9).


“E foi-se a glória de Israel” – 1 Sm 4.22

Para conhecermos o que é a glória de DEUS precisamos compreender o motivo que está por trás da redenção. A salvação não é segundo o desejo do homem. A salvação não é uma resposta de DEUS a algo existente no homem. A salvação é inteiramente de DEUS. DEUS foi movido por Sua graça, misericórdia e compaixão. O motivo supremo, segundo Paulo, é “para o louvor da glória de Sua graça” (Ef 1.6). Tudo que DEUS fez, Ele fez para a Sua glória. O que é mais impressionante é que DEUS teve o propósito de manifestar essa “glória” em nós e por meio de nós. No versículo 5 do capítulo primeiro da epístola aos Efésios, Paulo diz: “nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de JESUS CRISTO, segundo o beneplácito de Sua vontade”. Note a preposição “para” nos versículos 5 e 6. No grego, esta é uma preposição primária que designa: “em”, “até”, “para dentro de”, “em direção a”. O conteúdo desta preposição fica claramente exposto na frase: “para o louvor da Sua glória”. Aqui descobrimos que a salvação é uma revelação da glória de DEUS. Então, o que é a glória de DEUS? Glória é a natureza essencial de DEUS; é o que faz de DEUS DEUS. Glória é o termo que descreve DEUS mais do que qualquer outro. O termo glória inclui “beleza”, “majestade”, “resplendor”, “grandeza”, “poder” e “eternidade”. No Antigo Testamento o termo glória é sempre utilizado para comunicar a presença de DEUS. Mas no Novo Testamento, esse termo é expresso com maior clareza. Vejamos alguns textos: No anúncio da encarnação: “Glória a DEUS nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” - (Lc 2.14). É por isso que Paulo diz a Timóteo: “... o evangelho da glória do DEUS...” (1 Tm 1.11). O apóstolo João escreveu acerca do SENHOR JESUS: “E vimos a Sua glória” - (Jo 1.14).
A grande pergunta que faço é: a nossa salvação que Dele temos recebido, nos enche de louvor, de encantamento, de admiração? A salvação é a mais elevada manifestação da glória de DEUS.

DEUS nos fez “agradáveis” em Si mesmo

Aqui encontramos a palavra que expressa essa glória em sua maior intensidade. Veja que DEUS nos fez “agradáveis a si no Amado”. No original vemos que a palavra “agradáveis”, é charitoo. Esta palavra foi dita pelo anjo em Lucas 1.28: “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O SENHOR é contigo”. O significado desta palavra é “altamente favorecido”. O nosso Pai Celeste, em Sua infinita sabedoria, em Seu infinito amor, graça e misericórdia, antes da fundação do mundo, decidiu que eu e você fôssemos “altamente favorecidos”, e que por Sua graça, não somente fôssemos redimidos dos nossos pecados, mas também fôssemos introduzidos na Sua família, como filhos, e ainda, que em nós o Seu Filho JESUS viesse habitar permanentemente em nossas vidas. Paulo diz: “... Aquele que se gloria, glorie-se no SENHOR” (1 Co 1.31).
Quero tocar um ponto com você aqui sobre esse assunto. Acredito que precisamos ver de forma mais microscópica essa situação, porque ela nos envolve hoje. Temos que entender que estamos diante de um problema delicado do ponto de vista espiritual.
Apocalipse 3.3 nos diz: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”. Você percebe aqui todas as advertências do SENHOR?
Lembra-te - estar atento a, manter na memória, guardar na mente. Recebido - Para compreendermos este termo, temos que ver seu contexto, pois ele é formado por uma conjunção coordenativa que indica “como” que denota um valor circunstancial, isto é, você não pode menosprezar o que tem recebido!
Ouvido - considerar o que está ou tem sido dito; sentido do que é dito.
Guarda-o - Conservar; manter em bom estado, sem depreciamento; sem alterações.
arrepende-te - É a completa convicção de nossa pecaminosidade, culpabilidade e incapacidade.
Vigiares – Dar estrita atenção.

Ainda precisamos ver dois pontos neste texto:

Primeiro, observe o jogo de palavras que está sendo empregado neste texto. Esse jogo de palavras é formado pelos pares, veja: “lembra-te” e “recebido” – À medida que mantemos vivo em nossa memória aquilo que temos recebido, não iremos menosprezar, e isto traz significado e valor ao depósito divino. “ouvido” e “guarda-o” – Se consideramos o que tem sido dito, naturalmente iremos guardar. “arrepende-te” e “vigiares” – Sabendo da nossa completa pecaminosidade, culpabilidade e incapacidade, seremos cuidadosos, dando a devida atenção a tudo que está ocorrendo. Manteremos nossos olhos mais abertos. Segundo, atente para o vocábulo nesse texto - “guarda”. No grego essa expressão é tereo, que significa: “conservar”, “guardar”. Esse é um vocábulo que ocorre sessenta e sete vezes em todo Novo Testamento. Aqui em Apocalipse ele ocorre dez vezes. Vamos atentar para duas de suas ocorrências:
Ap 16.15: “Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha”.
Ap 22.7: “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”.


GUARDAR O BOM DEPÓSITO

Se você ler as duas Cartas que Paulo enviou para Timóteo, você verá que Paulo exorta Timóteo quanto à importância de guardar aquilo que ele havia recebido:
1 Tm 6.20: “E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado...”.
2 Tm 1.14: “guardar o bom depósito”.
É interessante que o vocábulo que Paulo usa aqui é phulasso, que significa: “manter vigília”, “manter o olhar sobre algo para não deixar escapar”. O SENHOR JESUS está dizendo para os irmãos em Sardes que aquilo que eles receberam, ouviram, eles deviam guardar. A censura do SENHOR JESUS a Sardes é porque eles não guardaram o depósito espiritual.
O termo “depósito”; no grego temos o vocábulo parakatatheke, que significa: “algo valioso confiado aos cuidados de alguém”. Espiritualmente falando significa a “pura doutrina do Evangelho que devemos manter firmes e fielmente”. O Evangelho é a “sã doutrina” que o apóstolo Paulo fala nessas epístolas denominadas pastorais – (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3; Tt 2.1). Os estudiosos definiram a “sã doutrina” em oito alicerces, os quais são:
1º. A Trindade - O ensinamento acerca do DEUS-Triúno;
2º. A Encarnação do Verbo de DEUS;
3º. A Expiação, ou a Propiciação;
4º. A verdade da Justificação pela Fé;
5º. A Ressurreição de CRISTO;
6º. A obra e a pessoa do ESPÍRITO SANTO;
7º. A doutrina do Corpo de CRISTO - o que é a Igreja como organismo vivo para a expressão da vida, da obra e da pessoa de CRISTO;
8º. A Segunda vinda do SENHOR – a Parousia, com uma abrangência também em relação ao supremo propósito de DEUS.

Vamos atentar para mais uma palavra usada por Paulo, que é “mediante” – No original grego é a preposição primária dia, que significa: “através de”, “por meio de”, “por causa de”; “o motivo ou razão pela qual algo é feito”. O apóstolo Paulo está dizendo é que devemos “guardar o bom depósito por causa e por meio do ESPÍRITO SANTO que habita em nós”. Isso nos leva a dois princípios: primeiro: Aqui podemos ver que de nós e por nós, é impossível guardar esse grande depósito, mas o ESPÍRITO SANTO que habita em nós, ajuda-nos a guardá-lo. Segundo, por causa do ESPÍRITO que habita em nós, precisamos guardar esse grande depósito. Não podemos ser levianos com relação a esse bom depósito.
Vamos para Filemon 1.4-6, para ver ali uma expressão de Paulo que tem haver com isto, e para comentar essa frase: “… o que Deus nos concedeu”. Esse é o depósito, essa é a realidade espiritual que o SENHOR deu à Igreja, e que os irmãos têm recebido ao receber ao SENHOR.
Paulo estava intercedendo por Filemom, e nessa oração podemos ver três pontos fundamentais:
1º. Para que a fé de Filemom fosse eficaz, ou seja, produzisse um efeito prático na sua vida cristã.
2º. Mas em seguida nos diz qual é o segredo da eficácia da participação da fé. Então diz: “… eficaz no conhecimento de todo o bem que está em vós por CRISTO JESUS”.
3º. Na medida em que vamos conhecendo e experimentando pela fé que Cristo está em nós, a participação da nossa fé vai ser mais eficaz.

O QUE DEUS TEM NOS CONCEDIDO?

Vamos a 1 Coríntios 2.12 - O ESPÍRITO SANTO nos foi dado “para que saibamos o que DEUS nos tem concedido”. Vejamos quantas coisas riquíssimas estão debaixo desta frase:
ü O próprio DEUS;
ü A natureza divina, a realização humana no SENHOR JESUS;
ü A liberdade por meio da cruz;
ü A nova vida por meio da ressurreição.

Esta provisão você terá que abri-la, conhecer todo o bem que está em nós por Cristo. Terá que ver tudo o que isso implica em nossa vida cristã. Então, entendemos que este bom depósito que DEUS derramou em nós por CRISTO JESUS nosso SENHOR, é todo o conteúdo divino que reside em nós, para que, como disse Pedro, estejamos “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” – (1 Pd 3.15).

Vamos entender nossa própria realidade

Existem duas palavras que precisamos estudar para entender nossa própria situação. A primeira delas é “avivamento” e a segunda é “aviltamento”.
O que é avivamento? Avivamento é a expansão do coração, o que em geral começa com senso mais profundo do poder e da autoridade de DEUS na pregação da mensagem Bíblica. Avivamento é algo para DEUS e não para a Igreja. Quando pensamos em avivamento, sempre pensamos em algumas experiências fantásticas que poderão ocorrer conosco. Naturalmente, essas experiências ocorrem, mas elas não são o foco do avivamento e sim o próprio DEUS. Já a palavra “aviltamento” significa: vileza, desonra, ignomínia, descrédito, vergonha. A maioria dos “avivamentos” que existem por ai não passa de aviltamento; a verdadeira vergonha de um pseudo-evangelho, uma pseudo-salvação. Verdadeira infâmia contra a santidade de nosso DEUS maravilhoso.

domingo, 31 de maio de 2009

A NECESSIDADE DE DISCERNIR O VERDADEIRO AVIVAMENTO


JOSIAS – O Florescimento da Falsa Religião


Introdução

Estudando os reis de Judá, vemos que Josias foi um dos reis mais justos e devotados a DEUS. Dentre alguns dos seus atos e outros que contextualizaram o seu reinado, vemos por exemplo, a reforma religiosa, onde foi destruindo todos os focos de idolatria em Judá; restaurou o templo de DEUS em Jerusalém que estava em ruína, devido aos estragos nos reinados de Manassés e Amom – (2 Rs 23.4-20).
No décimo oitavo ano do seu reinado, o livro da lei, provavelmente o livro de Deuteronômio foi encontrado em meio aos entulhos do templo.
Auxiliado pelo profeta Jeremias, o rei Josias empenhou-se na reforma espiritual da nação. Mas quando estudamos os capítulos 1 a 6 do livro de Jeremias, os quais são correspondentes ao reinado de Josias, vemos que esta reforma espiritual foi mais de aparência. O povo tirou os ídolos de suas casas, mas não dos seus corações. Depois da morte de Josias podemos ver o reflexo desta verdade, porque o reino de Judá passou a ser vassalo do Egito. Três anos depois, a Babilônia derrotou o Egito e depois invadiu a Judá, levando o primeiro grupo de judeus para o cativeiro, isto em (606 a.C.).
Josias foi morto pelo faraó egípcio numa batalha em Megido, em 609 a.C. O início e o fim de seu reinado foram marcados pela violência. No entanto, os 31 anos em que reinou foram absolutamente extraordinários, o que, em grande parte, pode ser atribuído à descoberta do livro de Deuteronômio.


Contexto Histórico

Josias subiu ao trono por volta de 640 a.C, aos oito anos de idade; aparentemente jovem demais para ser rei. O início de seu reinado numa idade tão tenra foi decorrente do assassinato de seu pai, Amon.
O jovem rei herdou uma grande confusão moral e política. Na história dos reis de Judá podemos dizer que o rei Manassés, avô de Josias foi o pior rei que Judá teve. Durante a maior parte dos 51 anos de seu governo, ele encheu Jerusalém de todo tipo de abominação. Naquele tempo, a Assíria era a potência mundial predominante. Havia intimidado o mundo por trezentos anos e adquirido a característica de transformar a perversidade numa forma de arte — crueldade, tortura, lascívia, magia negra, mediunidade, bruxaria, feitiçaria, sacrifícios de crianças. Manassés, foi um grande admirador da cultura perversa da Assíria, a qual ele fielmente praticou e importou grande parte dessa perversidade para Judá. Seu reinado foi inspirado nos cultos assírios; construiu por todo o país, santuários que misturavam sexo e religião; erigiu todo tipo de pilares obscenos, os quais homenageavam a deusa Asserá. Encheu o templo de Salomão de imagens e relíquias imundas e até construiu anexos no templo destinados à prostituição masculina.

A Descoberta do Livro da Lei

Quando Josias estava com 22 anos, encontrava-se em andamento uma grande reforma no santuário e Hilquias, o sumo sacerdote, que provavelmente era o pai de Jeremias - (Jr 1.1), descobriu um rolo de pergaminho contendo o “Livro da Lei do SENHOR, dado por intermédio de Moisés” - (2Cr 34.14). Como já temos visto, o “Livro” possivelmente era Deuteronômio. Josias, ao ouvir a leitura do livro, foi profundamente impactado. A partir daí começou o processo de reforma espiritual em Judá, que durou treze anos.

O Ministério de Jeremias Nesse Tempo

Alguns estudiosos dizem que quatro anos depois de Josias ter iniciado esta reforma, Jeremias recebeu seu chamado para ser profeta. Quando você se interessa pela mensagem de Jeremias, fica fácil notar que a natureza de sua pregação era o arrependimento. A linguagem de Jeremias, tinha por base algumas expressões do livro de Deuteronômio.
Jeremias e Josias tinham aproximadamente a mesma idade. Alguns historiadores afirmam que Jeremias era dois anos mais velho que Josias. Jeremias cresceu no lar de um sacerdote no vilarejo de Anatote, aproximadamente cerca de 3 quilômetros do palácio real em Jerusalém, onde Josias morava. Provavelmente os dois trabalharam em conjunto nesta reforma, mas Jeremias, pôde ver em profundidade a dissimulação do povo. Embora, o coração de Josias estivesse completamente impactado pela descoberta da Palavra da Lei, a Biblia diz que ele “tirou todas as abominações e a todos quantos se acharam em Israel os obrigou a que servissem ao SENHOR” - (2 Cr 34.33). Você vê que ele obrigou o povo a servir o SENHOR. O que houve foi uma imposição para que as pessoas se arrependessem de seus pecados e seguissem a DEUS. Jeremias, pelo ESPÍRITO de DEUS, viu que o povo tirou a idolatria de suas casas, mas não de seus corações. Os capítulos 1 a 6 de seu livro nos mostra isto. Ele pregou mensagens de arrependimento e perdão, chorou, lamentou as profundezas da degradação à qual o povo havia descido, condenou as vantagens indevidas que eram praticadas sem escrúpulos, as mentiras que passavam da religião nas pregações do falso evangelho do êxito que era tão popular naquela época, desafiou as mensagens levianas e vulgarizadoras que garantiam ao povo o bem estar e a falsa paz, mas que apenas “curavam superficialmente as feridas” - (Jr 6.14).


A DISSIMULAÇÃO DA FALSA RELIGIÃO EM TEMPO DE AVIVAMENTO

Em tempos de avivamento vemos surgir um pseudo-cristianismo cheio de engano e hipocrisisa. Foi justamente isso que ocorreu no tempo de Josias. Vamos ler alguns versículos no capítulo 3 de Jeremias que nos mostrarão essa realidade:
Jr 3.6-10: “Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a pérfida Israel? Foi a todo monte alto e debaixo de toda árvore frondosa e se deu ali a toda prostituição. E, depois de ela ter feito tudo isso, eu pensei que ela voltaria para mim, mas não voltou. A sua pérfida irmã Judá viu isto. Quando, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição. Sucedeu que, pelo ruidoso da sua prostituição, poluiu ela a terra; porque adulterou, adorando pedras e árvores. Apesar de tudo isso, não voltou de todo o coração para mim a sua falsa irmã Judá, mas fingidamente, diz o SENHOR”.
O verdadeiro avivamento é um retorno ao cristianismo puro e simples.
Umas das armas do diabo é misturar um cristianismo encharcado de engano no meio de uma fé pura e simples. Essa mistura do falso com o verdadeiro tem sido a maior arma de satanás contra a edificação da Igreja de CRISTO. É por isso que devemos aprender a distinguir entre o cristianismo verdadeiro e o falso - entre emoções e experiências que realmente advêm da salvação e as imitações que são exteriormente atraentes e plausíveis, porém falsas.
Devemos ter consciência da urgência de discernimento de espírito, para podermos distinguir entre aquilo que é falso daquilo que é verdadeiro, pois se negligenciarmos isto, teremos conseqüências terríveis. Quero fazer algumas assertivas que poderão nos conduzir à reflexão sobre isto que estou dizendo:
1. Nosso culto a DEUS tem sido recheado de uma adoração falsa a DEUS, pensamos ser aceitável a Ele, mas que Ele rejeita. Muito daquilo que temos oferecido a DEUS fere Seu caráter santo e o fundamento da Sua Palavra.
2. Nosso homem interior tem sido enganado pelo diabo; ele tem enganado a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruína-os espiritualmente. Em alguns casos, satanás leva as pessoas a pensar que são extraordinariamente santas, quando na realidade são o pior tipo de hipócritas. Sua realidade espiritual é vazia e dissimulada.
3. Satanás macula a fé dos verdadeiros cristãos; mistura deformações e corrupções à vida cristã, fazendo com que os verdadeiros cristãos se tornem frios em suas emoções espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentações.
4. Os inimigos explícitos do cristianismo se animam quando vêem a Igreja tão corrompida e desviada.
5. Os homens pecam na ilusão de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrições.
6. Falso ensinamento ilude especialmente aqueles que se sentem vocacionados a servirem a DEUS, a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem o cristianismo com muito mais eficiência que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir.
7. Satanás divide a Igreja do SENHOR JESUS, colocando-nos uns contra os outros; Às vezes inconscientemente, os cristãos vivem uma disputa acalorada, como que com zelo espiritual . O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto fica totalmente negligenciado.
8. Quando os cristãos vêem as terríveis conseqüências do falso cristianismo degradado, suas mentes ficam perturbadas. Não sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existência de qualquer realidade espiritual no cristianismo. Heresia, incredulidade e ateísmo começam a se propagar de forma aberta.
Por essas razões, é vital que façamos todo o possível para compreender a natureza do verdadeiro cristianismo. Até que o façamos, não podemos esperar que os avivamentos tenham longa duração, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussões e debates religiosos, uma vez que sequer sabemos sobre o que estamos discutindo.

Definição de Reforma
Precisamos compreender que em todo avivamento há uma reforma; e o aspecto fundamental numa reforma é a descoberta da verdade bíblica que conduz à purificação do ensino da Palavra e à prática cristã. Para que a verdade de DEUS seja honrada e o povo de DEUS devidamente instruído, temos que observar três pontos fundamentais sobre a reforma:
1º. Ela envolve a redescoberta da Bíblia como instrumento que governa todo pensamento e ação. A redescoberta da verdade de DEUS conduz à Reforma da doutrina cristã.
2. A Reforma corrige os erros de interpretação da Palavra e nos dá precisão, coerência e coragem para a exposição doutrinária. A Palavra estava escondida porque os homens ignoravam a verdade da Escritura. As pessoas comuns do povo nem sabiam da existência do Livro da Lei. E essa ausência da Palavra causa a distância de DEUS. Ela estava escondida por falta de interesse na Palavra.
3. A Reforma nos traz clareza quanto à adoração corporativa ao DEUS triúno. O povo ignorava a Lei de DEUS porque a liderança não estava interessada nela.

Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser redescoberta – 2 Rs 22.8

O Livro da Lei estava perdido dentro do próprio templo. Muitos ignoram a Escritura, mesmo quando ela está bem próxima deles, à disposição nos lugares onde vivem e adoram. Os chamados “crentes”, se é que são de DEUS, têm que redescobrir o valor da Palavra de DEUS. Para haver uma reforma genuína, é condição indispensável que haja uma redescoberta do valor da Santa Escritura, porque a finalidade da Palavra escrita é nos levar à Palavra Viva, que é uma Pessoa, CRISTO!


Quão lamentável é ignorarmos a Escritura que está à nossa disposição, quando ela está bem próxima de nós. Precisamos descobrir o lugar da Palavra de DEUS em nossa vida.
Em Hebreus 4.12, diz: “Porque a palavra de DEUS é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. É necessário fazer uma análise deste texto, vejamos:
“A Palavra de DEUS é viva e eficaz” – há duas coisas importantes aqui: Viva – vida; eficaz – poder. Então, primeiro temos - Vida e poder. A Palavra de DEUS é vida porque ela é uma pessoa, e essa pessoa é poderosa. A Palavra é o instrumento para DEUS trabalhar a cruz em nossas almas. A Palavra de DEUS é o primeiro braço do trabalho da cruz. Se nós não nos expomos ao falar de DEUS, nós estamos fora desse elemento eficiente sobre todos, para trabalhar a cruz em nós.
“... e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito...” - Nós não sabemos o que é que está vindo do espírito e o que é que está vindo da alma. A alma está abatida, e você acha que é o espírito que está abatido. A alma está entristecida e você acha que é o espírito. É uma confusão. Por isso que a Palavra viva de DEUS penetra em nós mostrando toda essa diferença entre o que é da alma, e o que é do espírito.
Portanto, podemos ver por estes pontos supracitados o lugar da Palavra de DEUS em nossa experiência cristã prática. A característica da vida e do poder. Quanto à vida, ela é uma pessoa, e quanto ao poder, ela é penetrante. Jamais podemos experimentar um avivamento sem que a Palavra de DEUS tenha completa preeminência em nosso relacionamento espiritual.

Amor perfeito – Retendo a Palavra de CRISTO - 1 Jo 2.5

Vamos avançar em mais um ponto. Na Primeira epístola de João, no capítulo 2 e o versículo 5, o apóstolo diz: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de DEUS. Nisto sabemos que estamos nele” A palavra “amor” é o re­sumo da teologia de João. A palavra que descreve a experiência cristã em seu aspecto mais elevado é – “perfeito”, que é sinônimo de “maturidade”. A condição e a característica desse aperfeiçoa­mento no amor foi o SENHOR JESUS quem ensinou; podemos ver isto em João 14.23: “Respondeu JESUS: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. Atente para este texto onde diz “Guardará a minha palavra” - este é o elo entre o amor do discípulo e o amor do Pai, que conduz àquela maravilhosa união em que o amor do Pai O atrai para que venha e habite no coração daquele que ama a Sua Palavra. Ainda no capítulo 15 e o versículo 10, João diz: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de DEUS”. O amor de DEUS pode aperfeiçoar-nos à medida que nós abraçamos o Seu falar, a Sua Palavra.
É disto exatamente que precisamos para que a verdade de DEUS seja honrada e o Seu povo devidamente instruído. Quando Lutero foi confrontado com a verdade de DEUS, ele nunca mais a abandonou. Mesmo quando ameaçado pelas autoridades religiosas do seu tempo, apegado ao paradigma da verdade de DEUS, Lutero dizia: A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de DEUS. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que DEUS me ajude.
A essência de uma reforma dentro da Igreja do SENHOR JESUS está inquestionavelmente relacionada à volta aos princípios sadios de fé e prática, propostos pela Santa Escritura. Sem isto, o que teremos é o surgimento de um cristianismo dissimulado.
O exemplo bem claro do que acabamos de dizer está registrado na Escritura em eventos ocorridos no tempo do rei Josias - (2 Rs 22). A redescoberta da verdade de DEUS conduz à Reforma dos fundamentos da teologia cristã. Há períodos na vida da Igreja em que a Palavra de DEUS fica escondida, e por consequência há aridez, sequidão e um distanciamento da comunhão com DEUS. Nos tempos do rei Josias, os homens andavam às apalpadelas, sem o conhecimento da lei do SENHOR que lhes estava encoberta. A Palavra estava escondida porque os homens ignoravam a verdade da Escritura. As pessoas comuns do povo nem sabiam da existência do Livro da Lei. E essa ausência da Palavra causa a distância de DEUS. Ela estava escondida por falta de interesse por ela. Os sacerdotes e os profetas não se interessavam pela Palavra; e por conta disso, o povo ignorava a Lei de DEUS porque a liderança não estava interessada nela. Se estivessem, eles teriam procurado a cópia da Lei para dar ao povo, mas não havia da parte da classe dominante, qualquer interesse em que as coisas fossem mudadas.
A Lei de DEUS, porém, quando levada em conta seriamente, causa mudanças nos paradigmas de um povo. Imaginem como os sacerdotes conduziam o povo sem a Palavra de DEUS! Como era possível levar o povo a DEUS sem a Sua Palavra? A que ponto pode chegar um povo sem a bússola que lhes aponta o norte! Por essa razão havia uma enorme impiedade no meio do povo. Creio que isto explica a profunda cegueira espiritual daquele povo.
O Livro da Lei foi descoberto "casualmente" pelo sacerdote Hilquias. Em 2 Reis capítulo 22 e o versículo 8 diz: “Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o Livro da Lei na casa do SENHOR”. Só será possível ocorrer uma verdadeira Reforma entre nós, se a Palavra de DEUS for devidamente interpretada segundo a Sua mente.
Percebam que o rei Josias queria saber o significado correto daquilo que o SENHOR havia escrito no Livro da Lei. Por essa razão, os homens do rei foram enviados à profetiza, para que ela lhes dissesse o significado das palavras do Livro da Lei. A palavra da profetiza ali era considerada cheia de autoridade, e ela sabia o sentido que o SENHOR queria dar às palavras. Não é importante somente ler a Escritura, mas também entender o seu significado.
A realidade espiritual da Igreja hoje não é muito diferente da situação dos tempos do rei Josias. É verdade que a Bíblia não está escondida literalmente do mesmo modo como ficou no tempo de Josias, mas o seu real sentido e sua real mensagem estão escondidos de muitos crentes hoje. As pessoas têm a Bíblia à sua disposição, mas não conhecem o conteúdo real, nem possuem a hermenêutica correta para a sua devida interpretação. A reforma da Igreja hoje implica na redescoberta da Palavra de DEUS. Este é um desafio que todos nós precisamos aceitar.
Muitos hoje usam a Escritura para defender os seus pressupostos, suas doutrinas e motivações. O grande problema, contudo, não é a citação da Escritura, mas o modo como a abordamos. A tarefa hermenêutica da Igreja do SENHOR JESUS é algo supremamente determinante para o correto entendimento da verdade de DEUS.
Se cremos na necessidade de uma reforma, a Palavra tem que ser urgentemente proclamada como o Evangelho de CRISTO. Não podemos banalizá-la, diminuindo o Seu valor. Veja o Exemplo da profetiza Hulda, aquela mulher a quem Josias mandou seus homens a consultar. Ela lhes disse: “Assim diz o SENHOR: Eis que trarei males sobre este lugar, e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará” - (2 Rs 22.15-17). A distância da Palavra de DEUS faz com que o povo se satisfaça com coisas periféricas e se afaste de DEUS.
A reforma proposta pela Palavra de DEUS tem que ser urgentemente proclamada por aqueles a quem DEUS chama para serem ministros da sua Palavra. O ministério da Palavra tem que ser restaurado em nossos dias. A missão de trazer de volta a Palavra de DEUS ao povo está na responsabilidade dos verdadeiros ministros da Palavra, aqueles que lidam hoje com o ensino e com a pregação, que são os profetas de DEUS. Se os ministros negligenciarem o ensino e a pregação fiel daquilo que o SENHOR diz, jamais a Igreja será reformada.


A REDESCOBERTA DA FÉ EM SUA EXPRESSÃO ELEVADA

Não há como pensar em um avivamento sem que haja uma expressão da fé em nosso viver diário. A fé tem que ser fundamentada numa consciência cativa à Palavra de DEUS, para que a verdadeira reforma aconteça em nosso meio. Todo cristão precisa entender o que é a fé, e como todo nosso viver é movido por esta palavra preciosa. Vivemos num mundo onde esse termo é completamente excluído. E o que é mais trágico, é que no estilo de cristianismo que vemos hoje, a fé não tem sido usada apenas como chavão da retórica religiosidade. Jamais poderemos viver a vida cristã num plano mais alto se não compreendermos o lugar da fé em toda a nossa experiência cristã prática. Vamos à epístola aos Hebreus no capítulo 11, estudar alguns pontos fundamentais acerca deste assunto. Este capítulo fala da fé e da sua história. Os versículos 3 a 40 apresentam uma história resumida da fé – desde a criação até aos cristãos do Novo Testamento. Aqui neste capítulo podemos ver uma galeria de retratos de pessoas piedosas que venceram pela fé.
O versículo 1 de Hebreus 11 diz: “ “A fé é a certeza...a convicção de fatos”. Este versículo não é uma definição da fé e sim sua descrição e efeitos . Aqui o escritor está traçando uma linha para nos mostrar o mover da fé na história do povo de DEUS. Vamos estudar o significado da fé apresentada aqui neste texto: “fé” é pistis segundo o original grego. “Certeza” – No grego é hupostasis – significa “algo que fica por baixo de um fundamento”, “aquilo que tem um fundamento”. Hupostasis indica “substância”. Portanto, “a fé dá substância às nossas esperanças”. A fé, neste sentido, indica “o título de propriedade de coisas que se esperam”; a fé “dá realidade às coisas esperadas”. “convicção” – no original grego é alencho, trata-se de um termo legal que se refere a um “argumento de contestação ou refutação”; também é usado no interrogatório com o fim de “estabelecer a evidência”. De que forma a fé é a certeza e a convicção das coisas esperadas? Assim como os olhos provam os fatos do mundo visível, a fé capacita o cristão a ver os fatos numa esfera superior. A fé substantifica todas as verdades celestes em nosso espírito.
Agora, na sequência do capítulo 11 de Hebreus e o versículo 2 temos uma descrição prática da fé, veja: “os antigos obtiveram bom testemunho” – Tiveram a aprovação de DEUS; este é o sentido certo desta frase. Essa aprovação foi devida ao “testemunho” que deram.
Prosseguindo mais adiante, o autor desta epístola diz: “Pela fé entendemos que foi o universo formado pela Palavra de DEUS...” – A palavra “entendemos” indica que o “conhecimento” não pode ser independente da fé. A ciência não poderia rejeitar a idéia de que o universo “foi formado pela palavra de DEUS”, porque este conceito não depende de uma avaliação científica dos fatos “vistos”.
Agora vemos que a melhor forma de examinarmos esse tema no aspecto prático é ler os versículos 4 a 8, onde vemos Abel, Enoque, Noé e Abraão como homens que viveram pela fé. No exemplo deles podemos ver a fé em sua expressão simples e ao mesmo tempo poderosa, que nos mostra a realidade das coisas espirituais na nossa vida cristã prática.
Consideremos então esses versículos 4 a 8 de Hebreus 11, para examinarmos mesmo que sucintamente a vida desses quatro homens e compreendermos o lugar da fé em nosso viver prático e o seu lugar numa reforma cristã.
Primeiro, no versículo 4 “Abel pela fé ofereceu a DEUS mais excelente sacrifício do que Caim” – Abel era um homem justo e um homem de fé. Nós sabemos que foi por agir pela fé que ele morreu. Abel foi o primeiro mártir da fé. Mesmo tendo morrido, sua fé ainda fala. A fé de Abel nos fala da força contínua do exemplo de sua fé. Em Gênesis 4.10, DEUS diz a Caim: “... a voz do sangue do teu irmão clama na terra a mim”. O sangue de Abel clama por justiça. Abel foi um tipo de CRISTO no Antigo Testamento. Em Hebreus 12.24 diz: “... ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel”. A fé é sempre uma resposta da revelação divina.
Agora vemos Enoque, que pela fé “foi trasladado para não ver a morte... Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a DEUS”. Vejamos em Gênesis 5.24: “Andou Enoque com DEUS e já não era, porque DEUS o tomou para si”. Enoque fala de um remanescente que não experimentará a morte e será arrebatado. Enoque fala da experiência de andar com DEUS. Vejamos dois textos: “Digo, porém: andai no ESPÍRITO e jamais satisfareis à concupiscência da carne” - (Gl 5.16); a palavra “andai” aqui é o vocábulo grego peripateo que significa “viver”. Isso significa que a nossa vida cristã é no ESPÍRITO. Ainda, em Colossenses 2.6, diz: “Ora, como recebestes CRISTO JESUS, o SENHOR, assim andai Nele”.
Dando mais um passo adiante vamos ao versículo 7 onde diz: “Pela fé, Noé... tornou herdeiro da justiça que vem da fé”. Noé tornou-se herdeiro da justiça que vem da fé. A fé que Noé possuía se destacou em forte contraste à atitude do mundo. Ele viveu à altura desta fé, sem se macular com o mundo que estava à sua volta. Sua mensagem cheia de convicções, mesmo que humanamente estivesse fora de contexto, ele preferiu crer na Palavra de DEUS em seu coração. Foi neste caminho de fé que ele aprendeu a viver em um plano mais alto.
Por último, temos Abraão. Na experiência de Abraão temos um grande princípio espiritual, isto é, “O propósito eterno de DEUS e Seu plano estão unidos ao homem que Ele escolheu”. O chamamento de Abraão não foi para receber a graça, mas transmitir a graça. Por que Abraão não podia levar sua família para Canaã? Porque o seu chamado era para o ministério e não para a salvação. Não sabemos quanto tempo Abraão permaneceu em Harã. Mas uma coisa sabemos, é que durante esse tempo nenhuma revelação de DEUS lhe foi dada. DEUS diz a ele “vai para uma terra que eu te mostrarei” – (Gn 12.1) – DEUS não estava coagindo a Abraão, Ele o estava atraindo. A fé em Abraão declarava em sua alma que valia a pena deixar tudo e possuí-la. A fé descansa num terreno muito mais sólido do que a evidência dos nossos sentidos, isto é, na Palavra de DEUS. Os nossos sentidos poderão nos enganar, mas a Palavra de DEUS, nunca. E esta é a grande lição que aprendemos com a vida de Abraão.
Bem, para mim é muito interessante observar todos esses pontos aqui, pois eles nos dão clareza dos movimentos de DEUS em nossa vida, nos conduzindo a um viver que corresponda às Suas expectativas. Temos aqui o caminho da fé e sua expressão. Se é desejo de DEUS restaurar Sua Palavra, sabemos que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra – (Rm 10.17). O propósito da reforma é levar-nos a viver uma vida à altura do caráter de DEUS. A experiência desses três homens que estudamos, é que eles corresponderam à Palavra, e, portanto puderam viver o caminho da fé, isto é uma vida em um plano mais alto.


terça-feira, 12 de maio de 2009

AMOM – A PERVERSIDADE DO PECADO

AMOM

2 Rs 21.19-25; 2 Cr 33.21-25


Palavra ministrada em 09.04.09

INTRODUÇÃO

Amom reinou 2 anos em Jerusalém. Seu reinado iniciou em 641 a.C e reinou até 639 a.C. Em seu curto reinado podemos ver o quanto as abominações e as perversidades religiosas dominavam seu coração. O arrependimento de seu pai Manassés não trouxe a Amom nenhum quebrantamento. A Bíblia diz em 2 Rs 21.20, que Amom “Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai”. Este texto traduz para nós a vida desse rei; porque quando a Palavra de DEUS diz que seus atos eram tão perversos e abomináveis como os de Manassés, seu pai, fica claro que aqui é uma referência à primeira fase da vida de Manassés. A vida de Amom retrata para nós o problema do orgulho e da soberba do coração humano. A perversidade e a abominação são características do orgulho do pecado. Vamos estudar esta questão tomando por base a vida deste rei, e examinar à luz da Bíblia as implicações que isto tem a ver com o nosso viver cristão prático. Como podemos viver uma vida vitoriosa em CRISTO, mesmo possuindo um coração humano enfraquecido pelo poder do pecado que ainda habita em nossa carne? Sabemos que o caminho pelo qual DEUS nosso bendito Pai nos conduz em triunfo é mediate o modelo de vida que Seu Filho JESUS viveu, e sua morte e ressureição. A questão prática aqui neste ensino é examinar o tema sobre o pecado e a humildade. O que na verdade é a humildade e o quanto este assunto é preeminente na formação do nosso caráter cristão.
A humildade é frequentemente identificada com penitência e contrição. Como consequência, parece não haver outra maneira de cultivar a humildade a não ser mantendo a alma ocupada com seu pecado. Na vida do nosso SENHOR JESUS a humildade era a própria essência da santidade. Isso é a destituição do ego pela entronização de DEUS. Onde DEUS é tudo, o ego é nada.

A PROFUNDA PERCEPÇÃO DE TER SIDO UM DIA UM PECADOR

Reconhecer a profundidade da nossa velha vida de pecado e toda a intensidade que ele operava em nós, nos dá a consciência do quanto necessitamos da humildade em nossa vida.
Veja o exemplo do apóstolo Paulo:
1Co 15.9,10: “Eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de DEUS. (...) Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de DEUS comigo”. O termo que ele usa aqui neste texto para o menor é lachistos que significa “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição”.
Ef 3.8: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho da graça de DEUS”. O termo que ele usou aqui para menor foi elachistosteros, que é “menos que o mínino”.
1 Tm 1.13,15: “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em CRISTO JESUS. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Gosto de uma versão alternativa que diz: “CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior”. Porque é essa a idéia do texto.
Quero destacar alguns pontos:
1º. Paulo olha para sua vida como um homem remido e santo, e tem a profunda percepção de ter sido um dia um pecador.
2º. Ele se sente como um apóstolo inferior entre aqueles irmãos que um dia andaram com o SENHOR. Não se sentia digno de ser chamado “apóstolo”. Ele se via como o “mínino em tamanho, em valor, em importância, em autoridade, na avaliação das pessoas”, “mínimo em posição” diante de toda a Igreja.
3º. Essa consciência fez de Paulo um homem livre. Um homem que não buscava sobrepujar a ninguém.
4º. DEUS nunca mais se lembrou do seu pecado; mas Paulo nunca poderia esquecer quão terrivelmente havia pecado. Ele mesmo dissera: “persegui a Igreja de DEUS” – (1 Co 15.9). Você pode imaginar o quanto isso esmagava seu coração! Apesar do perdão, ele via o quanto, no privilégio de servir como apóstolo, era indigno. Mesmo em face à graça de DEUS, ele não se sentia digno. A palavra grega para indigno que ele usou foi hikano, que é “inadequado”; ele não se sentia em condições de ser apóstolo.

Estes versículos têm um significado amplamente profundo para todos nós.

Veja que esses textos da experiência de Paulo traz para nós algumas lições surpreendentes:
1ª lição -Não é o pecado, mas é a graça, que nos fará de fato conhecer-nos como pecadores.
2ª lição - Esses textos se referem ao que dura pela eternidade e dará a todos nós o profundo e suave som de assombro e adoração à humildade com a qual nós, os remidos, adoraremos diante do trono, como aqueles que foram lavados de seus pecados no sangue do Cordeiro.
3ª lição - Estaremos naquele dia adorando, tendo a percepção de que éramos pecadores; mas veremos, não por nosso mérito, e sim pela graça de DEUS, que fomos introduzidos diante do Seu trono. Mesmo na eternidade de glória nunca esqueceremos que um dia fomos pecadores, e que DEUS nos tomou nos Seus braços e nos coroou com Seu amor.

A HUMILDADE EM NOSSA VIDA PRÁTICA

Em sua Primeira epístola, no capítulo 4 e o versículo 20, o apóstolo João escreveu: “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a DEUS, a quem não vê”.
A lição que extraímos deste texto é que nosso amor a DEUS será medido pelo nosso viver prático com as pessoas e o amor que exibimos no contato com elas.
Também é assim com nossa humildade. E fácil pensar em nos humilharmos diante de DEUS, mas a humildade diante dos homens será a única prova suficiente de que nossa humildade diante de DEUS é real.

A HUMILDADE DEVE SER A NOSSA VIDA

A humildade não pode ser apenas uma postura que assumimos diante de DEUS quando oramos ou O cultuamos. Quando, na presença de DEUS, a humildade de coração torna-se não uma postura que assumimos por um tempo, mas o próprio espírito de nossa vida, sairemos de uma realidade periférica para vivermos uma vida cristã profunda, como esses apóstolos viveram.
É na vida prática que é provado o espírito que nos domina.
A humildade diante de DEUS não é nada se não for provada em humildade diante dos homens.
Vamos estudar nos escritos de Paulo a maneira clara como ele trata desse assunto:
Romanos 12:
v.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” – (RC).
v.16: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” - (RA).
1 Coríntios 13:
v.4: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana [Gr.: perpereuomai – “ gabar-se”, “exibição própria”], não se ensoberbece [Gr.: phusioo – “inflamar”, “tornar arrogante”, “estar cheio de si”, “ comportar-se de modo orgulhoso”, “ser arrogante]” ,
v.5: “não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal”
Gálatas 5:
v.13: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor”.
v.26: “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”.
Efésios 4:
v.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no SENHOR, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”,
v.2: “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”.
Filipenses 2:
v.2: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”.
v.3: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”.
Colossenses 3:
v.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”.
v.13: “ Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o SENHOR vos perdoou, assim também perdoai vós”.


LIÇÕES PRÁTICAS

1ª. A humildade é a raíz do nosso amor.
2ª. Devemos ter alegria em honrar nossos irmãos.
3ª. A verdadeira liberadade cristã é a liberdade de sermos servos uns dos outros em amor.
3ª. A raiz da inveja é a vanglória, e a vanglória é usurpar para si a glória de DEUS.
4ª. Humildade é o andar digno da vocação a qual fomos chamados.
5ª. A única forma de vivermos livres de partidarismos e divisões é sermos humildes, considerando cada um os outros superiores a nós mesmos.
6ª. É em nossa relação uns com os outros, em nosso tratamento uns para com os outros, que a verdadeira humildade de mente é o coração de humildade.
7ª. Humildade é a característica visível dos eleitos de DEUS.
8ª.A verdadeira humildade vem quando, na luz de DEUS, vemos a nós mesmos, e assim desistimos de nós, para que DEUS seja tudo! Quando Paulo diz em Gálatas 2.20: “Não mais eu...” é o mesmo que dizer: “Eu me perdi encontrando a Ti”. Lá em 2 Co 12.11, ele diz: “... ainda que nada sou”.
A verdade é esta: o orgulho tem de morrer em nós, ou nada dos céus poderá viver em nós.
A Igreja sofre por causa da falta dessa humildade divina, o nada-ser é que dá lugar para DEUS provar Seu poder entre nós.

O ORGULHO É A CAUSA DA QUEDA

Temos que ler dois textos:

Gn 3.5: “Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como DEUS, sereis conhecedores do bem e do mal”.
Is 14.14: “subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”.
Não olhe para o orgulho como um temperamento inconveniente, nem para a humildade somente como uma virtude conveniente, pois um é morte, e o outro é vida; um é totalmente diabólico, o outro é totalmente celestial.
O que você tem de orgulho dentro de você é o que tem do velho Adão caído vivendo em você; o que você tem de verdadeira humildade é o que você tem do Cordeiro de DEUS dentro de você.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS (Continuação)

Palavra ministrada dia 02.04.09

3ª Característica do verdadeiro arrependimento - Confissão de pecado
   
Se tivermos verdadeira contrição, ela nos levará a confessar nossos pecados. Nosso ego, nossa carne faz com que venhamos esconder e encobrir nossos pecados. Há muito pouca confissão deles. O ensino da Bíblia é que devemos confessar nossos pecados a DEUS. Vejamos alguns textos que nos ensinam isso:
Sl 32.5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado”.
Sl 38.18: “Confesso a minha iniqüidade; suporto tristeza por causa do meu pecado”.
1 Jo 1.9: “ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

A Bíblia diz: “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará” - (Pv 28.13); ainda em Números 32.23 diz: “Sabei que o vosso pecado vos há de achar”. Por mais que você tente enterrar o seu pecado, este tornará a aparecer mais cedo ou mais tarde, se não for apagado pelo Filho de Deus. Se o homem nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos, é melhor você e eu desistirmos de tentar. 

Exemplos do falso arrependimento:
Faraó - Êx 9.27.
Balaão – Nm 22.34.
Saul – 1 Sm 15.24.
 

4ª Característica do verdadeiro arrependimento - Conversão

A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão, até que se tenha dado esses três passos. 
Agora, a palavra conversão significa duas coisas. Dizemos que uma pessoa é 'convertida' quando nasce de novo. Mas conversão também tem um significado diferente na Bíblia. Pedro disse: “Arrependei-vos...e convertei-vos...” - (At 3.19). Existe uma versão que traduz assim: “Arrependei-vos e voltai-vos”. Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para DEUS. Certo teólogo de outra época disse: “Todos nós nascemos de costas para DEUS”. O arrependimento é uma mudança de trajetória. É uma volta de cento e oitenta graus. ' 
Pecado é afastar-se de DEUS. Como alguém disse, é aversão a DEUS e conversão para o mundo; enquanto que o verdadeiro arrependimento significa conversão a DEUS e aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Deixamos a velha vida, somos transportados do reino das trevas para o reino da luz. Salomão disse: “Se o povo orar... e confessar teu nome, e se converter dos seus pecados...” - (2 Cr 6,26). 
Oração e confissão não seriam de proveito nenhum enquanto o povo continuasse em pecado. Vamos prestar atenção ao chamado de DEUS. Vamos abandonar o velho caminho perverso. Voltemos ao SENHOR, e Ele terá misericórdia de nós, e ao nosso DEUS, porque Ele perdoará abundantemente. 
O significado completo e literal da palavra “arrependimento” no Novo Testamento é “sentir autocensura pelos pecados cometidos contra DEUS; estar contrito, entristecido, querer mudar de direção”. A diferença no significado aqui está na palavra “querer”.
 O verdadeiro arrependimento inclui o desejo de mudar! Além disso, simplesmente ficar triste não constitui arrependimento. Pelo contrário, a verdadeira tristeza leva ao arrependimento. Paulo declara: “Porque a tristeza segundo DEUS opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” - (2 Co 7:10) 


CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

Vamos ler Apocalipse 2.16: “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca”. Este texto é uma referência à Igreja de Pérgamo. Esta Igreja foi caracterizada pelo mundanismo. Quando estudamos as sete cartas às Igrejas da Ásia, vemos que em cinco dessas cartas, o SENHOR chama Sua Igreja ao arrependimento - (2.5, 16, 21; 3.3,19). O chamado ao arrependimento é uma grande demonstração da misericórdia e do amor de DEUS para conosco. 
Após revelar a profundidade do pecado dessa Igreja, o SENHOR JESUS fala da necessidade do arrependimento. Nunca podemos ignorar que a ira de DEUS é o outro lado do Seu amor. Mas não podemos rejeitar esse convite ao arrependimento. O paganismo e o mundanismo são coisas que CRISTO odeia na vida da Sua Igreja.
O arrependimento aqui inclui nossa conduta em relação à edificação da Igreja; nossa atitude em relação à Palavra de DEUS. Nosso comportamento mundano, que é uma prostituição espiritual, e que, portanto, fere nossa integridade espiritual, necessita ser profundamente tocado pela obra da cruz.
Precisamos nos arrepender por menosprezar a centralidade de CRISTO entre nós, e em seu lugar introduzir homens que são verdadeiros nicolaítas, que funcionam como liderança entre nós, sobrepujando o pastorado de CRISTO. Precisamos nos arrepender por dar culto a pessoas e coisas, e não cultuar Aquele que é digno de toda honra e de toda glória. Nossas práticas, as quais descrevemos como cristãs, estão maculadas de comportamentos e ensinamentos pagãos e mundanos. É por isso que CRISTO nos convida ao arrependimento.

“... arrepende-te...”

No grego, o termo para arrependimento é metanoeo, que significa: “mudança de mente”. Podemos encontrar no Novo testamento outra palavra que nos mostra mais detalhadamente o sentido prático desse arrependimento, que é metamellomai. Esta palavra refere-se a uma “mudança emocional”, “uma mudança de escolha”, “significa nada mais que um pesar equivalente a remorso”. Remorso é uma inquietação, abatimento da consciência que percebe ter cometido uma falta, um erro (Mt 27.3). No Novo Testamento a palavra metanoeo é mais comum. Os escritores neotestamentários usaram esta palavra 32 vezes, enquanto metamellomai, foi usada 5 vezes. Arrependimento é uma palavra que precisa ser estudada no contexto do ministério do SENHOR JESUS, como também, no ministério dos escritores neotestamentários.

A Mensagem de Arrependimento no Ministério de CRISTO

Quando o SENHOR JESUS iniciou Seu glorioso ministério de pregação e ensino, ele o iniciou pregando arrependimento. Sua primeira mensagem após ter sido tentado no deserto foi: “Deste então, começou JESUS a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” - (Mt 4:17). Veja que o SENHOR JESUS chamou o povo ao arrependimento antes mesmo de chamá-lo a crer! Olhe o que Marcos escreve, “... veio JESUS à Galiléia, pregando o evangelho do Reino de DEUS e dizendo: o tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Mc 1:14-15). Atente para algo especial nesta passagem. O SENHOR JESUS disse: “Arrependei-vos e crede” – arrependa-se e creia. O arrependimento vem primeiro. Só podemos crer se primeiro nos arrependermos. 
O que nos impede de crer na Palavra de DEUS é porque não nos arrependemos. Quando isso acontece, a Palavra de DEUS fica livre para fluir em nós. Quando estudamos sobre o Evangelho que CRISTO pregou, vemos que Sua mensagem era para o arrependimento. 


Vamos notar duas passagens:
Mt 9.13: “... Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Lc 13.3: “Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
O evangelho que o SENHOR JESUS pregou era sobre o arrependimento! 

No ministério de João Batista:

Quando João Batista foi pregar aos judeus, sua mensagem era simples e direta: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” - (Mt 3.1-2). João viveu num tempo em que seu encargo era preparar o caminho para o Messias. As pessoas vinham de todos os lugares para ouvir suas preleções, e ele era direto em sua mensagem. O conteúdo da mensagem de João era o seguinte: “o CRISTO está chegando, preparem seus corações para recebê-Lo”. Sua vinda não era uma questão de entusiasmo, mas de santidade. “Vocês precisam estar com seus corações preparados para se encontrarem com Ele. A religiosidade não pode capacitar vocês, pois seus corações estão cheios de pecados. Arrependei-vos – essa é a condição”. 
A mensagem de João Batista deve ser prática dentro do nosso contexto espiritual. Estamos na eminência da vinda do SENHOR JESUS, portanto, o convite é, arrependei-vos. Se quisermos nos encontrar com Ele, devemos saber que o arrependimento é o caminho.

No ministério de Pedro:

Vamos atentar ainda para o ministério de Pedro. Que Evangelho pregou ele às multidões no dia de Pentecostes? Pedro pregou o Evangelho do reino. Qual era a essência desse Evangelho? O arrependimento! A Bíblia nos diz que quando o povo escutou o apóstolo testemunhar, “... compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO” (At 2.37-38). Se desejamos experimentar a obra do ESPÍRITO SANTO em nós, precisamos nos arrepender.
O ministério de Paulo:

Se você prossegue estudando o ministério dos apóstolos, você verá que eles deram grande ênfase à mensagem do arrependimento. Quando Paulo foi a Atenas, qual foi o teor do Evangelho que ele pregou no Areópago? Veja, ele disse diretamente: “... DEUS...anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” - (At 17.30). Veja o que Paulo nos diz em sua Segunda Carta aos Coríntios: “Porque a tristeza segundo DEUS produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.” (2 Co 7:10). Vamos considerar algumas palavras neste texto, para que sejamos introduzidos em sua essência.
“tristeza” – no grego este vocábulo é lupe, que nos fala de “dor”, “angústia”, “aflição”, “pesar”, “de lamentação de pessoas enlutadas”.
“produz”- No grego esta palavra é katergazomai. Ela vem de dois vocábulos: kata - que é uma partícula primária, e significa: “abaixo de”, “por toda parte”, “de acordo com”; ergazomai – “trabalhar”, “executar”, “produzir”, “modelar, isto é, tornar alguém próprio para algo”.
Quando lemos esse texto que Paulo escreveu aos irmãos em Corinto podemos ver alguns significados que podemos extrair desse arrependimento: “tristeza sem reservas”, que adere à vida da pessoa arrependida. Essa “tristeza divina produz, de maneira natural, arrependimento, que inclui aversão ao pecado”; “justo temor a DEUS e desejo de corrigir todos os erros”. Quando estudamos sobre a Igreja de Corinto, vemos como esses irmãos foram ricamente abençoados por DEUS. 
Apolo, Pedro e Paulo foram os instrumentos de DEUS para a edificação dessa Igreja. Todavia, muitos irmãos permaneciam em abundante pecado. Podemos facilmente notar isso nas palavras de Paulo, quando diz: “Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Receio que, indo outra vez, o meu DEUS me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” – (2 Co 12.20,21). Qual era o temor de Paulo? Era simplesmente este, que: “... pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram” - (v.21). Podemos sentir nas palavras de Paulo que ele era compassivo, que amava aqueles cristãos acomodados e carnais de Corinto. Contudo, sabia que eles haviam sido bem ensinados, de que era incorreto viver um estilo de vida pecaminoso. E lhes disse: "Quando eu lhes visitar, vocês me verão abaixar o rosto como sinal de desgosto. Dos meus olhos fluirão lágrimas, e minha voz irá gritar de dor. Se eu verificar que vocês continuam entregando-se às imundícias, à fornicação e à luxúria, ficarei totalmente desalentado - porque o evangelho não fez a obra nos seus corações. Vocês ainda não se arrependeram dos seus pecados. E clamarei em alta voz para que se arrependam!”. Creio que poderemos acreditar que, parafraseadamente, estas foram as palavras de Paulo.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

MANASSÉS - Arrependimento Tardio

Palavra ministrada em 26.03.09

Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. Foi dito que ele fez o que era mau aos olhos do SENHOR, de acordo com as abominações das nações que o SENHOR tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). A lista dos seus pecados é repulsiva. É chocante ver um rei que teve um pai como Ezequias, e viver uma vida moral e espiritual tão degradante como viveu Manassés. Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” - (2 Cr 33.6). Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” - (2 Rs 21.16). Em conseqüência dos seus pecados, DEUS fez com que Manassés fosse cativo com ganchos, amarrado com cadeias, para Assíria - (2 Cr 33.11).
Então Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante do SENHOR e pediu a misericórdia de DEUS - (2 Cr 33.12-13). Tão genuíno foi seu arrependimento, que o SENHOR realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração a DEUS e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente - (2 Cr 33.14-16).
Infelizmente o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham criado raízes profundas no reino do Sul, de modo que o povo não voltou para DEUS; seu próprio filho foi a realidade viva da conseqüência dos seus pecados. A Bíblia diz: “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Cr 33.20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com a depravação, a impiedade e a idolatria.
Não há nisto tudo uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidimos viver de acordo com nossa carne; quando decidimos viver conforme o padrão do mundo, gozando dos seus “privilégios” e depravação; quando vivemos uma vida moral e espiritual contrária à vida de DEUS, colheremos tragicamente as conseqüências do nosso pecado. Mesmo que um dia venhamos nos arrepender, devemos saber que DEUS perdoa nossos pecados, mas sofreremos com as consequências deles. E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos!

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Para falar sobre isso, primeiro quero mostrar o que o arrependimento não é. Arrependimento não é remorso. Muitas pessoas acham que esse abatimento em nossa consciência quando cometemos alguma falta é arrependimento. Isto não é arrependimento!
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Quero demonstrar isso descrevendo quatro características do que é o verdadeiro arrependimento:
1ª Característica do verdadeiro arrependimento - Convicção
A convicção é a certeza a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, dos nossos pecados. Enquanto não estivermos convictos dos nossos pecados, ainda não nos arrependemos de verdade. Corremos o perigo de termos uma convicção superficial dos nossos pecados, e isto nos levará mais cedo ou tarde a cairmos novamente. Precisamos ter consciência das atrocidades dos nossos pecados, porque senão, nos tornaremos ouvintes endurecidos.
Vejamos alguns exemplos:
Roboão – 2 Cr 12.5-9,13,14.
Asa – 2 Cr 16.7-10.
Joás – 2 Cr 24.17-24.
Amazias – 2 Cr 25.14-16.

Em todos esses exemplos podemos ver duas coisas: falta de convicção e corações endurecidos. A explicação está em um arrependimento superficial.
Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção.
Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o perdão do SENHOR.
DEUS usa duas ferramentas pelas quais Seu ESPÍRITO SANTO nos leva à convicção:

1º. A Consciência.
Muito antes de existir a Palavra escrita, DEUS tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do SENHOR entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: “Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso', disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), ' nos vem essa ansiedade” – (Gn 42.21).

Precisamos ver duas coisas importantes sobre nossa consciência:
1º. A consciência é 'uma faculdade divinamente implantada no homem, que lhe pede para fazer o que é certo'.
2º. Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

Um ponto que precisamos analisar com mais cuidado é que a consciência não é um guia seguro, porque freqüentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por DEUS. Ela tem que ser disciplinada pela Palavra de DEUS e ser sensível à voz do ESPÍRITO SANTO. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de JESUS, o Nazareno” - (At 26.9). A própria consciência precisa ser educada.

2º. A Palavra de DEUS:
A Palavra de DEUS é o instrumento pelo qual DEUS usa para produzir convicção. Em 2 Samuel 12, temos o episódio de Natã e Davi. Já havia passado um ano que Davi havia se deitado com Bate-Seba, e desde então ele ainda não tivera convicção do seu pecado. Vamos ler os textos:
v.1: “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre”.
v.2: “Tinha o rico ovelhas e gado em grande número”;
v.3: “mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha”.
v.4: “Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado”.
v.5: “Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto”.
v.6: “E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu”.
v.7: “Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul”;
v.8: “dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas”.
v.9: “Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom”.
v.10: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher”.
v.11: “Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol”.
v.12: “Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol”.
v.13: “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás”.


PECADO É UMA QUESTÃO INTERIOR

O arrependimento na vida de um cristão deve ser algo profundo. Vamos ler em Romanos capítulo 7 e o versículos 7 e 8:
v.7: “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: Não cobice”.
v.8: “Mas o pecado, achando ocasião, operou em mim pelo mandamento toda a cobiça; porque sem a Lei o pecado está morto”.
1º. O propósito da lei foi revelar o pecado em nós. A lei trouxe a consciência da real natureza do pecado.
2º. Note no versículo 7 que Paulo diz duas vezes: “me fez saber” e “eu não saberia”. O primeiro termo saber, no grego é gnosko e significa “perceber”, “sentir”; o mas o segundo é oida e tem uma conotação mais forte, que é “conhecer absolutamente”, isto é, conhecer como resultado de reflexão e experiência. No primeiro caso é uma espécie de “apreensão ou percepção”, mas no segundo parafraseando ele diz: “eu nunca teria sentido as profundezas do meu ser, nem teria pleno entendimento e plena experiência do sentido da concupiscência, e do papel que ela desempenha na minha vida, se a lei não tivesse dito: “não cobiçarás”. Isso nos mostra duas coisas:
1. A lei não somente levara Paulo a ver que a concupiscência é pecado;
2. Como a enxergar o terrível poder que ela exercera em sua vida.

Vejamos este ensino nas palavras do SENHOR JESUS

O SENHOR JESUS em Seu ministério de ensino empenhou para deixar esse assunto da função da lei e a relação dela com o homem bem claro.
Nosso problema em relação ao pecado é que pensamos em pecado como sendo algo externo. Esse era o problema do judaísmo religioso daquele tempo.
No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 21 até o fim do capítulo, o SENHOR trata desse assunto especificamente, pois os fariseus estavam ensinando enganosamente as pessoas a pensarem que enquanto você não adultera, você não está debaixo da condenação da lei. Vejamos o versículo 28 aqui do capítulo 5 de Mateus: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Vejamos três lições aqui:
1ª lição – A lei é espiritual, e está interessada no coração do homem e em sua atitude para com DEUS.
2ª lição – Um desejo é tão condenável quanto o ato.
3ª lição – Desejar pecar é pecar. Podemos pecar em nossos pensamentos e imaginações.

Quero concluir esse ensino com as palavras do nosso SENHOR em Lucas 16.15: “Mas JESUS lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas DEUS conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de DEUS”.

Agora você vê o lugar da Palavra de DEUS nos convencendo do pecado e nos conduzindo pelo ESPÍRITO SANTO ao arrependimento.

2ª Característica do verdadeiro arrependimento - Contrição.
O que é contrição? É o profundo sentimento de tristeza segundo DEUS; é a humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema de muitos cristãos.
O que DEUS quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo.
Vamos ler dois textos nos Salmos:
Sl 34.18: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a DEUS são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó DEUS”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS – As Riquezas do Coração

3ª PARTE

 A Bíblia diz no capítulo 32 e o versículo 27 que “Ezequias teve riquezas e glórias em grande abundância”. Quando estudamos sua vida, vemos o quanto o SENHOR lhe prosperou; isto porque ele deu toda a primazia a DEUS em sua vida e no seu serviço. Ele entendeu que não poderia governar sem que primeiro houvesse uma restauração do Testemunho do SENHOR.
 Seu governo esteve comprometido em restaurar o ministério da casa do SENHOR; e isto trouxe aprovação diante de DEUS. 
 Dois aspectos que podemos observar ao estudar sua história é ver seu sua humildade e um coração quebrantado. No capítulo 32 e o versículo 26 diz que “Ezequias, porém, se humilhou por se ter exaltado o seu coração”. Quando recordamos a história desses reis, vemos que o orgulho foi a causa da ruína de muitos desses reis de Judá.
 Salomão – 1 Rs 10.23-28; 11.1-4: “Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que DEUS lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas; assim, ano após ano. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavalarianos, que distribuiu às cidades para os carros e junto ao rei, em Jerusalém. Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros em abundância como os sicômoros que estão nas planícies. Os cavalos de Salomão vinham do Egito – (Dt 17.16) e da Cilícia; e comerciantes do rei os recebiam da Cilícia por certo preço. Importava-se, do Egito, um carro por seiscentos siclos de prata e um cavalo por cento e cinqüenta; nas mesmas condições, as caravanas os traziam e os exportavam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o SENHOR dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os seus DEUSes. A estas se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros DEUS; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu DEUS, como fora o de Davi, seu pai.
 Roboão – 2 Cr 12.1: “Tendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do SENHOR, e, com ele, todo o Israel”.
 Josafá - 2 Cr 17.12; 18.1: “Josafá se engrandeceu em extremo, continuamente; e edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá. Tinha Josafá riquezas e glória em abundância; e aparentou-se com Acabe”.
 Uzias - 2 Cr 26.8,15b,16: Os amonitas deram presentes a Uzias, cujo renome se espalhara até à entrada do Egito, porque se tinha tornado em extremo forte... divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu DEUS, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso”.
Nesses textos podemos ver claramente que o orgulho, a luxuria tornou-se a causa da megalomania desses reis, e consequentemente a ruína. Mas, quando estudamos a vida de Ezequias, vemos que diferentemente desses outros reis, ele tinha um coração quebrantado, um coração rendido ao SENHOR; um coração puro.


CORAÇÃO PURO


 Quando a Bíblia diz que Ezequias “se humilhou por se ter exaltado o seu coração” – (2 Cr 32.26) nos mostra que a humildade é uma questão do coração; não é algo exterior e sim interior. O sentimento aqui é de pureza. Isto fez toda diferença em sua vida diante de DEUS. 
 Em Mateus 5.8 o SENHOR JESUS disse: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a DEUS”. Quando você estuda esse texto a conclusão que chega é que não podemos exaurir o significado desse versículo.
 Quero destacar dois pontos importantes no estudo desta bem-aventurança:
 1º.É importante considerar que o texto desta bem-aventurança está intimamente ligado às demais.
 2º.Entenda que o SENHOR JESUS não selecionou ao acaso essas declarações. É evidente que há uma definida seqüência de pensamento, e a nossa tarefa consiste em tentar descobrir essa seqüência. Vejamos por exemplo: 
 As três primeiras bem-aventuranças, falam da vital importância da profunda consciência de nossa necessidade – “humildes de espírito, os que choram, os mansos” 
 E em seguida as três primeiras bem-aventuranças, o SENHOR JESUS diz: “bem-aventurado os que tem fome e sede de justiça...” – aqui vemos DEUS se aproximar de nós, dando-nos Sua majestosa resposta, suprindo todas as nossas necessidades em CRISTO JESUS. 
 O resultado que obtemos é que nós tornamos ‘misericordiosos”, “limpos de coração” e “pacificadores”. E finalmente, o reino das trevas se levantará com mais veemência contra nós, e por isso, seremos “perseguidos por causa da justiça”.


COMO PODEMOS TER UM CORAÇÃO PURO?


 A única maneira de alguém ter o coração limpo é reconhecer toda a impureza que há dentro dele. Precisamos lamentar em face ao nosso coração. 
 Jeremias disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” – (Jr 17.9). Vamos atentar para três palavras nesse texto:
 1.“enganoso” fala de “astucioso”, “traiçoeiro”. 
 2.“desesperadamente” – “mergulhado em desespero”, “extremamente aflito”, “atormentado” e “sem esperança”.
 3.“corrupto” – A palavra hebraica aqui é anash e significa: “estar fraco”, “doente”, “frágil”, “ser incurável”. 

 Como somos necessitados da ajuda do SENHOR em nossa vida. Somos totalmente dependentes do SENHOR. Não podemos confiar em nós mesmos. Esse foi o segredo espiritual de Ezequias, e por isso, ele teve sensibilidade de entender a necessidade da restauração do Testemunho do SENHOR.


O CORAÇÃO PURO É UM DOM DE DEUS


 Em sua comissão de despedida a Salomão, Davi impôs a ele o dever de servir a DEUS com coração perfeito, visto que é DEUS que sonda os nossos cora¬ções. Ele orou a DEUS e disse: “E a Salomão, meu filho, dá coração perfeito para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos” - (1 Cr 29.19). O termo hebraico aqui para “perfeito” é shalem que significa “completo”, “íntegro”.
 O que é este coração perfeito?
 1º.O coração perfeito é um dom de DEUS.
 2º.O coração perfeito é dado e aceito sob as leis que governam todas as Suas doa¬ções.
 3.O coração perfeito é como uma semente oculta que precisa ser acei¬ta e posta em ação pela fé.


DEUS OPERA A SUA GRAÇA EM NÓS IMPULSIONANDO-NOS A AÇÃO


 Em Mateus 5.48 o SENHOR JESUS nos diz: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. Quando o SENHOR nos diz aqui “sede perfeitos”, Ele está nos dando uma palavra de ordem. Aqui é imperativo A palavra de ordem, re¬cebida e escondida em um coração bom e honesto, torna-se na semente do poder divino. 
 Isto exige imediata e total submissão. Quando essa submissão é reconhecida, a necessidade de um poder divino apropriado se torna motivo para oração urgente e ardorosa. 
 DEUS opera a Sua graça em nós impulsionando-nos à ação. Dessa maneira, o desejo de dar ouvidos à ordem de DEUS, e de servi-lO com coração perfei¬to, é o começo para o qual DEUS dá atenção, e que Ele pessoalmente fará ser fortalecido e aperfeiçoado. Ele sabe que nós de nós mesmos jamais poderemos obter um coraçao perfeito.
 O dom de um coração perfeito, assim sendo, é obti¬do mediante a obediência da fé.  
 O coração perfeito é um dom de DEUS, que pre¬cisa ser solicitado, e obtido através da oração. Nin¬guém orará por um coração perfeito, com perseve¬rança, com fé, enquanto não aceitar a Palavra de DEUS plenamente, encarando-a como um mandamen¬to positivo e um dever imediato, a qual devemos obedecer. 
 Davi pediu ao SENHOR que propor¬cionasse essa bênção a seu filho, Salomão. Que todos nós, que anelamos essa tão gran¬de bênção, sigamos o seu exemplo.


O CUIDADO COM A VIDA INTERIOR


 Na história de Ezequias somos confrontados com uma situação que serve de grande advertência para nós. No capítulo 20 de Segunda a Reis, nos versículos 12 a 19 vemos o episódio em que os emissários da Babilônia vão até Ezequias para lhe visitar. 
 Temos que notar alguns detalhes nesses textos, pois reside ai alguns pontos de extrema importância para nossa edificação, vejamos:
 v.12: “Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente”. O inimigo sabe como nos atacar. Ele escolhe os dias maus em nossa vida. Paulo escrevendo aos Efésios diz: “Portanto, tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir no dia mau” – (Ef 6.13). Veja a sutileza do inimigo. Sabendo que Ezequias estivera doente, veio lhe visitar. 

terça-feira, 7 de abril de 2009

ESTUDO DOS REIS DE JUDÁ

EZEQUIAS - RESTAURANDO OS VALORES ESPIRITUAIS PERDIDOS

2a Parte

2 Cr 29.18


Nesse texto vemos a restauração dos valores espirituais perdidos. Eles restauraram: “Já purificamos toda a Casa do SENHOR”. Para entendermos isso precisamos saber que Acaz mudou toda a ordem de culto que DEUS estabeleceu por meio de Moisés - (2 Rs 16.10-20). Ele removeu o “altar” que espiritualmente tipificava a cruz de CRISTO.
Restaurar o sentido espiritual da Casa do SENHOR significa que temos que remover tudo que foi introduzido pelo homem, com o propósito de gerar satisfação de DEUS.

A CENTRALIDADE DA CRUZ

Precisamos restaurar o lugar da cruz em nossa comunhão como Igreja. Nesse texto de Crônicas capítulo 29 e o versículo 18, nos mostra a seriedade disso. Quando estudamos este assunto na sua sequência, sabemos que esse povo não se arrependeu, e como resultado, eles foram levados para o cativeiro da Babilônia por setenta anos. Depois, o SENHOR levantou Zorobabel, Esdras para restaurarem Sua casa. Quando você estuda esse assunto, você ver claramente que a primeira coisa ali restaurada na casa de DEUS foi o “altar” – (Ed 3.2,3). Esse altar fala da centralidade da cruz de CRISTO.
O Evangelho que pregamos é o Evangelho da cruz. Se não experimentamos o seu poder, jamais conseguiremos com que as pessoas conheçam o poder transformador da cruz. O apostolo Paulo viveu uma vida crucificada porque viu o poder e o valor da cruz em todos os aspectos do seu viver. Compreender o sentido prático da cruz em nós é a chave para o viver cristão adequado. 
Quero ressaltar alguns princípios fundamentais acerca da cruz de CRISTO:
 1º.Cada experiência de cruz tem o objetivo de levar-nos a participação mais plena da vocação cristã e da nossa herança entre os santos.
 2º.A cruz sempre foi um princípio eterno em DEUS. Ela não é uma alternativa posterior ou um acidente no universo;
 3º.Nunca podemos pensar na cruz unicamente como uma medida que DEUS encontrou para realizar a redenção, porque assim, perdemos de vista o propósito mais amplo de DEUS.
 4º.Desde o início o Pai desejava Ter uma família de filhos que abraçassem o mesmo princípio de cruz o qual eternamente governou o seu coração.
 5º.Era intenção de DEUS que essa cruz fosse gravada de tal forma em seus filhos que ela se tornasse seu objetivo de vida.


 O PERIGO DE IGNORARMOS A CENTRALIDADE DA CRUZ

No livro de Josué no capítulo 22 temos um episódio que nos ensina acerca da CENTRALIDADE DA CRUZ. Para compreendermos claramente esse capítulo é importante lermos Números 32.1-15 e Dt 3.12-14. Aqui, as tribos de Rúben e Gade pedem a Moisés que lhe dêem a terra de Gileade que estava a leste do Jordão, uma região apropriada para criação de gado. Moisés temia que isso trouxesse divisão entre as tribos de Israel. Mas essas tribos se comprometeram em lutar e depois voltariam para habitar essa terra.
Quando chegamos ao capítulo 22 do livro de Josué, vemos uma lição solene do Perigo de ignorarmos a centralidade da cruz. O capítulo 32 de Números constrói para nós todo o contexto desse capítulo 22 de Josué.
Lá no capítulo 32 de Números vemos que essas tribos ganharam muitos despojos de guerra, e eles preferiram ficar antes do Jordão porque aquela terra era boa para criar gado e ovelhas, eles preferiram àquela terra do que entrar na terra prometida, aquele lugar que DEUS já tinha falado que ali deveria ser o destino deles. Depois que Moisés advertiu os filhos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manasses, eles resolveram entrar na terra, mesmo deixando para trás suas esposas e filhos, e só voltarem depois de lutar com seus irmãos e conquistar aquela terra.
Vamos extrair algumas lições aqui:
 1ª.Essas duas tribos e a meia tribo de Manassés estavam com seus olhos apenas nas coisas materiais, preocupados com o gado, ovelhas e com os verdes pastos. Lucas 17.30-33: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará”. Em Gênesis 19.26 diz que a mulher de Ló “olhou para trás”; essa frase é importante nesse contexto porque se voltarmos ao versículo 17 desse mesmo capítulo de Gênesis, vemos que o anjo do SENHOR lhes advertiu: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás”. E nesse sentido, vemos que o trabalho da cruz opera em nosso coração tratando com as coisas materiais. O apego as coisas que ocupam nosso coração. No Evangelho de Mateus o SENHOR JESUS disse: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” – (Mt 6.21). Esta é a razão pela qual a cruz tem que trabalhar em nosso homem interior, para que nossos valores sejam os mesmos valores de DEUS.
 2ª.Escolheram habitar em um lugar onde não havia a arca da aliança que tipificava o testemunho do SENHOR entre eles. Veja que o inimigo preparou um ambiente propício para que eles fossem distraídos, e por isso não perceberam a sutileza do fracasso espiritual. Isso nos fala do perigo da sedução do mundo. Paulo diz em Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso SENHOR JESUS CRISTO, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Temos que entender que a expressão mundo nos fala de uma “entidade espiritual”. O SENHOR JESUS orou ao Pai e disse: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” - (Jo 17.14,15). O sentido da palavra “mal” é perversidade e iniquidade. Lá cruz o SENHOR JESUS se entregou ao Pai sem reservas; Ele colocou de lado todos os seus direitos e insígnias celestes; renunciou a tudo para morrer em nosso lugar. Quando Paulo diz “gloriar-me senão na cruz” ele está dizendo que esse é o único caminho para vencermos o poder do mundo sobre nós. Só há glória na cruz se o mundo estiver crucificado para nós.
 3ª.Como é perigoso edificar coisas para DEUS mesmo que isto não seja o propósito de DEUS e nem para a glória de DEUS. O versículo 10 de Josué 22 diz que eles levantam um altar de grande aparência e seus irmãos ficam preocupados, porque só existia um altar e um tabernáculo; então que altar era este? Este era o altar da ignorância e da divisão. Aquele grande altar não ajudava a mostrar a unidade do povo e sim a sua divisão. Assim também é hoje. Altares majestosos foram e estão sendo erguidos pela cristandade, prédios de grande aparência onde nossos irmãos tem chamado de Igreja. Também estamos divididos por verdades bíblicas, mas isso não ajuda a mostrarmos a unidade do povo de DEUS, apenas a sua divisão.
  

CONSAGRAÇÃO – O CAMINHO PARA DEUS

O texto ainda diz:“nem ofereceram holocausto”. A oferta de holocausto é também chamada de oferta queimada. Essa oferta aponta para a entrega total de CRISTO ao Pai. No aspecto espiritual da vida cristã, essa oferta fala da nossa consagração a DEUS.
Ao receber a oferta o sacerdote a examinava detalhadamente, e de acordo com o memorial estabelecido, ele realizava o sacrifício. O animal era oferecido no altar e se tornava uma oferta de cheiro suave.
Há três princípios importantes que temos que observa:
1.o ato da oferta;
2.o sacrifício;
3.e o resultado.

Vamos observar alguns princípios do Holocausto: As três etapas deveriam estar de acordo com a vontade de DEUS, para que o ofertante seja aceito diante de DEUS. Cada etapa deveria ser cumprida adequadamente conforme o princípio estabelecido por DEUS. Cada etapa só poderá ser realizada depois de cumprida a primeira, e assim sucessivamente. Ninguém podia prosseguir em sua oferta sem a aprovação de DEUS, para não ferir Sua vontade. O que aprendemos aqui é o caminhar progressivo da vida crista na base da cruz.

No holocausto vemos três aspectos da cruz em nossa vida. 
Primeiro nível – terreno. O animal era trazido pelo ofertante andando, e assim, era entregue nas mãos do sacerdote. Há quatro passagens que nos ajudarão a entender essa verdade:
1.Mt 10.34-39 – A cruz precisa trabalhar em nossas afeições naturais.
2.Mt 16.21-26 – A cruz tem que trabalhar nossa auto-piedade.
3.Lc 17.26-33 – A cruz nos separa do amor do mundo. o que vemos nessa passagem que todas as coisas são legítimas, mas são coisas que se não forem trabalhadas pela cruz poderão nos corromper. Aqui temos a cruz nos libertando de tudo que é terreno e material, e que o inimigo sistematizou para nos aprisionar.
4.Jo 12.20-25 – A cruz nos separa da glória pessoal.

Segundo nível – o altar (Rm 12.1,2). O animal era entregue ao sacerdote, que depois de imolá-lo o colocava sobre o altar. Aqui temos um processo mais elevado da obra da cruz em nós. A cruz trabalha a nossa entrega total a DEUS. Aqui é onde vemos que só há glória na cruz se a cruz for à nossa glória - (Gl 2.19; 6.14). 

Terceiro nível – Cheiro Suave. A fumaça penetrava nas alturas. Crucificado na cruz CRISTO morreu, e em seguida, Ele foi sepultado, ressuscitado, e finalmente Ele ascendeu-se aos mais altos céus, como diz Paulo em Efésios 5.2: “e andai em amor, como também CRISTO nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a DEUS, em aroma suave”. Creio que esse último aspecto do holocausto, nos ensina sobre o viver prático, que participamos desta obra elevada da cruz em nossa vida. Nesse terceiro nível temos o viver adequado que agrada a DEUS – cheiro suave. A única frase que pode nós revelar o que significa viver uma vida como sacrifício agradável a DEUS, esta na frase que Paulo usou cento e sessenta e quatro vezes em seus escritos, que é “em CRISTO”. Paulo usou um termo em algumas das suas epístolas para mostrar-nos e sentido desse assunto na vida cristã; o termo é euarestos, que significa: “aceitável”, “apropriado”. Em Filipenses Paulo nos dá uma definição exata do significado dessa palavra, vejamos: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a DEUS” – (Fp 4.18). Leiamos alguns textos onde ele usou esse termo:
 Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de DEUS, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional”.
 Rm 14.18: “Aquele que deste modo serve a CRISTO é agradável a DEUS e aprovado pelos homens”.
 2 Co 5.9: “É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis”.
 Quero mostrar-lhe a realidade contextual de cada um desses textos, para que possamos extrair suas riquezas. Em Romanos 12.1, temos um apelo do apóstolo em uma tônica solene para que tenhamos uma vida de consagração a DEUS; que nosso corpo que é o templo do ESPÍRITO SANTO seja um culto aceitável a DEUS. Quando chegamos no capítulo 14 e o verso 18 de Romanos, é importante sabermos que o contexto inicia no versículo 13. Paulo exorta os cristãos quanto ao zelo que devemos ter uns com os outros; para que nossa vida não seja um tropeço aos nossos irmãos. O assunto aqui é o amor fraternal; e o apóstolo diz que aquele que anda e não escandaliza seu irmão serve a CRISTO e isto é aceitável diante de DEUS. Quando chegamos ao capítulo 5 da Segunda carta aos Coríntios, vemos o assunto acerca da eternidade como uma realidade presente, e a redenção do nosso corpo.